''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

SURINAME

Imagine que você tem a sua casa, onde moram você e sua família. Então, num belo domingo, depois de assistir o mundial de futebol de areia, você e sua família decidem ir fazer buracos no quintal; por incrível que pareça tem muita gente que faz isso. Digamos que depois de alguns buracos e coisa e tal, vocês encontrem ouro. Como sua mulher não conseguiu guardar segredo nem quando você começou a pintar o seu bigode, não era agora que ela ia conseguir ficar em silêncio. Dito isso, ela conta pra toda a vizinhança que vocês tem ouro no quintal. A partir de então começa a chegar gente de todos os lados para tentar encontrar algo no seu quintal. E assim o seu terreno vai enchendo de gente. E passado algum tempo estas pessoas começam a dizer que são os donos do lugar, que vocês nao tem mais direito algum de ali permanecerem. E mesmo que seu marido mostre a escritura do terreno, dizendo que aquilo ali pertence a vocês, os demais não querem nem saber, afinal, ali tem ouro, e com ouro não se brinca no bonde. Eu adoro esta expressão.
Eis então que para ganhar um dinheiro a mais, seu marido monte uma barraca de sucos de goiaba no terreno. Assim, os chamados garimpeiros que ali estão podem refrescar a garganta enquanto não encontram o ''Eldorado''. Para ganhar um pouco mais, seu marido coloca um táxi a disposição dos aventureiros.
E assim, vão passando os anos. Eles procuram ouro. Não respeitam as ordens locais, e continuam atuando como se fossem os donos do lugar. Mas, num determinado momento seu marido decide cobrar uma dívida de um dos garimpeiros que ali estão. Este garimpeiro se irrita com a cobrança do seu marido e mata o seu esposo a facadas. Na mesma hora os seus parentes, filhos, cunhados, e demais familiares gritam palavras de ordem:
_ Isso não pode ficar assim, nós já aguentamos ofensas suficientes, morte aos garimpeiros estrangeiros.
Em uma noite perseguem, batem, e não se pode dizer ainda que, matam. Foi assim no Suriname. Depois de anos e anos explorando um território que não lhes pertence, e em todas as reportagens que vimos na televisão até agora, os repórteres enfatizam que todos os brasileiros que lá estão, vivem de forma ilegal, o inevitável aconteceu.
Os jornais mais sensacionalistas entrevistaram uma brasileira, que não informou por A mais B o que fazia lá, se era uma prostituta ou uma garimpeira ilegal, que falou mal dos locais; isso é óbvio. Os jornais mais conscientes entrevistaram os dois lados, onde foi possível ouvir duas versões para o mesmo problema. E em último caso, os jornais mais polêmicos entrevistaram somente os Surinameses, que deixaram bem claro odiar os brasileiros do garimpo, por que os repórteres brasileiros que lá estavam, nem foram tocados, muito menos ofendidos.
Se os repórteres entram, trabalham em suas reportagens e vão embora sem serem tocados ou agredidos, mesmo que verbalmente, nem todos são inocentes nesta história então. Se os turistas lá chegam, visitam, gastam, e vão embora, sem serem tocados e nem agredidos, novamente voltamos a pensar que nem todos são inocentes nesta história.
Por fim, não digo que foi um ato bacana matar e estuprar, se é que isso aconteceu; mas por outro lado foi muito bom ver um povo expulsar aqueles que lá viviam de forma ilegal agindo como se o ouro fosse deles. Se no Brasil o povo tivesse esta iniciativa há trezentos anos atrás, com certeza Portugal não teria levado todo o ouro que levou da gente pra reconstruir Lisboa depois do terremoto.
É só uma questão de deixar bem claro quem é dono do quê neste mundo... Que mania de querer pegar o que não te pertence.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

E-MAIL ACEITA TUDO


''PULSEIRAS DO SEXO''

Uma vez eu recebi um e-mail falando sobre uma pessoa que tinha uma doença muito grave, e que naquele mesmo instante deveria ser feito uma oração para aquela alma doentia, mas com um agravante, a oração nao valeria nada se ao final da leitura aquele e-mail não fosse enviado para 20 amigos da sua caixa postal. Eu não enviei para 20 amigos, por que não tenho 20 amigos, se for contar, tenho dois, e um não está mais querendo ser meu amigo, isso leva meu grau de amizade a um único ser humano na face da terra. Enfim, dos males o menor; dias depois numa conversa com um hacker fiquei sabendo que estas tais correntes servem para dar dinheiro a alguém. Segundo informações dele, cada vez que você repassa um e-mail deste, ele ganha 15 centavos. Faça a conta e veja, devido a quantidade de endereços que ele tem postado no cabeçalho da mensagem, quanto dinheiro ele não ganha em alguns cliques.

Acreditar nisso que eu acabei de escrever é a mesma coisa que acreditar nos e-mails que todo mundo recebeu sobre a gripe A no Paraná. Enquanto a doença corria por aí, e pessoas falavam nas escolas: ''Vocês são loucos de trabalharem com esta doença contaminando todo mundo''. E quanto mais a televisão falava que as vítimas chegavam a 30, 50, ou 100, sempre tinha alguém que vinha com uma impressão de internet na mão falando mais alto: ''Não é verdade, tudo que a televisão divulga, você pode colocar o triplo em cima dessa contagem, está morrendo três vezes mais pessoas que isso aí''. Por fim, mais da metade da população paranaense morreu. Ultrapassamos a Argentina e o Estado do Rio Grande do Sul juntos. Tudo isso, segundo a internet, mais uma vez.

Eis então que aparece um e-mail falando sobre umas tais pulseiras do sexo. Segundo estas informações, de internet diga-se de passagem, a brincadeira teria surgido na Inglaterra, onde um grupo de alunos teria padronizado atos sexuais para cada pulseira arrebentada. Por serem coloridas, cada cor representava uma ação. Eis então que começaram a caçar as tais pulseiras nas escolas. Na escola onde eu trabalho foi uma festa. Os alunos nem sabiam do que se tratava, mas já estavam sendo acusados de fazerem parte do tal grupo das ''pulseiras do sexo''. Com autorização dos pais e responsáveis, as pulseiras coloridas foram confiscadas cotidianamente. E tudo isso aconteceu depois que um pai apareceu na escola com uma fotocópia de uma notícia tirada da internet, onde estava a tal reportagem da escola inglesa. Segundo esta, sem fonte, sem citar o nome da escola, sem citar qualquer dado comprometedor; a brincadeira teria surgido na Inglaterra algum tempo atrás, e atualmente ''os alunos de 12 anos, somente usam pulseiras pretas e douradas''. Segundo este mesmo e-mail, a pulseira preta significa fazer sexo, e a pulseira dourada significa fazer tudo referente ao sexo.

Ewandro Schenkel, em texto publicado pela Gazeta do Povo (04/12/2009), realizou a seguinte tarefa direcionada para este assunto das ''pulseiras do sexo''; sem perda de tempo ligou para a Delegacia do Adolescente de Londrina, cidade do norte do Paraná com mais de 500 mil habitantes, e perguntou se havia ocorrido alguma denúncia de abuso envolvendo menores com as pulseiras. O resultado foi nada. Os responsáveis por lá nem sequer sabiam da existência destes acessórios.

Não há o que dizer em relação a isso, parece que o mundo gira em torno dos e-mails. Parece que quanto mais sem fundamento ou comprovação sólida de que alguma coisa é real, mais credibilidade tem no mundo dos vivos. Para encerrar, citarei a frase de uma funcionária do lugar onde trabalho, há um ano da aposentadoria por tempo de serviço:

''_ Quando eu estava na escola também tinha estas pulseirinhas, eu até usava um monte no braço, mas eu nunca soube que era para esta finalidade do sexo.''

Talvez não sabia por que não existia internet há 65 anos atrás.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O HOME OFFICE


Pra variar um pouco a programação do final de semana, o síndico do prédio onde eu me escondo marcou uma maravilhosa reunião de condomínio para um sábado à tarde. Como sempre, eu fui. Às vezes tenho que parar de ser menos fanático por este tipo de coisa, enfim, eu estava lá, juntamente com mais oito pessoas; formando um total de nove condôminos. Só por curiosidade, o condomínio onde eu resido tem 190 pessoas. É sempre bom ver que há um interesse por coisas que interessam a todos, ou não.

Mas lá estávamos nós, nove corajosos ouvintes, num sábado a tarde, no horário do cachorro quente do mercado grande que existe perto do lugar onde moramos. A reunião ia bem, sem muitas discussões, quando o síndico resolveu ler um ítem do regulamento interno:

''Os apartamentos devem ser usados exclusivamente para domicílio, e não para fins comerciais.''

Era só isso, uma simples linha, lida em menos de dez segundos; mas... E o pior é sempre isso, sempre existe um mas no meio do caminho... Um dos presentes levantou a mão, e num tom estranho, disse um monte de coisas em língua estranha.

''_ Eu gostaria de saber se para este sufixo há uma possibilidade de uma não instauração de um home office? Por que eu tenho um home office na minha casa.''

Sem entender nada, o síndico olhou para os olhos dele, e já arrependido do que tinha lido, disse:

''_ Domicílio, quer dizer pra morar; é pra você morar na sua casa.''

Confesso que fiquei mais tranquilo com este tipo de informação, mas enfim, o morador insistiu no termo que estava usando, como se o síndico tivesse a obrigação de saber o que ele fazia dentro das paredes da casa dele.

''_ Estou perguntando de um home office, é possível ter um home office, ou até isso você vai tirar da gente?''

''_ Não estou entendendo você.''_ disse o síndico.

''_ Um home office, até quantas pessoas podem frequentar um espaço de um home office, dentro de um espaço destinado para um trabalho de office?''_ o homem estava se complicando cada vez mais em suas colocações.

''_ É domicílio! É pra morar eu tô dizendo, é pra morar! Você não quer morar na sua casa?''_ o síndico estava começando a ficar nervoso com tudo aquilo.

''_ Eu tenho um home office; por que não posso ter um home office na minha casa?''_ resmungava o morador.

Eu estava quase levantando pra ir embora daquele lugar, quando uma moradora, fazendo crochê, acomodada num banco atrás de onde eu estava, levantou a mão e disse para o síndico:

''_ É um trabalho em casa isso que ele tá dizendo. Ele tem um escritório na casa dele, mais nada. Ele não vai vender nada lá... Ou vai?''_ olhou pra ele.

Sem ter pra onde correr, o homem levantou e disse:

''_ Nâo é pra vender, é só um home office.''

No mesmo instante a mulher parou com seu crochê, e isso deve ter sido horrível pra ela fazer, por que ficou muito brava, levantou também, e disse em alto tom:

''_ Pára com essa merda de office, fala nossa língua, é um escritório dentro da sua casa, todo mundo aqui sabe o que é ter um escritório em casa, pára de ficar inventando moda.''_ a mulher sentou novamente e apontou para o síndico. ''_ Pode continuar agora.''

