''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A CHUVA que CHEGOU


Hoje a tarde eu estava atualizando este blog e colocando as postagens do dia, quando uma surpresa veio a tona. Ao abrir meus e-mails me deparei com uma daquelas correntes. Ao final da bonita mensagem, um pedido. Envie para 20 amigos e em 4 minutos você receberá uma notícia. Tudo bem, enviei para 20 e-mails de pessoas que conheço e comecei a marcar os 4 minutos no relógio. A tal mensagem não dizia se a notícia que eu supostamente iria receber era boa ou ruim. Mas enfim, baseando-me no rosto de Jesus estampado no e-mail, pensei: só pode ser coisa boa. Num dia normal eu não acreditaria nisso, mas hoje eu acreditei mais do que nunca. Voltei para a atualização do blog e dei por encerrado meu trabalho por ali. Quando acreditei ter acabado, escrevi a seguinte frase: ''e a chuva que não vem''. Mensagem esta que está um pouco abaixo desse texto que você lê agora. Pronto, terminei, saí da frente do computador e fui até a cozinha buscar um copo com água.


Quando voltei, o tempo virou. Tudo ficou escuro. Alguns pingos de chuva atingiram a janela e do nada, um vento muito violento arrancou inúmeras folhas da árvore que fica ao lado do lugar onde moro. Pensei: Isso não é normal. Problemas a vista, eu não devia ter dito nada. Talvez para provocar uma reação na população, feito uma enzima, começou a chover muito, muito, muito, muito mesmo. E ventar muito, muito, muito, muito mesmo. Resultado, as janelas não suportaram o impacto do vento com a água que caía do céu e transbordaram o líquido da vida para o soalho da minha casa, o que me obrigou a usar todas as minhas duas toalhas de banho para resolver esse problema. Como sempre acontece num momento como esse, só duas toalhas de banho não foram suficientes para sanar a água que entrava pela janela, então fiquei sem ação. Depois de uma hora de chuva intensa, e a casa toda molhada, a chuva parou. O trânsito ficou um caos, os semáforos apagaram e muita coisa ficou embaixo da água, menos o chão que consegui secar. Muita água, nunca vi isso. De todos os problemas, um arrependimento. Por que quando eu escrevi que a chuva não vinha, eu não substituí a palavra chuva por dinheiro? Vivendo e aprendendo.



Fonte das Imagens: google.com

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Fonte: google.com

TERÇA-FEIRA
e a chuva que não vem

31 de OUTUBRO - DIA do SACI




Natural, aparentemente natural; sempre foi ver o mundo norte-americano invadir o nosso país. Música estadunidense tocando nos rádios e a juventude canta sem entender a letra. No comércio lojas com nomes em inglês. Marcas de roupas, sapatos e tudo que há ao redor, pode ser substituído pela língua inglesa. O carrinho de cachorro quente já estampa um gigante HOT DOG na sua lateral. Voltando do trabalho deparei-me com a palavra STOP pintada no chão. Enfim, no início desse texto eu escrevi a palavra ''natural'', porque esse foi o mundo que eu nasci e cresci, embora seja brasileiro. Por isso tornou-se natural ver, ouvir e conviver com a língua estrangeira, sobretudo o inglês, no dia a dia. Sabemos mais do que nunca que as coisas não precisavam ser assim, afinal, nossa língua materna é outra. O Halloween é uma festa irlandesa, que no início de 1800 tomou conta dos Estados Unidos. No dia 31 de outubro as crianças desse país saem as ruas, vestidas com suas máscaras de horror, pedindo doces. Nessa festa de comemoração pagã misturam-se velhas lendas e histórias inventadas para dar um clima sinistro à comemoração. Como não poderia ser diferente, essa festa também chegou ao Brasil, assim como tudo que vem dos Estados Unidos. E chegou invadindo escolas e jardins da infância, para cravar bem cravadinho na cabeça das crianças a tradição de morcegos, caveiras, bruxas que voam em vassouras, abóboras e assim por diante. Nós não temos raízes celtas, irlandesas ou inglesas na formação do nosso país, sendo assim, fica a pergunta: por qual motivo comemoramos algo que eles gostam? Nossas raízes tem origem no Guarani, Caraíba, Tupinambá, Pataxó e assim por diante. Nossos mitos e lendas guardam relações com a floresta e outros itens. O mais conhecido símbolo que representa tudo isso é o Saci Pererê. O Saci é o guardião das florestas que garantiam a vida plena de todas as pessoas. Com a chegada dos povos, vindos das mais variadas regiões da África, esse menino guardião foi agregando novos contornos a sua imagem. Ficou negro, perdeu uma perna e ganhou um barrete vermelho na cabeça, símbolo da liberdade. Leva na boca um cachimbo, muito usado pelos mais velhos nas comunidades indígenas. Sua missão no mundo é brincar. Para ele o mundo é um grande jardim. Para manter esses mitos e lendas do povo brasileiro, vivos, o dia 31 de outubro foi escolhido para essa comemoração. O dia do Saci. Além dele, nosso folclore está repleto de figuras como o Caipora, o Boitatá, o Curupira, a Mula Sem Cabeça, todos esses personagens do imaginário popular, sendo eles formadores da mitologia brasileira. O país onde nascemos, crescemos, e provavelmente vamos morrer.
Fonte: google.com / esmaelmorais.com.br / bancodashistorias.blogspot.com.br