O homem ainda em pé, disse:

''_ Eu não vou mais ficar aqui na reunião por que eu tenho um compromisso agora as ''cinco'' horas da tarde, no meu home office.''

''_ Vai embora daqui, e leva o seu home office junto.''_ gritou a mulher.

Climão, realmente ficou um climão. Por fim, o homem saiu, e tudo transcorreu sem maiores problemas até o fim da discussão. Ás vezes fico pensando como é bom ter gente assim no nosso mundo, os tontos, que insistem em querer demonstrar conhecimento numa coisa tão banal e idiota como uma simples expressão estrangeira; e os de paciência curta, que não toleram estes tontos e fazem valer o bem estar de todos através dos gritos. Aquela situação estava realmente me deixando irritado, de tanto ouvir o cara querer se fazer entender sem explicar o que ele queria dizer, mas quando a mulher levantou a voz e eles quase se pegaram no tapa, fiquei com um pouco de medo da mulher, pois se ela faz valer sua impaciência como uma forma de acelerar o problema que estava acontecendo, assim ela também pode gritar mais alto para fazer valer suas decisões quando ela não concordar com uma outra opinião, tipo a minha. E foi o que aconteceu. Num avançado ponto da reunião eu opinei sobre algo, mas ela não concordou, e quis gritar mais alto. Eu temia que isso ia acontecer, e aconteceu. Por minha sorte naquele instante, minha opinião estava interligada com a opinião do síndico, e isso fez eu ganhar a causa; para desespero da mulher.

Não é querer dizer que eu estava certo ou coisa e tal, é querer entender o que leva alguém achar que tudo pode ser ganho no grito... Enfim, não é gritando que você ganha algo na vida... Com exceção dos animadores de auditório de televisão e dos técnicos de futebol.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

COISA NENHUMA


Embora eu esteja um pouco sumido destas páginas blogueiras nos últimos dias, tenho uma explicação plausível para tal ocorrido. Algumas dores se concentraram nos meus músculos carnais, além é claro de contar com a sobrecarga de trabalho neste período de fim de ano. Cotidianamente eu vendo algumas informações em troca de um certa quantia em dinheiro, que me permite ir ao cinema no final de semana para ter a poltrona onde eu estou, chutada por um cavalo acomodado no banco de trás. Por isso tenho andado afastado deste lugar virtual, cujas vidas não podem ultrapassar a tela de vidro existente diante das minhas retinas.

Confesso que fiquei com vontade de comentar o caso dos políticos de Brasília, que foram filmados recebendo dinheiro e guardando algumas quantias do valioso papel na meia. Arruda, que eu acreditei em alguns momentos ser um bom homem, decepcionou-me quando disse: ''Ah, ótimo!'', isso não foi tão fácil de digerir, quem dirá engolir... Talvez o Fernando Collor tenha uma receita de como isso deve ser feito de forma correta. Mas, como já disse, não vou comentar sobre isso.

Senti vontade também de falar sobre o caso da aluna de direito da FAAP que teve seu celular envolvido num conflito com a professora, durante uma prova aplicada por esta, num dia letivo normal. Mas, como já fiz em um texto anterior e já explicitei os problemas legais que um celular pode trazer para um aluno que não cumpre regras, não voltarei a repetir tais palavras. O que mais gostei neste caso foi a mídia querer ficar do lado da aluna, como sempre fazem, e malhar os professores, como sempre acontece, e na hora que foram ouvir dezenas e dezenas de alunos na frente da faculdade, todos ficaram do lado da professora; isso que é ter noção dos seus direitos, e saber diferenciar o que é certo e o que é errado.

Bem, então o que devo comentar aqui, num dia tão quente como hoje? Talvez uma notícia breve, como o tiroteio ocorrido em Curitiba, na frente da PUC, no momento que milhares de candidatos passavam por ali na intenção de realizar a prova do vestibular. Alguns órgãos da imprensa noticiaram 7 feridos, outros 9, a polícia disse 8, quem poderá saber o que é ir fazer uma prova e levar um tiro; somente as vítimas neste caso.

Por fim, fecharei este breve comentário sobre coisa alguma, com algumas manchetes ''bestas'' que encontrei nos jornais de hoje. Antes de me arriscar a escrever qualquer coisa aqui fui procurar por algo que valesse a pena, mas não encontrei. Tudo que citei até agora ouvi no rádio, e em breves reportagens televisivas, pois, de resto, o que encontrei foram notícias inúteis, somente para encher lacunas em branco, que nada tem a ver com os problemas atuais. Ou seja, são informações que você lendo ou não, nada vai mudar na sua vida.

No Uol:

Cicarelli e Galisteu afundam ibope (e daí?)

Frio atípico surpreende brasileiros na Antártida (será que eles não sabiam que lá é frio?)

Serena é multada por ''chilique'' (puxa, tô pasmo!)

Marido da apresentadora Ana Maria Braga sairá de casa (meu Deus, e agora?)

Urso Panda vira hóspede no zoológico de Adelaide (aquela anã paraguaia?)

No Terra:

Cambistas inflacionam preço do ingresso (isso é novidade?)

Marido de Ana Maria deixará casa onde viveu com a apresentadora (de novo? Ainda tão noticiando isso? Meu Deus, e agora, o que vai ser dele?)

Dicas de maquiagem com um toque de vampiro (quem em sã consciência usa maquiagem de vampiro?)

Angélica completa 36 anos (deve ser por que é aniversário dela)

No Bol:

Veja dicas de como usar seu décimo terceiro salário (tanto tempo esperando este dinheiro, você acha que eu não sei o que fazer com ele?)

Veja simpatias para o ambiente de trabalho (puxa, que legal! Tomara que eu não precise amarrar a foto do meu chefe em sapo algum)

Comércio de São Paulo lota de madrugada (e o kiko?)

Marido de Ana Maria deixará casa onde morava com a apresentadora (Pára! Que coisa chata. E daí? E daí? E daí?)

domingo, 22 de novembro de 2009

CHIBATADA nas NÁDEGAS


Diretora dá chibatada em professora diante dos alunos na Malásia

Em notícia vinculada pela AFP, de São Paulo, uma professora de ensino médio na Malásia ficou em estado de choque depois que a diretora da escola aplicou-lhe nas nádegas uma potente chibatada na frente de todos os alunos. Uma varada, como dizia minha avó, como se nada estivesse acontecendo, apenas uma varada. A professora estava vestida com trajes típicos de artes marciais do país e conduzia os alunos de volta à sala de aula depois de uma atividade extracurricular, quando aconteceu a agressão. Se a mulher vestia roupas de artes marciais, isso quer dizer que havia ministrado uma aula de artes marciais, sugestivo para o currículo escolar de qualquer País.
"De repente e sem fazer perguntas, a diretora, que estava patrulhando a área, chicoteou minhas nádegas e bateu em vários outros estudantes", disse a professora. "Fiquei envergonhada porque todos os alunos viram o incidente." A diretora pediu desculpas, dizendo que tinha confundido a docente com uma estudante. Mas, com o ego e as nádegas feridos, a mestra apresentou queixa ao sindicato nacional dos professores da Malásia. Que coisa, quer dizer que lá na Malásia diretor pode bater com chibata em aluno? Deve ser por isso que eles tem disciplina no ambiente escolar.
"Apesar de ela não me conhecer por ter sido transferida para esta escola há apenas duas semanas, não havia razão para não ter me perguntado", disse a professora, que não teve seu nome divulgado. Por fim, o Ministério da Educação vai investigar o caso. Talvez entreguem uma chibata nas mãos da professora, para descontar a chibatada nas nádegas da diretora... Afinal, como diz um bom morador do sudeste asiático: ''Olho por olho, dente por dente''.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

''Vale-Cultura'', PRIMEIRO DE JANEIRO NOS CINEMAS

Eu estava caminhando e cantando quando me deparei com esta notícia, veiculada pelo Bol; ''Senado aprova realização de audiência pública antes da votação do "Vale-Cultura"''. Ou seja, o governo está criando um vale,  no valor de 50 reais, para que cada ser humano do Brasil tenha acesso a cinema, teatro e apresentações artísticas. 50 reais para cada um? Eu entendi bem? Não, não é pra todo mundo não, é só pra quem trabalha com carteira assinada, quem já recebe os benefícios do governo, não vão receber mais este dinheirinho.

A CAE, Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, já aprovou numa audiência pública o Vale-Cultura, que agora irá para votação. A oposição prometeu que vai dificultar ao máximo a aprovação deste benefício; o que  não é nada mau. Ao saber das verdadeiras intenções desta pressa toda para aprovar o mais rápido possível este tal Vale, compreendemos o que a oposição quer dizer. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o objetivo da base aliada é aprovar a concessão do benefício no plenário da Casa até o final de 2009. "Queremos votar matéria até o final do ano", afirmou. Aí você pergunta: por quê? Por qual motivo o governo enviou ao Congresso o projeto de lei que cria o Vale-Cultura em regime de urgência, estabelecendo a votação do texto em até 45 dias. A oposição vincula a pressa na análise da proposta ao lançamento do filme "Lula, o Filho do Brasil", que conta a história de parte da vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É pouco, ou quer mais?

Em ano eleitoral, a oposição afirma que o governo vai usar a concessão do benefício do "Vale Cultura" para estimular a população a assistir ao filme de Lula em 2010, segundo cita a reportagem. O projeto cria uma espécie de tíquete de R$ 50 financiado pelo Executivo e por empresas privadas que poderá ser trocado por ingressos em casas de shows, teatro, cinema e em livrarias. Não seria melhor então liberar a roleta, e deixar o acesso livre para quem se interessar a este tipo de cultura? Entregar mais dinheiro para o povo, alegando que está fornecendo cultura, é aumentar os gastos da máquina pública, e tendo em vista que quem sustenta esta máquina toda, somos nós, é aumentar os nossos gastos; em outras palavras.

"A urgência é porque vai ser lançado o filme do Lula. O governo vai gastar de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões para o povo assistir o filme do Lula. O projeto só atende o trabalhador com carteira assinada, que trabalhe em uma empresa, enquanto 90% dos que tem Bolsa Família [programa social do governo], e são os reais necessitados, estão fora desse benefício. As pessoas vão receber o dinheiro, mas como vão ter um comprovante de que vão usar na cultura? Até quem quiser comprar roupa de Carnaval vai poder", disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

O filme ''Lula, o Filho do Brasil'', já entrou para a história como o filme mais caro do cinema brasileiro. Com orçamento de aproximadamente R$ 12 milhões o filme será exibido em quase 400 salas espalhadas pelo Brasil. A estreia nacional do filme está prevista para o dia 1º de janeiro. O filme foi dirigido por Fábio Barreto, o mesmo diretor de ''O Quatrilho'', que concorreu ao Oscar nos anos 90. O filme é estrelado por Rui Ricardo Diaz, Glória Pires e Cléo Pires. Como um grande problema do nosso país é a falta de cinemas, os produtores do filme farão exibições especiais para comunidades pobres de grandes cidades, e para as pessoas que residem na zona rural. Pelo menos prometeram isso.

O filme conta a história de Lula desde seu nascimento, em 1945, no sertão de Pernambuco, até sua consagração como líder sindical, em 1980, no ABC paulista. Para que todos possam ver este filme, e talvez algo mais além do filme, os políticos se apressam para aprovar o Vale. Que coisa! Não quero ser acusado de levantar a bandeira anti-cultura, pelo contrário, se eu pudesse já teria levado cultura a todos os cantos deste país, eu disse CULTURA, não dar dinheiro a rodo utilizando a palavra cultura como a principal culpada desse aumento de gastos. Por que não investir estes 2 ou 3 bilhões na escola pública, que atualmente está sucateada? Por que não investir estes 2 ou 3 bilhões em bibliotecas públicas para as cidades que não tem uma única prateleira de livros destinados à população, lugares que não tem sequer uma creche ou um hospital? Por que não investir estes 2 ou 3 bilhões em escolas de teatro ou cinema? Por que nada disso é tão importante quanto um filme, um filme que ainda será lançado, e irá mudar a conta bancária de quem desejar ir vê-lo, ou não.

Segundo a matéria, o Vale-Cultura será concebido nos moldes de um benefício trabalhista, como, por exemplo, um vale alimentação. Com o cartão, os beneficiados poderão adquirir ingressos de cinema, teatro, museu, shows, além de livros, CDs e DVDs, entre outros, como roupas de carnaval, e talvez até, DVDs piratas... Com 50 reais vai ter gente fazendo a festa no camelô.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O APAGÃO


As luzes do Hospital Municipal, assim como toda a aparelhagem médica, desligaram repentinamente. Sem entender nada do que acontecia, Afonso abriu os olhos lentamente, acordado pelos gritos que corriam em alta velocidade pelos corredores do lugar. Não conseguindo ver nada diante dos seus olhos, o homem esticou o braço na intenção de apalpar a parede, que em sua memória deixava claro sua proximidade com a estrutura de tijolos. Ao encontrar o que procurava, andou vagarosamente pelo corredor, a procura da porta do quarto onde seu pai estava internado. Logo que girou a maçaneta e entrou, não teve certeza se estava no lugar certo, então caminhou até a cama do doente e perguntou-lhe ao pé do ouvido:

_ És Aloísio, filho de Marli, cunhado de Pedro, irmão de Lurdes e pai de três gordos filhos?

Nenhuma resposta foi ouvida. O homem entrou em desepero, pois o silêncio agora o atordoava como nunca, devido a lembrança de que estava numa sala de UTI. Por mais que gritasse, xingasse, falasse algo, não haveria jeito algum, não havia energia elétrica no lugar. Quando os aparelhos voltaram a funcionar já era tarde demais. O pai de Afonso havia falecido, pois ficara mais de 15 minutos sem assistência respiratória.

O dia seguinte foi o pior de todos. Velório, caixão, enterro. Livre das preocupações momentâneas e pronto para chorar tudo que desejava, Afonso voltou pra casa andando devagar. Quando se aproximava da esquina menos movimentada da cidade, local que comporta uma banca de revistas montada, o homem parou para ler as notícias do dia. Em pé diante do jornal exposto na porta do estabelecimento, Afonso leu a manchete principal da publicação:

''Apagão deixou 18 Estados brasileiros sem energia elétrica ontem à Noite, na maioria das cidades o tempo sem luz não passou de 15 minutos''

_ Quinze minutos._ resmungou o rapaz antes de retomar sua caminhada de volta pra casa.

{assim escrevi no dia seguinte ao apagão que chamou a atenção do país. 10/11/2009}

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

POPE: PROFESSORES de OPERAÇÕES ESPECIAIS


Escolas municipais do Rio terão programa de proteção contra tiroteios 

Ao ler uma reportagem na Folha Online, do Rio de Janeiro, achei esta reportagem em destaque. Um texto muito bem escrito de Diana Brito, explicava a situação atual dos professores municipais do Rio de Janeiro, cuja situação atual levará estes profissionais a terem ''táticas de evacuação em área de guerrilha'' para continuarem trabalhando na função que escolheram para suas vidas, ensinar. A decisão foi tomada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio, que chegou afirmar na quarta feira, dia 4 de novembro, estar estudando uma forma de implantar um plano emergencial destinado a treinar professores e funcionários de 1.064 escolas cariocas, contra situações de alta tensão, como tiroteios entre criminosos e policiais. Embora estejam planejando tal ''CURSO'', ainda não sabem quando ele será colocado em prática.

De acordo ainda com a própria secretaria municipal de educação, o objetivo do plano é levar mais segurança às escolas do município. Como? Não entendi esta colocação. Segundo a secretaria, o projeto conta com técnicas contra tiroteios, acidentes graves, incêndios e até mesmo balas perdidas. Tudo bem, mas... O que os professores tem a ver com isso? A secretaria explicou em uma nota dizendo:

"A ideia é preparar esses funcionários para terem uma atuação apaziguadora, deixando as crianças mais calmas e seguras em possíveis situações de pânico".

Parece piada, mas eu fiquei imaginando uma sala de aula, com alunos de quinta série, a professora demorando mais de trinta e dois minutos para conseguir a atenção deles, e quando finalmente consegue a atenção de todos, começa um tiroteio do lado de fora da sala de aula. Gente correndo, gritos, sirenes, o caos... Então, neste momento, com os alunos todos desesperados frente a docente, pois conhecem o valor da vida, tendo de ouvir da profissional:

_ Calma gente, isso não é nada de mais, é só um tiroteio. E não é de mentirinha.

Seria o mesmo que dizer: ele só teve um traumatismo craniano, só isso. Que coisa. Se a professora, ou o professor, for lecionar a disciplina de Ensino Religioso, ele ainda pode puxar uma oração ao som dos tiros de fuzis. Se for de matemática, pode elaborar uma equação do tipo: se os policiais disparam 400 tiros por minuto e os traficantes 600, em quantos minutos teremos uma vítima inocente no meio do conflito. Deve ser isso que este tal programa chama de ''técnica para enfrentar tiroteios''. Caso contrário, e plagiando Geraldo Vandré, eu não acredito no giz vencendo o canhão, para não dizer flor. Segundo dados da secretaria de educação do Rio de Janeiro atualmente há 200 escolas municipais localizadas em áreas de risco, em regiões localizadas dentro de comunidades. Cada vez mais a situação da educação no Rio de Janeiro se depara com estas demonstrações de violência urbana. Na terça feira, dia 3 de novembro, cerca de 13 mil alunos de escolas e creches públicas foram prejudicados por causa de uma série de confrontos entre criminosos de facções rivais e policiais militares na Vila Kennedy, zona oeste do Rio.

Cita ainda a notícia de Diana Brito, da Folha Online, que no último dia 20, dois homens armados invadiram o pátio da escola Professora Maria de Cerqueira e Silva, em Manguinhos, zona norte do Rio, durante uma tentativa de fuga, o relógio marcava 11h30 da manhã. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, os homens passaram pelo local, mas não permaneceram na escola nem invadiram nenhuma das dependências internas da unidade. Que bom, só passaram por ali, nada de mais. Menos mau.

No último dia 17, confrontos entre traficantes de favelas na zona norte do Rio resultaram na queda de um helicóptero da Polícia Militar e deram início a uma onda de violência que deixou pelo menos 42 pessoas mortas. No centro deste tumulto todo, está a disputa pelos pontos de venda de drogas entre traficantes do morro São João, que atualmente é controlado pelo Comando Vermelho, e aliados do morro dos Macacos, controlado pela ADA, cuja sigla significa Amigos dos Amigos.

Há alguns dias o governo do Rio de Janeiro deu um aumento de 5% para os policiais cariocas arriscarem suas vidas nos morros. Enquanto um político recebe centenas de benefícios e salários gigantescos em comparação com qualquer trabalhador da sociedade, temos de acreditar que os professores, treinados e estudados para apenas transmitirem o conhecimento, agora terão que se equiparar aos policiais treinados para este tipo de coisa, isso é o que podemos chamar de relação interdisciplinar. Por que quando nos deparamos com alunos armados na escola, dentro da sala de aula, que não são poucos não, não podemos levantar um dedo contra esta questão. Por um lado temos medo de denunciar, pois podemos sofrer atentados, por outro, caso chamamos a polícia, é capaz de sofrermos represálias por parte dos comandantes da própria escola, que passam a mão na cabeça de certos alunos que de inocentes não tem nada. Querem que a gente negocie com os traficantes da mesma forma que negociamos com um aluno portando um revólver calibre trinta e oito? Querem que deixamos a turma calma, diante de barulhos de tiros, lá fora, sendo que já nos deparamos com armas reais diante dos olhos destes mesmos alunos, dentro da sala? Se for isso, então não precisamos de treinamento, já estamos mais do que preparados a lidar com situações desta natureza. Pra que gastar dinheiro com este tipo de treinamento? Vou procurar a resposta...

De qualquer forma isso já um avanço, pois nem no Iraque, país com tradição em bombas, e que bombas hein; os professores não receberam este tipo de treinamento para atuarem nas escolas de lá. O que fazer então? Pois até agora só apresentei a iniciativa da secretaria de educação do Rio e não dei solução nenhuma para o caso. Primeiro, eu não sou dono de nenhuma verdade, e não tenho receita para todos os problemas do mundo, mas uma coisa posso falar, não é ministrando cursos com este tipo de treinamento para os professores que o problema vai melhorar. Não é dando 5% de aumento para os policiais herois que eles irão subir o morro com um sorriso extraordinário no rosto. O problema está no dinheiro que a droga proporciona. Tem muito dinheiro envolvido em tudo isso. Por que quando uma autoridade muito, mas muito, muito mesmo, importante vai ao Rio de Janeiro tudo parece maravilhoso? E o convidado ainda tem a alegria de declarar ao final de sua viagem: ''o Rio de Janeiro continua lindo''. Por que é montado um esquema de segurança sem igual referência em todo o mundo para proteger esta pessoa que lá está. Agora, o papa, um presidente, uma artista de cinema famosa, ou até mesmo um cantor famoso demais da conta, não se vê todos os dias pelos morros cariocas, são momentos especiais, por isso são protegidos ao extremo. Por outro lado, segundo a mentalidade de alguns, professores e policiais tem bastante. Isso para não falar na situação dos alunos que ali residem e correm riscos todos os dias. Se a secretaria de educação vai ministrar este curso, ótimo, todos os professores devem fazê-lo, com certeza. É mais um item para o currículo deste professor que ao entregar sua ficha num estabelecimento contratante poderá ouvir do funcionário do RH:

_ Professor Cecílio Dias, formado em Letras, pós graduado em Literatura, cursos de linguística, análise do discurso, literatura francesa, literatura portuguesa, literatura brasileira e técnicas de guerrilha, especializado em acalmar alunos durante tiroteios, fugir de balas perdidas e intermediar conversas coloquiais com sequestradores armados até os dentes.