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

FRASE do DIA

Fonte: google.com

CINCO TIRAS escolhidas para ocupar esse ESPAÇO no BLOG


Garfield – Jim Davis

Hagar – Dick Browne


Recruta Zero – Mort Walker


O Mundo de BC – Johnny Hart
Fonte: sacizento.bol.uol.com.br

BEM VINDO ao blog CHICLETE de CARNE MOÍDA

Fonte da Imagem: google.com / Cintia

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

BEM VINDO ao blog CHICLETE de CARNE MOÍDA

SEXTA-FEIRA
dia de respirar fim de semana
Fonte da Imagem: google.com / Roberto Hongosi

BRASIL, um país a PARTE

Um grupo de policiais estava passando perto de uma escola em São Paulo. Os alunos ao verem todos aqueles homens fardados, começam a chamá-los de ‘’coxinha’’, uma gíria paulistana. Na mesma hora os policias se irritaram com aquilo, e um deles entrou na sala de aula para repreender os alunos. Pronto. Foi o suficiente para um grupo de pais mobilizarem o mundo, e claro, isso foi pra mídia, e claro, indo para a mídia chegou ao governo, e claro, para não desagradar às pessoas que se acham politicamente corretas, o governo disse que vai apurar o caso, e se tudo for confirmado, vai punir àqueles que os politicamente corretos estão condenando. Nesse caso, os policiais.


Desde o começo do ano uma série de policiais, estando de folga ou não, com a família ou sozinhos, estão sendo assassinados no nosso país, sobretudo em São Paulo. O governo até agora não agiu com tanta rapidez assim, por que será? Mas, mexeu com alunos mal educados, pronto, aí desagradou todo mundo. No momento que o policial falava com os alunos alguém tirou uma foto. Fato normal nos dias de hoje, os alunos tem celular com câmera fotográfica e frequentam qualquer lugar com esses aparelhos eletrônicos, tirando fotos e filmando sem autorização o tempo todo. Agora, ameaça tirar o aparelho da mão do coitadinho, você entra numa fria. Enfim, voltando para a foto que foi divulgada. Na foto vemos um policial com farda da polícia militar de são Paulo e ao lado dele, duas mulheres, possivelmente professoras. Uma delas está encostada na porta, e a outra, vestindo camiseta branca, está ao lado do homem que aponta o dedo para os alunos. Bem, um relato publicado no facebook, no perfil ‘’Mães de Maio’’, escrito por uma mulher que não estava na sala, não estava no colégio, mas pode ser parente de algum aluno que estava naquele ambiente, ou não, talvez estivesse só reproduzindo o que fora dito a ela, escreveu o seguinte texto sobre a foto:

"... as crianças mexeram com eles pela janela chamando-os de ‘coxinha’. Isso foi o suficiente para eles invadirem a escola, entrarem nessa sala de oitava série e cometer atrocidades como ameaças de morte, coação, engatilhar armas, humilhá-los, chamá-los de marginais, enfim...atitudes dignas de homens ‘corajosos’. Esse é nosso pais. Essa escola é municipal. CEU EMEF Parque Bristol".(facebook, perfil Mães de Maio)

Muito bem. Não consigo acreditar em momento algum que o policial tenha ameaçado os alunos de morte ou até mesmo engatilhado a arma na frente da turma toda. Isso é conversa pra tentar condenar os homens que ali estavam repreendendo os alunos. Outra coisa, a foto não mostra o policial apontando uma arma para os alunos, ele está apontando o dedo, com o braço esticado. Outra coisa. Os alunos filmam qualquer coisa nos dias de hoje. Um rato caiu no bueiro, ele já é filmado, se não surgir logo um vídeo mostrando o policial ameaçando os alunos de morte e engatilhando a arma, desculpe senhorita Mãe de Maio, mas não consigo acreditar na senhora, pois, na foto não vejo isso que a senhora diz. Se o vídeo aparecer, reconheço que fui injusto e acusei maldosamente os pobres alunos repreendidos pelo homem fardado. Não há como generalizar e dizer que um policial nunca, em momento algum, agrediu ou ameaçou uma pessoa, sim, isso já aconteceu, mas nesse caso aqui apresentado, não consigo acreditar nisso ainda. Agora, se ele realmente fez tudo isso que está sendo dito, perguntem às professoras, elas dirão. Não aos alunos, eles não, podem inventar milhões de histórias para sentirem-se mais vítimas ainda, mas pergunte às professoras, até porque, elas estavam na mesma sala que os alunos, no mesmo instante que tudo àquilo aconteceu. Se elas confirmarem tudo isso, aí a coisa pode se complicar para os policiais, agora, se for falácia de aluno, e daí, o que acontece com eles? Nada, provavelmente, como sempre ocorre. Os alunos são protegidos em todos os momentos, e nunca ocorre nada. Não digo isso porque vi uma ou outra reportagem, digo isso porque sou professor e nunca vi um aluno ser punido de acordo com a infração que cometeu. Continuo nessa profissão por aqueles que enxergam um futuro à frente, e fazem de tudo para conseguirem subir os degraus da vida, e conquistarem seus objetivos pelo estudo. É isso que me dá forças. E confesso que alunos assim são mais comuns do que muitos dizem. Os poucos que entram armados no colégio, carregam facas na bolsa, vendem drogas no banheiro da escola, levam bebida alcoólica para beber no recreio, provocam brigas por nada, agridem professores, queimam carros de diretores, destroem o patrimônio público, atiram pelas costas e enfrentam policiais como se esses fossem um lixo que você encontra jogado na rua; esses, graças a Deus, são a minoria. Uma minoria que atrapalha e infelizmente é a minoria mais defendida pela sociedade e pelas leis que aí estão. Se educarmos pelo exemplo, que exemplo os bons alunos terão ao verem que os maus estudantes são tratados como coitadinhos, nunca lhes acontece nada, e que podem falar o que quiserem, para quem for, pois a corda sempre arrebentará do outro lado? É como tentar gritar, e descobrir que fiquei mudo... Ou... Todos estão surdos.