Eu poderia embasar esta fala no nosso código civil e na constituição brasileira, onde o governo tem a responsabilidade de prover segurança, educação e saúde a todos os cidadãos, por isso pagamos tantos impostos; os professores e os policiais são apenas algumas peças deste sistema que sustenta milionários questionadores de recursos e mais recursos para copa do mundo e olimpíadas com estádios de futebol sem visão do campo todo. Para não derreter no calor da cidade escrevendo este texto, e não me segurar mais aqui, posso terminar plagiando Karl Marx, no livro ''Manifesto do Partido Comunista'', não que eu seja um comunista ou simpatizante do sistema, mas sim apenas um admirador desta frase que aqui substituo trabalhadores por professores: '' Professores do mundo, uni-vos''.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PROFESSOR: PROFISSÃO DE RISCO

No dia 02 de dezembro de 2007 o Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos, com texto de Marly Quadros publicou a seguinte informação: ''Mais de cinco mil dos 22 mil professores do Estado do Pará têm problemas nas cordas vocais''. ''A rotatividade de professores nas salas de aula é grande e uma pesquisa da Secretaria de Educação do Estado apontou que a maioria dos docentes afastados de suas funções atualmente sofre com problemas nas cordas vocais. Eles somam mais de cinco mil dos quase 22 mil professores que integram o quadro funcional da Seduc. Nas escolas municipais, a situação não é muito diferente. O mesmo problema afeta 30%, ou seja, pelo menos 90 dos mais de 300 profissionais ligados à Secretaria Municipal de Educação que costumam se ausentar da sala de aula a cada mês. Se for considerado o ano letivo completo, este número sobe para pelo menos 3.300 pessoas atingidas''. Este tipo de problema deixa faz com que os professores  se afastem de sala de aula em média de 60 a 90 dias corridos, por ano.

''O professor está doente. Excesso de trabalho, indisciplina em sala de aula, salário baixo,
pressão da direção, violência, demandas de pais de alunos, bombardeio de informações,
desgaste físico e, principalmente, a falta de reconhecimento de sua atividade são algumas
das causas de estresse, ansiedade e depressão que vêm acometendo os docentes brasileiros''.
(Revista Educação, 2007)

''A atividade de ensino já foi vista como função de alto valor social, interpretada como um "dom", um "sacerdócio", valorizada por todos os cidadãos e assumida pela sociedade como uma atividade pública. Nos últimos tempos, com o predomínio e expansão das relações capitalistas, essa atividade perdeu completamente este sentido''. (SINPROBA - filiado a Cut. CONTEE)

No Brasil, estudos que abordam as condições de saúde e trabalho dos professores quase não existem. Na segunda metade da década de 90, foram produzidos alguns estudos sobre este assunto. Condições de saúde e de trabalho dos professores em escolas públicas. É claro que tudo que você lerá a seguir é preocupante para um professor, para quem não é, serve apenas como estatística. A investigação de Codo et al. (1998) sobre a saúde mental dos professores de 1o e 2o graus em todo o país, abrangendo 1440 escolas e 30.000 professores, revelou que 26% dos professores da amostra estudada apresentavam exaustão emocional (cerca de 1 professor a cada quatro estudados). Essa proporção variou de 17% em Minas Gerais e Ceará a 39% no Rio Grande do Sul. A desvalorização profissional, baixa auto-estima e ausência de resultados percebidos no trabalho desenvolvido foram fatores importantes para o quadro encontrado. (SINPROBA - filiado a Cut. CONTEE)
Ruiz et al. (1995), investigaram a demanda de professores de 1o e 2o graus da rede pública de Sorocaba, São Paulo, num ambulatório especializado em saúde ocupacional. A demanda por atendimento foi periódica nos semestres: no começo do ano era pequena, nos meses seguintes aumentava, no início do 2o semestre voltava a diminuir e, novamente, aumentava no final do ano. Durante as férias, a demanda registrada era mínima. Segundo os autores, esse comportamento da demanda favorece a hipótese de que a procura do cuidado médico e, consequente afastamento do trabalho, aumentava no decorrer do período letivo, revelando um desgaste crescente dos professores. Dentre as doenças mais freqüentes encontraram a laringite, que representou 39,8% dos diagnósticos realizados, seguida pela asma ocupacional (15,3%), alergia ocupacional (6,8%) e lesões por esforços repetitivos (LER). Carvalho (1995), estudando professoras primárias na cidade de Belém, encontrou níveis mais elevados de suspeição de sintomas psíquicos (de acordo com o instrumento de detecção utilizado: o MMPI), em escolas onde se relatou um relacionamento menos democrático com a direção, do que naquelas onde predominavam relações mais democráticas. 
Em Salvador, Bahia, o CESAT (Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador), órgão da Secretaria de Saúde do Estado, em um estudo da demanda do Ambulatório no período de 1991 a 1995, registrou o atendimento de 76 docentes. Das pessoas atendidas 93,4% eram mulheres, com faixa de idade predominante entre 40 a 49 anos. Após avaliação, 46 educadores (60.5%) foram diagnosticados como portadores de doenças ocupacionais. As doenças encontradas foram: calos nas cordas vocais, 41.3% dos casos, rinosinusite, 34.8% dos casos, asma, 13.0%, Lesões por Esforços Repetitivos, 6.5%, dermatose, 2.2% e varizes, 2.2% (CESAT, 1997).
Estes dados apresentados pelo SINPROBA, revelam um conjunto de repercussões nocivas do trabalho na saúde dos professores, ainda que a visibilidade dessas repercussões não seja tão evidente como em outras categorias profissionais.  Entretanto, a grande maioria desses estudos investigou escolas públicas. Considerando que o processo de trabalho docente em escolas particulares, em muitos aspectos diferem, drasticamente, das escolas públicas, torna-se necessária a avaliação da saúde dos professores, no contexto específico das escolas particulares. Esta preocupação já ultrapassou o contexto da necessidade, alcançando um grau de caráter obrigatório avaliar a saúde do professor brasileiro. E, de acordo com o número crescente de novas escolas surgindo no Brasil anualmente, principalmente particulares, corremos o risco de ver o professor entrar em extinção. O que para muitos alunos seria um sonho realizado.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A FIGURA DO PROFESSOR


Dias atrás alguns professores comemoraram o dia do professor, como naquela ocasião eu não tinha muito o que comemorar, não levantei esta bandeira. Alguns professores reclamam do salário que ganham, e com razão, ele não é tão bom quanto deveria, ou não é suficiente pela carga de estresse que passamos em sala de aula dia a dia. Só quem enfrenta uma quinta série, com 48 alunos querendo destruir você todos os dias, tem o direito de dizer que esta profissão é estressante, os demais, apenas dialogam com alunos que ali estão. O mais incrível é ligar o rádio, numa conceituada emissora de São Paulo, e ouvir uma mulher que se diz psico alguma coisa, chamar os professores de preguiçosos e reclamões. Dizer que ser professor tem a mesma carga de estresse que outras profissões, qual será que ela estava se referindo? Um policial, talvez... Acredito que um policial tenha a mesma carga de estresse que nós temos, com uma diferença, ele não é obrigado a ficar parado diante de uma agressão, tanto verbal como física. Ele pode reagir, afinal, pouquíssimas pessoas tem sangue de ''barata'' neste mundo.

Criticar o outro é fácil, e muita gente faz isso. Falamos de políticos, que não fazem nada, falamos de médicos que não trabalham direito, falamos de motoristas de ônibus que fecham a porta na nossa cara quando já estamos quase entrando no veículo, falamos de advogados que não advogam de forma correta, falamos de funcionários públicos que enrolam no serviço, falamos de bancários que fazem greves, e chamamos professores de vagabundos, quando estes pedem maiores salários. Aliás, isso ficou marcado na vida dos professores. Não há manifestação que seja, para pedir qualquer coisa, por parte dos professores, que não receba esta acusação, maiores salários. Sempre, parece que esta classe só sabe fazer isso.

Se os profissionais da educação param para pedir redução de alunos em sala de aula, a imprensa diz: querem maiores salários. Se os professores param de trabalhar para pedirem menos violência nas escolas, a imprensa solta a manchete: professores pedem maiores salários. Se os professores pedem aumento de hora atividade, a imprensa solta: professores novamente querem maiores salários, aí então, os professores fazem uma paralização pedindo um piso salarial e a imprensa, já cansada, deixa de escrever: olha aí ta vendo, a gente avisou, eles só querem maiores salários. Que coisa estranha acontece nesse mundo estranho.

Que a classe docente não é unida, todo mundo já sabe. Que a classe docente está sendo massacrada dia a dia, todo mundo já sabe também. Que os alunos fazem o que querem e o que não querem dentro de uma escola, isso já é sabido de todo o planeta. Menos para os teóricos, psico alguma coisa, que ainda ficam horrorizados quando ouvem a notícia: ALUNOS FAZEM SEXO DENTRO DO COLÉGIO. E tem teórico, que nunca entrou em sala de aula, sabe lá Deus se tem filho esta pessoa, ou até mesmo já ouviu falar em adolescente, vir até os microfones da imprensa pra dizer: ''Isso é um absurdo! O que uma ''criança'' de 13 anos sabe sobre sexo?'' Pelo amor de Deus, volta pra Marte, lá não deve ter isso na televisão, nas bancas de jornais, nas conversas de amigos e nos desenhos animados. O que mais me indigna não é ouvir tal asneira, mas sim a complementação que segue tal fala. Conclui o psico não sei o quê: ''Isso com certeza é culpa da escola e dos professores que não estão orientando estes alunos''. Meu Deus...

Quando se trata de adolescentes a culpa deve ser de alguém, menos dos adolescentes. Por volta de 40 anos atrás a culpa era da família, lugar onde este adolescente nasceu e foi criado. Passado algum tempo, a culpa passou a ser do governo, mas o governo tratou de fazer leis e livrar-se da responsabilidade, então estudar tornou-se obrigatório, sendo assim, a culpa é da escola, pois é lá que este adolescente deve estar na maior parte do tempo, de certa forma, a escola é culpada.

De qualquer forma, é o professor quem aguenta as piores coisas em seu turno de trabalho. Aguenta crianças e adolescentes no auge da falta de educação. Aguenta agressões verbais, aguenta pressões psicológicas descomunais, sofre com problemas sérios de saúde, como síndrome do pânico, quadro de depressão e problemas físicos, como dores no ombro, na visão, no joelho, nas costas, nas articulações em geral. É ele quem tenta convencer os pais que os filhos estão no caminho certo e por isso ele ainda continua ensinando algo para aquele ser humano; embora os pais quase nunca lhe dão razão, e sempre é ele quem está errado, mesmo assim ele tenta. Caso a figura do professor não estivesse presente nas escolas, o futuro de alguns não teria rumo certo. Os alunos não saberiam em quem se espelhar, na falta de um exemplo em casa, e ninguém estaria lendo este texto agora.

Dias atrás recebi um texto, cuja identificação remete a um autor desconhecido. Para fechar tal argumentação, cito o mesmo na sequência. O escrito chegara até minha pessoa identificado com o título: O FIM DOS PROFESSORES. Diz a estória que por volta do ano 2.209 D.C., ou seja, daqui a duzentos anos, em uma conversa entre o avô e seu neto, o menino fará a seguinte pergunta:
''– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitia conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa. Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo. Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas.. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério. Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade. Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos subversivos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram, porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora” que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores. Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.
– Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?
– Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...''

E é isso... Pelo menos é o que vejo... Feliz dia dos Professores...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

FESTA DA BANANA


A localidade de Massarandubinha, e é assim mesmo que se escreve, é um recanto rural do Estado de Santa Catarina. Os jardins e as casas são bem cuidadas. Plantas e flores embelezam as entradas das propriedades e dão um ar mais agradável para quem transita pela rodovia SC-416, que leva a essa comunidade a cerca de dez quilômetros do centro de Massaranduba, e é assim mesmo que se escreve. Nessa região a economia é bem diversificada. Em muitas famílias, a base do sustento familiar é o plantio do arroz, palmeiras, legumes e a banana. E é com a banana, que Massarandubinha ganha destaque anualmente com a realização da Festa da Banana.
O evento, que está na quarta edição, sempre é aberto com um desfile de tratores e máquinas agrícolas, que acontece na estrada, e segue até o salão da Comunidade Glória. Participam dessa demonstração das riquezas locais os produtores de todos os cantos da área rural.
A banana é o destaque do evento, por isso, serve de ingrediente para os pratos que serão servidos na festa. São usados quase 600 quilos nas receitas que são devoradas pelos visitantes. Entre as comidas a base de banana destaca-se o nhoque feito com biomassa de banana verde.
Nos pratos doces, as opções também são variadas, com banana passa, cuca e geleias. Durante o evento, as mulheres dos agricultores costumam participar de um concurso culinário com receitas à base de banana. Os segredos ficam escondidos até o domingo, dia final do evento, quando é feita a avaliação e também a premiação das guloseimas mais saborosas e criativas. 
Além das comidas típicas acontece também o concurso dos melhores expositores de banana. Uma comissão avalia o tamanho dos cachos e a beleza das frutas, para escolherem quem será o vencedor. A rainha da festa da banana é quem recebe os convidados e os bananicultores, é assim mesmo que se escreve. 
A entrada para o evento é franca, mas para entrar no baile tem um ingresso a ser comprado no local. Shows de acrobacia são realizados em horários expecificos dentro do evento.
Massaranduba, em Santa Catarina, tem hoje 138 produtores de banana, dentro de 1,7 mil hectares. Ano passado foram produzidas 50 mil toneladas da fruta.

domingo, 18 de outubro de 2009

PRIMEIRA FESTA DO UMBU


Árvore sagrada do sertão

Depois que o grande Euclides da Cunha fez referência ao Umbu, no livro OS SERTÕES, o umbuzeiro, planta sagrada do sertão baiano, espalhou-se pelo mundo dentro da literatura euclidiana. Mas o Umbu sempre esteve lá, antes de Euclides e depois de Euclides. Continuando a série que inaugurei sem querer neste blog há alguns dias, cito mais uma festa regional do Brasil, a festa do UMBU. Neste caso a primeira que foi realizada neste mesmo ano de 2009, mais precisamente em janeiro, na Bahia. 
O umbu é uma fruta nativa da caatinga. Na região semi-árida do Brasil o umbu é produzido em grande escala no período de um ano, isso faz da fruta um dos mais importantes produtos do lugar. O umbu é o símbolo da convivência e da abundância, pois independente das condições do tempo, o umbuzeiro produz. Por se tratar de um produto alimentício da biodiversidade brasileira, atrativo e de alto valor nutritivo, os produtos do umbu têm um público alvo bastante diversificado. Atualmente, em várias regiões do Semi-árido, agricultores e agricultoras estão beneficiando e comercializando o umbu, cujos produtos já se encontram em vários estabelecimentos comerciais (supermercados, lanchonetes, hotéis e lojas de conveniência), e sendo utilizado na merenda escolar de vários municípios. Os produtos comercializados são suco, geléia, doces em calda, de corte, cremoso, polpa congelada e pré-cozida. Esses produtos trazem consigo ainda a vantagem de ter validade mínima de um ano, sem a necessidade de refrigeração.
O valor nutritivo do umbu é de fato um dos principais fatores que levam as pessoas e os próprios produtores a consumirem os produtos derivados. O umbu é uma das principais fontes de vitamina C que existe no Semi-Árido e ainda possui uma grande composição de outros elementos essenciais na alimentação como cálcio, fósforo, ferro e vitamina A. É por essa e outras razões, que a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá, decidiu realizar este evento denominado como Iª Festa do Umbu: Árvore Sagrada do Sertão, uma festividade de confraternização e de estímulo à conscientização educativa dos produtores, familiares, habitantes das comunidades e entidades que ao longo de 20 anos desenvolvem um trabalho de organização civil-comunitária e de convivência com o semi–árido.
A festa tem como objetivo reunir os cooperados, os grupos de produção e a comunidade local para divulgar a importância de práticas sociais, ambientais e culturais e celebrar os resultados do beneficiamento e comercialização dos produtos oriundos das frutas nativas da caatinga, especialmente o umbu, símbolo cultural e ambiental da região.
O evento proporcionou ainda a reunião de todos os envolvidos, atores e atrizes, de um filme que começou a ser produzido há 20 anos, relembrando os passos iniciais do caminho trilhado, através de fotografias, vídeos, DVD, e também de depoimentos dos produtores e parceiros do umbu.

I Festa do Umbu - 24 de janeiro de 2009 - Praça São João Batista; Uauá (Bahia).

A programação da primeira festa do Umbu foi voltada para oficinas, ensinando a populares a gastronomia baseada no umbu; oficinas voltadas para a economia local e o meio ambiente, sempre enfocando o umbu; concurso de músicas, poesias e cordeis, voltados para o umbuzeiro; concurso de culinária a base de umbu, e por fim, apresentações musicais com artistas locais.


“… os umbuzeiros… árvores sagradas do sertão…semelham grandes calotas esféricas. Suas flores alvíssimas são a nota mais feliz do cenário deslumbrante. Desafiando as secas mais duradouras, amparam, alimentam, mitigam a sede do homem do sertão”.

Os Sertões – Euclides da Cunha


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Festa do Quiabo

Canindé
Sergipe

Dias atrás fiquei com vontade de ir a uma festa típica da região onde eu nasci e cresci, o interior do Paraná. Quando eu era pequeno eu ia com meus pais para as tais quermesses, e ali a gente se acabava de comer amendoim, pipoca e tomar quentão. Era muito bom. Este ano, no lugar onde estou morando, e talvez devido a crise mundial, não tive contato com nenhuma festa junina, como costumávamos chamar tais eventos. E somente agora, em outubro, próximo ao famoso dia das crianças fui me dar conta de que este ano não participei de festa alguma, relacionada a um simples pula fogueira.
Dentro deste raciocínio pensei em procurar festas típicas de cada uma das regiões do Brasil, que é muito rico neste quesito. Foi então que me deparei com a Festa do Quiabo. Encontrei algumas fotos e algumas informações a respeito, e decidi colocar por aqui, para aqueles que não conhecem ficarem sabendo que existe isso no nosso país, e para aqueles que já conhecem, matarem um pouco a saudade de tal evento.
No dia 18 de setembro, foi realizada na cidade de Canindé de São Francisco, a IV Feira Agropecuária do Alto Sertão Sergipano e a IV Festa do Quiabo. A Feira aconteceu no Complexo Agropecuário Orlando Gomes de Andrade. Ali naquele lugar foram realizadas várias atrações, como a exposição e a premiação de animais puros e mestiços; o campeonato leiteiro; a exposição de equídeos das raças Mangalarga Marchador, Quarto de Milha, Appaloosa, Paint Horse, Piquira e Pônei. O valor total das premiações ultrapassou a cifra de 25 mil reais.
Enquanto a programação técnica da Feira acontecia no Complexo Agropecuário, o Forródromo da cidade estava reservado para shows e outras atividades. Em meio a estas atividades aconteceram diversos concursos culturais como a escolha da melhor receita gastronômica à base de caprino e quiabo; a corrida ‘escorrega no quiabo’; o maior comedor da gastronomia do quiabo e, finalmente, a escolha da Garota Quiabo 2009. No ano passado, em 2008, a Festa do Quiabo aconteceu no dia 27 de setembro, onde as atividades culturais tiveram uma pequena mudança para este ano. Naquela ocasião ocorreu a escolha da Rainha do Quiabo, a corrida do quiabo, o pau de sebo de quiabo e a apresentação da culinária a base de quiabo; como quiabada, caruru, risoto de quiabo, e a galinha de capoeira, ou, guisado de carneiro com quiabo. O ponto alto da festa é a escolha da Rainha do Quiabo, onde meninas desfilam almejando este título, e outro momento importante desta festa é ver quem come mais quiabo. Este quadro, se é que podemos chamar assim, funciona da seguinte forma. Os competidores sentam à mesa e ali esperam pelos pratos com quiabo. O quiabo é feito numa panela enorme, tudo com muita baba, os pratos tem o tamanho de uma tigela pequena. Alguns organizadores da festa vão enchendo os pratinhos e colocando na mesa, próximo aos comedores de quiabo, os comedores de quiabo vão pegando os pratos e mandando tudo para dentro do estômago. E vale de tudo para comer, tem gente que dispensa a colher e bebe o quiabo, tem gente que usa as mãos e tem gente que segue o ritmo usando a colher de plástico. O vencedor de 2008 ficou dois dias sem comer nada, e venceu engolir o conteúdo de 26 tigelas de quiabo, somando a isso três quilos da hortaliça; em 2009 o vencedor chegou ao prato número 14. Que coisa, isso é que é gostar de quiabo. (Fonte: quarta-feira, 7 de outubro de 2009 – CINFORM – Aracaju / Sergipe)
Durante a festa, restaurantes e bares da região oferecem variados pratos à base de quiabo. Distante 213 quilômetros de Aracaju, Canindé de São Francisco é o maior produtor de quiabo no Estado de Sergipe. Cerca de 80% da safra são consumidas pela Bahia. Com aproximadamente 23 mil habitantes, Canindé de São Francisco ganhou uma nova sede para a cidade, em março de 1987, depois da construção da Hidrelétrica de Xingó. A padroeira do município é Nossa Senhora da Conceição. Muitas são as vocações turísticas da região. Entre elas estão o Cânion do Rio São Francisco e o Museu Arqueológico de Xingó (MAX). (Fonte: CINFORM 20/08/2008)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Rio de Janeiro - 2016


O Brasil mais uma vez vai ser o centro das atenções em poucos anos. Alguns dizem que tudo vai depender de como será a Copa do mundo de futebol em 2014, para só então termos uma noção real de como serão as Olimpíadas de 2016. Sucesso ou fracasso. E o que não falta nesse momento são pessoas opinando na realização da festa. Parece que a cantora Vanuza já foi convidada para cantar a Hino Nacional Brasileiro na abertura do evento, um grupo de cinquenta alcoólatras vai acender a tocha olimpíca, e assim por diante. Lula está se transformando no homem evento, depois de trazer a Copa para o Brasil, e agora as Olimpíadas, os mais otimistas não duvidam nem um pouco que a próxima eleição para escolha do Papa vai ser em Aparecida do Norte.

Ser o centro das atenções por um lado é muito bom, podemos fazer mais reivindicações quanto as condições de trabalho, salário, alimentação; podemos mostrar o que temos de melhor e pior para o restante do mundo, além de podermos ganhar um pouco de dinheiro com o turismo e os investimentos que serão feitos aqui. Os mais lulistas dizem que o país vai gastar 30 bilhões, mas vai ganhar 50 bilhões em retorno financeiro. Os mais pessimistas dizem que os políticos irão fazer a festa com o dinheiro destinado a construções e demais melhorias. O importante é fiscalizar tudo, tendo em vista que muitos acusam problemas nos investimentos feitos no finado Pan Americano.

De uma forma ou de outra, agora já é, como dizem os cariocas; não tem mais como o governo se arrepender de nada, o negócio é não desviar dinheiro algum, investir, e mostrar que aqui nesse país a gente não vive só pra pagar impostos, de vez em quando a gente paga eventos maiores, como a realização de uma Copa do Mundo e a estrutura de uma Olimpíada.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

CUIDADO, troco errado sem testemunha não volta


ESTOU INDIGNADO

Enfim...

Pior do que ser um cara desonesto é você ser um cara honesto que é acusado de ser desonesto, mesmo agindo na honestidade, mas fica desacreditado por estar sendo acusado por um cara desonesto que grita mais do que você que sempre foi honesto.

Para entender melhor, explicarei a situação: hoje de manhã, como faço todos os dias úteis, acordei as cinco e meia, tomei o meu café e fui trabalhar. Passo pela mesma roleta todos os dias, e todos os dias cumprimento o mesmo cobrador que ali trabalha, embora alguns acham que isso é uma rotina suicida, eu andei me acostumando por uns tempos. Mas hoje, o destino quis me proporcionar coisas novas, então aceitei tranquilamente, como sempre aceito as coisas novas que a vida nos proporciona. Acordei no mesmo horário, tomei meu café ouvindo o rádio na mesma sintonia, e então saí de casa. Caminhei até o terminal de ônibus e me dirigi para a roleta. Logo que retirei minha nota de cinco reais do bolso, vi que não era o mesmo cobrador que estava lá, então o dia começava a mudar de rosto. Vi um cobrador novo, um rapaz um tanto quanto estranho, que me encarou quando parei na frente do guichê. Entreguei a ele uma nota de cinco reais, ele liberou a catraca, passei por ela, ele me entregou um monte de moedas na mão e então, ao longe, consegui ver que o ônibus que me leva todos os dias para o trabalho estava encostando na plataforma. Como todo mundo que está atrasado saí correndo. Segurei bem firma aquele monte de moedas na mão e corri até a escadaria que me levaria ao carro coletivo. Desci uma escada e subi a outra correndo, quando cheguei na frente da porta do ônibus, o motorista fechou a mesma e foi embora. Fiquei ali, parado, somente olhando o ônibus que ia embora e eu ficava. Ciente que dali dez minutos outro ônibus iria passar, não me preocupei em esperar, afinal, essa não é a primeira vez que isso acontece. Enquanto estava ali esperando, resolvi contar as moedas que estavam na minha mão. Contei três vezes pra ter certeza e tive, o cobrador me deu o troco errado, estavam faltando dois reais no montante que me pertencia.

Raciocinando com a matemática de troco, embora eu não seja muito bom de contas, irei tentar resolver esta conta. A passagem do ônibus custa 2,20, eu entreguei ao cobrador uma nota de 5 reais. Bem, cinco reais menos dois reais e vinte centavos são 2,80. Na minha mão eu tinha 0,80 centavos de real; logo, faltavam dois reais.

Não pensei duas vezes e voltei até o guichê onde eu havia atravessado a catraca. Parei na frente do cobrador e expliquei a situação:

_ Eu acabei de passar por aqui, e te entreguei cinco reais, e você esqueceu de me devolver os meus dois reais de troco. Você poderia olhar aí do lado, as vezes caiu no chão, nãa sei._ tentei explicar de uma forma didática e educada.

Ele me olhou com ar de superioridade e disse com descaso:

_ Não tem nada aqui não, eu nem conheço você.

_ Eu não to falando isso! To dizendo que você me deu o troco errado, eu te dei 5 reais, você só me deu oitenta centavos, estão faltando dois reais, você pode me entregar os meus dois reais?_ pedi mais uma vez com educação.

Ele então me olhou mais uma vez e disse:

_ Por que você não reclamou na hora? Eu não tenho nada a ver com o seu problema._ respondeu o estúpido.

Naquele momento eu me segurei para não elogiar a família dele. Eu estava atrasado e começava a me indignar com aquele pedaço de carne humana na minha frente. Então respirei fundo e falei pela última vez:

_ Você me deu o troco errado, estão faltando dois reais, você pode me dar os dois reais?

Ele me encarou e disse:

_ Você tem testemunha que você me deu cinco reais? Você tem como provar? Entâo eu não vou te dar nada.

Engolindo um monte de palavras que eu aprendi com uns amigos de trabalho, e percebendo que aquilo não iria chegar a lugar algum, saí dali. O primeiro funcionário da empresa de ônibus que encontrei, próximo à plataforma, expliquei-lhe a situação. Ele me olhou e disse:

_ Se você não tem prova, não podemos fazer nada, será a palavra dele contra a sua._ explicou-me o segurança.

Sentindo-me o mais gigante de todos os fracos, voltei para o guichê e olhei no crachá do cobrador qual era o nome dele. Marquei a hora que tudo aconteceu e fui embora. Trabalhei a manhã toda e fui embora. Quando cheguei em casa liguei para o disque informação e consegui o telefone da empresa de ônibus. Expliquei que queria reclamar a respeito de um troco errado, a empresa então gentilmente me alertou.

''reclamações somente serão aceitas por escrito com os devidos argumentos''

Então pensei, o que será isso? Será que são as tais provas que eu não tenho, só por que estávamos eu e o cobrador ali, sem mais ninguém por perto, na hora que eu passei naquele roleta suja entregando meu dinheiro honesto para um desonesto? E era isso mesmo, eu estava certo. Sem provar o que houve, não tenho direito nem de reclamar, pelo menos não segundo os argumentos dessa empresa de ônibus. Então decidi buscar os meus direitos e encontrei argumentos semelhantes ao que a empresa alega. Parece que a respeito desse assunto até o momento só o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul tem uma explicação. De acordo com texto de Giovanna Rodrigues, publicado em 22 de janeiro de 2007, no portal da administração, a 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, considera que o troco no valor menor que o devido não gera indenização por dano moral. Mesmo que você queira entrar na justiça e correr o risco de receber algo em troca alegando danos morais, não tem jeito; você não está amparado por este argumento. É a mesma coisa que dizer; perdido já está, agora preste atenção da próxima vez.

É, foi um dia estranho; perdi boa parte dele reclamando o meu dinheiro e por fim, não consegui provar nada. Foi a viagem mais cara que eu já fiz até meu trabalho em anos e anos andando na mesma linha de ônibus. Eu não sou rico, e você pode estar pensando: que ridículo, brigar por 2 reais, mas não é esse o caso. Eu tenho o dinheiro do ônibus separado para todos os dias de trabalho, se um dia ele some, terei que tirar de outro lado do orçamento doméstico para cobrir aquela falta. O que mais me indignou nessa situação toda foi a forma como o funcionário me tratou. Eu parecia o maior bandido da face da terra, e isso me deixou furioso. Mas, você também pode estar pensando: se ele tivesse te dado mais dinheiro você não voltaria. Ledo engano, já voltei várias vezes para devolver cinquenta centavos, dez centavos e até um real, pois todos trabalham, e mesmo que para alguns seja pouco, sempre acaba faltando em algum momento. Enfim... O dinheiro ficou com o cobrador, ou com a empresa, não sei, tudo que sei é que o serviço coletivo deve melhorar e muito para pagarmos quatro reais e vinte centavos por uma viagem até o trabalho, com ônibus abarrotados de gente pisando no seu pé, e o veículo se contorcendo na rua em alta velocidade numa espécie de competição DERRUBA PASSAGEIRO; este valor é um absurdo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

ZELAYA Jones... Ou será o MAGNUN ?


José Manuel Zelaya Rosales foi eleito presidente da República de Honduras em 2006. Tudo ia bem em seu governo, quando em junho de 2009 ele recebeu ordem de prisão em sua residência. Quem o prendia? Tropas do exército hondurenho. Depois de preso foi enviado para a cidade de San José, na Costa Rica. Mas, por que o prenderam? Desobediência Constitucional foi o que disseram. Logo após sua prisão e deportação, a maior parte da comunidade internacional condenou a ação. E todos consideraram o que aconteceu em Honduras como um clássico golpe de Estado. Quem entrou no poder? Roberto Micheletti. Novamente a comunidade internacional não reconheceu este governo. Alegaram desta vez que não havia consistência concreta alguma para impedirem o homem de governar, por isso o novo governo não seria considerado coisa alguma para o restante do planeta.
Candidato à presidência de Honduras, pelo Partido Liberal, Zelaya foi eleito presidente da república, derrotando por uma pequena margem de votos o seu oponente Porfirio Pepe Lobo, candidato do Partido Nacional de Honduras.
Logo que assumiu a presidência começou a colocar seus planos de governo em prática. Entre suas promessas de campanha estava a de dobrar o número de policiais, de 9.000 para 18.000 agentes, e um programa de reeducação entre as gangues Mara Salvatrucha. Com estas ações passou a ser visto como o candidato da reconciliação, ao contrário de seu adversário, Pepe Lobo, que defendia a adoção da pena de morte. Apesar de eleito por um partido de direita, Zelaya promoveu reformas econômicas e sociais consideradas de esquerda, o que o levou a perder popularidade entre os donos do poder econômico, por outro lado, a esquerda passou a apoiá-lo. A oposição de setores da direita ao seu governo recrudescia à medida que Zelaya se aproximava de Hugo Chavez, com a adesão hondurenha à ALBA, e, sobretudo por seus ataques verbais aos Estados Unidos e ao setor empresarial.
Quando o amigo Hugo Chávez decidiu não renovar a licença da emissora de TV Rádio Caracas Televisão (RCTV), uma das mais antigas e tradicionais do país, Zalaya pensou em algo para a imprensa do seu país. O homem hondurenho não chegou ao extremo de fazer o que fez o amiguito, mas por sua vez, determinou que todas as estações de rádio e TV de Honduras transmitissem, em rede nacional, durante dez emissões, emissões de duas horas sobre programas do seu governo, para "combater a desinformação disseminada pela mídia”.A medida, embora legal, foi duramente criticada pelo principal sindicato dos jornalistas do país, que acusou Zelaya de estar repetindo os mesmos atos autoritários da sua oposição. Naquela ocasião o jornal NotiCen da Universidade do Novo México, publicou uma afirmação de Zelaya, onde este dizia que "a imprensa não estava sendo justa na cobertura do seu governo", e citava como exemplo as matérias que passavam a impressão de que as estatísticas de homicídio aumentavam, quando na verdade haviam caído 3%, em 2006, segundo informações do próprio Zelaya.
Em 22 de Fevereiro de 2008, Zelaya sugeriu que os Estados Unidos legalizassem as drogas, o que segundo ele, diminuiria a violência e os homicídios em Honduras. Honduras faz parte do roteiro do tráfico de cocaína entre a Colômbia e os Estados Unidos, juntamente com Guatemala, El Salvador e o México, o que segundo ele, seria a causa de 70% dos homicídios do país - cerca de 12 por dia, para uma população de apenas sete milhões de pessoas.
A revista The Economist elogiou Zelaya por cumprir algumas de suas promessas de campanha, mas criticou a falta de um programa coerente que resolvesse os problemas mais profundos do país, sobretudo pela ferrenha oposição direitista e as crescentes tensões sociais.
Em razão da crise mundial e da elevação dos preços dos alimentos em 2007-2008, além do aumento da violência ligada ao narcotráfico (Honduras teve a mais alta taxa de homicídios da América Latina), a aprovação do governo de Zelaya teve uma queda expressiva em 2008.
Em 23 de março 2009, Zelaya decretou a realização de uma consulta popular sobre a realização de um referendo para que houvesse à convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A consulta deveria ocorrer até o dia 28 de junho e seria colocada nos seguintes termos:
‘’Você está de acordo que, nas eleições gerais de novembro de 2009, se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, que aprove uma nova Constituição política?’’
O resultado positivo da consulta popular serviria como fundamento para que o Executivo enviasse ao Congresso Nacional, um projeto de lei sobre a colocação de uma quarta urna nas seções eleitorais durante o pleito de novembro.
A consulta foi desautorizada pelo Congresso e pelo Judiciário. Entretanto, Zelaya decidiu realizá-la, ainda que seu valor fosse meramente simbólico. Como os militares se recusaram a distribuir as urnas, o presidente demitiu o chefe do Estado Maior Conjunto, Romero Orlando Vasquez Velasquez. Este não acatou a ordem e teve o apoio dos demais comandantes, assim como do Congresso e do Judiciário.
Por fim, no próprio dia 28, quando seria realizada uma tentativa de subversão da ordem constitucional vigente maquiada de consulta popular, Zelaya foi preso, por ordem da Suprema Corte e do Congresso Nacional, por tropas do exército hondurenho, que o colocaram em um avião, com destino à Costa Rica, configurando-se assim um impedimento constitucional legítimo. O Judiciário hondurenho anunciou que dispunha de provas suficientes para processar Zelaya por 18 delitos, incluindo traição à pátria e descumprimento de 80 leis aprovadas pelo Congresso.
Zelaya então foi embora do país, curtiu um sol diferente, comeu em restaurantes diferentes, mas sentiu falta de casa, e então voltou. No dia 21 de setembro Zelaya entrou clandestinamente em Tegucigalpa, capital de Honduras. E para não ser preso, entrou de fininho na embaixada brasileira e lá ficou. Os brasileiros como sempre, acolheram com muito amor e carinho esta pessoa que é tão querida do povo brasileiro. Piada né? Enfim.
Os Estados Unidos classificaram como "irresponsável" a volta clandestina do presidente deposto Manuel Zelaya a Honduras. Disse ele que o retorno de Zelaya não serve aos interesses do povo. "Os que facilitaram a volta de Zelaya têm uma especial responsabilidade para prevenir a violência e garantir o bem-estar do povo hondurenho"(fonte: Revista Veja.com – crise em Honduras. 28/09/2009)
O presidente deposto está refugiado na embaixada brasileira, o governo interino, liderado por Roberto Micheletti, ameaçou retirar o status diplomático da embaixada brasileira, caso o Brasil não defina a situação de Zelaya. Ou seja, é melhor desentocar o cara de lá, se não, a casa vai cair para os brasileiros que não tem nada a ver com o peixe.
Alguns órgãos da imprensa brasileira estão dizendo que Zelaya está transformando a embaixada brasileira no seu próprio quartel general, outros estão arriscando dizer que o Brasil não deveria entrar numa guerra e num problema que não é nosso. Outros gritam e esbravejam dizendo que a partir do momento que Zelaya entrou na embaixada brasileira e alguém autorizou esta entrada, então estas pessoas deveriam dar longas explicações a respeito disso, mas na prática não é isso que acontece. Pelo contrário, parece que o nosso presidente está muito a vontade com toda essa situação. E chegou a declarar em todas as letras que o Brasil não reconhece esse governo de Honduras. Tudo bem, se não reconhece, não reconhece, mas precisa falar que não reconhece? Que coisa.
 Cada vez mais o mundo está voltando seus olhos para Honduras, enquanto o novo governo hondurenho volta seus olhos para a embaixada brasileira. O comandante da ONU afirmou nesta terça feira, 29 de setembro, que o exército de Honduras não tem o direito de invadir ou atacar a embaixada brasileira, mas, como sabemos, uma guerra declarada é uma guerra declarada, não há o que fazer. Ainda mais agora que a ONU entrou no mérito da questão e fez uma declaração desse tipo. Que chato. Será que eles não lembram o que aconteceu quando eles disseram aos EUA que eles não deveriam atacar o Iraque e caçar o Sadan Hussein? Enfim, cada vez mais o molho ta esquentando, esperamos a braços mornos que o principal prato hondurenho não seja servido com feijão brasileirinho.

VAMOS À ESCOLA, roubar a merenda...


Ao abrir o jornal nesta terça feira deparei-me com uma notícia um tanto quanto estranha, roubo de alimentos nas escolas. Incrível! Já não basta a quantidade pouca de comida que chegam até os colégios, agora, estão roubando até esta comida que conseguiu chegar ao colégio? É o fim dos ladrões de equipamentos, a coisa está tão complicada que estão roubando comida... Bem, devo corrigir esta última frase, na verdade não estão roubando comida, estão apenas entrando nas escolas, arrombando as portas dos depósitos de merenda e estragando toda esta comida. Caso a notícia fosse outra, estão roubando pra comer, poderíamos pensar em ações divinas contra esta raiva momentânea que pode surgir num leitor comprometido com o país; estão roubando por que não tem o que comer, então estão consumindo coisas que fará bem a saúde de alguém; que bom se fosse assim. O que está acontecendo é um descaso do ser humano para com crianças que não tem nada a ver com o fracasso alheio. Entrar numa escola, estragar a comida que seus filhos, um parente próximo, ou quem sabe um conhecido faminto, iria consumir em uma, duas, ou três refeições, é mais do que um ato mutante, citei tal palavra para não ofender diretamente os animais.

Na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, uma escola foi arrombada no dia 10 de setembro de 2009; motivo: roubo de comida. A Escola Municipal Carlos Chagas teve suas portas e janelas arrombadas pelos bandidos que entraram para saquear alimentos. Da escola foram roubados 187Kg de arroz, 103 Kg de feijão, 79 Kg de macarrão, 35 Kg de carne seca, um botijão de gás, uma bomba de água e um aparelho de som. Nada restou na dispensa para os cerca de 280 alunos da escola. A diretora da escola, que não quis se identificar, disse que a unidade não possui vigia, por isso não tem muita segurança. (fonte: ururau.com.br - 29/09/2009)

Outra escola, desta vez no município de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, no Estado do Paraná, teve seus cadeados arrombados por ladrões. A escola já vem sendo assaltadas por um certo tempo, acumulando em sua trágica recente história, 24 roubos, somente no ano de 2009. De acordo com o jornal paranaense, os ladrões já levaram desde alimentos usados na merenda escolar até os computadores da escola. Logo depois que os primeiros roubos aconteceram, a direção do colégio decidiu guardar os alimentos dentro da sala de informática. A medida de segurança, porém, não resolveu o problema. Os bandidos quebraram os vidros da sala e pegaram os produtos. “Eles pegam um ferro, dobram, fazem um gancho e puxam pelo vidro os alimentos que estão dentro da sala”, contou Celso Rosa, pai de um aluno que estuda no colégio.
Da última vez que ali entraram os marginais, as ferramentas improvisadas para o roubo ficaram jogadas no pátio da escola. Os bandidos levaram biscoitos, sopas e o arroz da merenda dos estudantes. Na lista do que foi roubado ainda estão computadores, televisores, produtos de limpeza, panelas, uma máquina de lavar roupas, as torneiras e até o álcool gel. Os bandidos não deixaram nem o material de construção que estava sendo usado na reforma da escola. Só o bebedouro se salvou. Ele ainda está no pátio porque foi preso à parede. (fonte: Gazeta do Povo - 29/09/2009)

Em Campo Magro, outra cidade da região metropolitana de Curitiba, policiais da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) localizaram caminhões roubados e cinco toneladas de merenda escolar, distribuída pela Secretaria da Educação. O material estava armazenado em um barracão na cidade de Campo Magro. A carga foi identificada pelos rótulos nos produtos, com logotipo da Secretaria da Educação e com aviso de venda proibida. Segundo boletim de ocorrência, em 3 de julho, ladrões atacaram o caminhão de uma transportadora, carregado com cerca de cinco toneladas de produtos da merenda escolar. O destino dos alimentos era as escolas estaduais de Colombo, também na região metropolitana.(fonte: O Diário on line - 29/09/2009)

Para tanto, o que deve ser feito quando isso acontece? Primeiro reforçar a segurança, e há meios legais para que isso aconteça. Em relação ao material roubado, no caso mais específico dos alimentos, a Secretaria Municipal do Estado de São Paulo apresenta um dos caminhos. Em caso de roubo ou furto de alimentos a unidade escolar que foi invadida e saqueada deverá providenciar o Boletim de Ocorrência (B.O.), relacionando com detalhes os alimentos e as quantidades roubadas e/ou furtadas. Deve-se registrar a ocorrência junto a SME/DME, anexando no mesmo documento um Memorando Padrão à SME/DME, no qual deve relacionar os alimentos e as quantidades roubadas e/ou furtadas, não esquecendo de informar a necessidade ou não de reposição. O Boletim de Ocorrência (B.O.) deve discriminar todos os alimentos roubados e a quantidade de cada produto que foi roubada. A nota ainda deixa bem claro que somente será feita a reposição nas quantidades igual ou inferior dos alimentos que estiverem relacionados no B.O., nada mais além disso.(fonte: Portal da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo)

Em artigo publicado na folha on line de 29 de abril de 2004, Luciana Constantino, cita o relatório preliminar da Unesco, ''Vitimização nas escolas'', onde a escola pública brasileira, que deveria ser um lugar de inclusão e convivência de diversidades, tem se transformado cada vez mais em um ambiente onde o aluno se sente vulnerável e inseguro. O presente relatório cita ainda que entre os alunos entrevistados na rede pública de cinco capitais e do Distrito Federal, 83,4% disseram existir violência em sua escola. O roubo é o tipo mais freqüente, citado por 69,4% dos estudantes. Dos que já foram roubados na escola, 37,1% responderam ter sido vítima uma ou mais vezes no último ano. Um dado preocupante: 4,8% dos entrevistados assumem já ter participado de algum roubo na escola.
"O roubo se tornou algo secundário, normal. Foi completamente banalizado. Muitas vezes os alunos reclamam, mas não têm resposta de diretores ou professores. Isso faz com que se sintam vulneráveis", afirma a socióloga Miriam Abramovay, coordenadora da pesquisa.(fonte: Folha On Line - 24/04/2004)

Além do roubo estar sendo tratado como coisa banal dentro de uma instituição escolar nos perfis atuais, a pesquisa aponta que o roubo pode ser um ato de exibicionismo ou de tentar obter aquilo que o aluno não tem. "Roubaram muita coisa na minha sala. Este ano, já perdi dois estojos cheios de lapiseira, caneta, lápis de cor. Mas tem que tomar cuidado. Dessas coisas pequenas, daqui a pouco estão roubando dinheiro", diz o depoimento de um aluno do ensino fundamental no Distrito Federal.

Ou quem sabe, merenda. Talvez o roubo da alimentação não seja por necessidade de venda, troca ou fome, mas sim um ato de poder dentro do grupo. A Unesco, durante a realização deste trabalho, aplicou questionários a 12.312 alunos e 2.395 adultos (professores, diretores e funcionários) em 143 escolas da rede pública das cidades de Belém, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Distrito Federal. A amostra foi expandida, por isso os dados correspondem, segundo a Unesco, a 2,115 milhões de estudantes do ensino fundamental e médio.

Assim como num grupo de pichadores, onde o mais alto ponto a ser pintado com letras indecifráveis para meros normais não pertencentes ao bando, é o maior grau de respeito alcançado pelo realizador, invadir uma escola e espalhar merenda pelo pátio, também pode ser. 

Em notícia publicada em agosto de 2004 um colégio estadual de Sergipe expôs este problema: ''Desde segunda-feira, 16, as aulas do Colégio Estadual Professor Hamilton Alves Rocha, localizado no conjunto Eduardo Gomes, em São Cristóvão, Aracaju - Sergipe, estão com as aulas paralisadas. A decisão foi motivada após dois arrombamentos ocorridos na unidade de ensino durante este fim de semana. No primeiro, ocorrido no sábado, 14, os invasores aproveitaram a falta de vigilância e levaram da dispensa do colégio um botijão de gás e parte da merenda das crianças. No dia seguinte, os funcionários encontraram a janela da cantina aberta e a merenda espalhada pelo pátio. Mesmo tendo consertado a porta, o local foi arrombado novamente, entre o domingo para a segunda-feira. Desta vez, as paredes, as geladeiras e o freezer foram pichados. A 6ª Delegacia Metropolitana foi informada do ocorrido e realizou buscas no local. Foram encontradas panelas, além de um liquidificador e o botijão de gás, escondidos num matagal nas imediações da escola. Segundo os funcionários, o mato alto que circunda o colégio facilita a ação dos assaltantes''. (Jornal da Cidade-SE, p. Capa e p. Cidades B5 – 17/08/04)

Coinscidência ou não, pichação e merenda no pátio é uma forma de ser notícia, pelo menos dentro do grupo que estes mutantes pertencem; cito novamente a palavra mutante para não ofender os animais.  O relatório da Unesco ainda cita a questão da entrada de armas nas escolas, segundo a pesquisa a arma mais comum no ambiente escolar é o canivete: 21,7% disseram já ter visto um. Outros 12,1% disseram ter visto revólver na escola e 13%, faca.
"A minha colega entrou com uma faca de mesa. Porque a moleca de outra gangue queria agarrar ela, queria furar ela e ela trouxe uma faca", diz o relato de uma aluna do ensino fundamental de Belém.(fonte: Folha On Line - 24/04/2004)
Para Abramovay, a escola precisa se tornar um local de diálogo com o objetivo de tentar reverter o quadro de violência que tem sido registrado. "Na escola tem funcionado a lei do silêncio, em que os alunos fingem que nada está acontecendo, os diretores ignoram e os professores também não falam, muitas vezes até por medo de represália. Com isso, a escola se torna um lugar desprotegido, que não consegue passar valores mínimos", diz a pesquisadora.

Apesar dessa visão crítica, 49,2% dos alunos consideram sua escola boa ou ótima. Outros 43,1% disseram que seu colégio é "mais ou menos". Agora, se não tem merenda, aí ela se torna péssima.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O aluno que PICHOU a parede


Dias atrás escrevi um texto aqui mesmo neste blog falando sobre o uso do celular em sala de aula, não demorou muito tempo para que o mundo me surpreende-se novamente. Direto do Rio Grande do Sul chegou diante dos meus olhos, através dos meios televisivos normais uma nova notícia voltada para as salas de aula. É incrível como tem gente filmando coisas dentro da sala de aula, enfim; a notícia desta vez faz referência a um aluno, que escreveu na parede da sala de aula, parede esta que havia sido pintada num mutirão organizado junto aos pais dos alunos do colégio no feriado de sete de setembro. O que houve com este aluno? Ele foi agredido? Ele foi espancado? Ele foi humilhado em praça pública? Não, ele simplesmente teve que reparar o seu dano e pintar novamente a parede que os pais dos alunos tinham pintado, menos os pais dele, é claro, por isso papai e mamãe do aluno em questão ficaram tão revoltados com a punição aplicada ao menino, que foram procurar um advogado para talvez estragar a vida da professora que agiu conforme diz a lei do país onde vivemos.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, conhecido como ECA, no seu art. 116, trata da ''obrigação de reparar o dano, em se tratando de ato infracional, com reflexos patrimoniais. O dever de reparar o dano, já se trata de uma medida sócio-educativa''.(fonte: DireitoNet - Lorena Matos Gama. 09/01/2007) Ou seja, fazer o aluno arrumar o que ele quebrou já é uma medida de educá-lo para que ele não quebre mais nada, isso é medida sócio-educativa.

O Código Civil brasileiro apresenta em seu Art. 928 que ''O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem''. Caso ele tenha que conseguir dinheiro muito rapidamente, e precise de um montante absurdo para reparar o prejuízo que ele causou, ele não poderá ficar na miséria absoluta e ser privado do necessário para viver, assim como sua família também não pode, de acordo com a lei, mas não é o caso aqui, ele nem sequer foi obrigado a comprar a tinta para pintar a parede da escola que ele pichou.

As medidas sócio educativas aparecem no artigo 112 do ECA, no capitulo VI, e compreende as seguintes medidas para aquele que comete infrações contra o patrimônio público, peço uma atenção especial ao segundo item da lista:

''Art.112. Verificada a pratica de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 

I – advertência; 

II – obrigação de reparar o dano; 

III – prestação de serviços a comunidade; 

IV – liberdade assistida; 

V – inserção em regime de semiliberdade; 

VI – internação em estabelecimento educacional 

VII – qualquer umas das previstas no art. 101, a VI''.

E foi o que foi feito com o aluno, sem medo algum de provocar um problema com a lei.

Por sua vez a Constituição Federal, em seu artigo 129, inciso III, prevê a legitimidade do Ministério Público para promover a ação civil pública contra atos lesivos ao patrimônio público. O que isso quer dizer? Vejamos: 

"Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;" 

O patrimônio público, ou seja, a escola pública deve ser preservada contra qualquer tipo de interesse particular. Pois ela é pública, ou seja, pertence ao todo, pertence ao meio, pertence ao coletivo que dela faz uso. Quando os pais se reuniram para pintar a escola durante um feriado nacional, sete de setembro, o coletivo estava ajudando a preservar um bem público, onde os filhos de todo este coletivo iriam frequentar nos próximos dias, assim como produzir conhecimento  naquele ambiente, conhecimento em benefício do todo, e não somente para ajudar uma pessoa. Eis então que um individual decide destruir o que o coletivo fez, mas isso não pode ficar assim. Como sair ileso de uma situação onde todos controem para que um destrua. Se tivéssemos vivendo sob a lei do Talião, este ser humano individual teria pago pelos seus rabiscos com a própria vida, mas como nós temos uma lei federal, podemos consulta-la e ver o que esta mesma lei nos diz para quem destroi  o que foi construído. A lei prevê a responsabilização do agente causador do dano ao patrimônio público: 

"Art. 37. § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível." 

Os atos de improbidade administrativa que causem dano ao erário estão previstos na Lei 8429/92.  Ou seja:

"Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 

Sendo assim, a Referida lei prevê, ainda, obrigação do agente ressarcir o dano causado, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.  Entendendo o que isso quer dizer, este individual que estragou a obra do coletivo, que pague pelo que fez, ou seja com dinheiro pelo prejuízo ou seja com seu próprio trabalho, sem que a escola, ou os pais que ali ajudaram, ou que o Estado tire um centavo do bolso para arrumar o que ele quebrou.

"Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações: 

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;" 

A ação de ressarcimento dos danos ao erário é IMPRESCRITÍVEL, conforme se extrai do artigo 37, parágrafo 5°, da Constituição Federal:

"Art. 37. § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento." (fonte: Educação a Distância Interativa - Elisa Maria R. Ramos. 10/02/2009)

Desta forma, podemos dizer que não há como escapar, ou até mesmo violar tal ação de ressarcimento. Quebrou, paga. No caso citado a professora gaúcha agiu de forma muito branda com este aluno. Ela nem obrigou o aluno a comprar a tinta pra pintar a parede que ele tinha riscado, e menos pior pra ele, ele não foi sequer suspenso ou expulso da instituição onde estuda, como observa a constituição federal no parágrafo segundo artigo 10, enfim, não sei por que tem tanta gente que insiste em continuar batendo só pra pedir desculpas depois... E lêlê.