Fonte da Imagem: www.estadao.com.br

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

BEM VINDO ao blog CHICLETE de CARNE MOÍDA

Fonte da Imagem: google.com

QUINTA-FEIRA
dia de brincar com repolho

SÉRIE: INVENÇÕES inventadas por INVENTORES

Fonte: robertkodalonte.wordpress.com

SÉRIE: INVENÇÕES inventadas por INVENTORES

Fonte: robertkodalonte.wordpress.com

VIROU NOTÍCIA


Disco voador avistado por ufólogos no Rio de Janeiro era na verdade um bueiro

(Foto: reprodução do blog site sensacionalista.com.br)

Ufólogos do Rio de Janeiro sofreram um duro baque hoje, com a descoberta de que um disco voador avistado por eles, era na verdade um bueiro lançado ao céu. O ''OVNI'', mais tarde identificado, foi visto sobrevoando os céus de Copacabana na tarde de anteontem. O objeto foi fotografado e os ufólogos iniciaram uma série de debates para saber de onde poderia ser a aeronave. À tarde, a aeronáutica confirmou que não era uma nave, mas sim um bueiro catapultado. Muito chocados com a revelação, os maiores estudiosos no assunto iniciaram testes no suposto bueiro, na intenção de averiguar se o material utilizado para sua fabricação é de fato da terra.
Fonte: www.sensacionalista.com.br

25 de OUTUBRO - DIA da DEMOCRACIA

''A democracia é mais do que a regra de multidão, onde 51% das pessoas podem enviar o diabo para os direitos dos outros 49%''.
Thomas Jefferson


''Vontade da Maioria''

Fonte da Imagem: google.com

terça-feira, 23 de outubro de 2012

BEM VINDO ao blog CHICLETE de CARNE MOÍDA

Fonte: desenho do aquarelista Gonzalo Cárcamo
(ospett.blogspot.com.br)

Aniversário do ''rei'' PELÉ

QUE SAUDADE desse GÊNIO chamado CHICO ANYSIO


Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, conhecido como Chico Anysio foi um humorista, ator, dublador, escritor, compositor e pintor brasileiro, famoso por seus inúmeros quadros e programas humorísticos na Rede Globo, emissora onde trabalhou por mais de 40 anos. Ao dirigir e atuar ao lado de grandes nomes do humor brasileiro no rádio e na televisão, como Paulo Gracindo, Grande Otelo, Costinha, Walter D'Ávila, Jô Soares, Renato Corte Real, Agildo Ribeiro, Ivon Curi, José Vasconcellos e muitos outros, tornou-se um dos mais famosos, criativos e respeitados humoristas da história do país.


Chico Anysio nasceu com o nome de Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, no dia 12 de abril de 1931, na cidade cearense de Maranguape, localizada a 30 km da capital do Estado, Fortaleza. Filho de um bem-sucedido proprietário de uma empresa de ônibus, Chico, como era conhecido, teve uma vida confortável até os oito anos de idade, quando a garagem da frota de seu pai sofreu um incêndio. Deixando a família na pobreza por não possuir seguro, o pai do jovem resolveu se mudar com a família para o Rio de Janeiro, onde teria mais chances de se reerguer. Foi a viagem que mudaria para sempre o destino de Chico. Como todo garoto, o futuro humorista tinha o sonho de ser um jogador de futebol - esporte no qual afirmava ter grandes qualidades. Certo dia, iria disputar uma partida com amigos no campo do Fluminense, onde era proibido entrar com calçados, pois isso poderia prejudicar o gramado.

No entanto, houve um contratempo e o jogo foi transferido para outro lugar, cujo piso era de terra, impossibilitando a prática do esporte descalço. Assim, Chico voltou para casa, com o único objetivo de pegar um tênis, quando se deparou com a irmã saindo para um teste na Rádio Guanabara. O jovem resolveu ir junto e, lá, foi aprovado para ser rádio-locutor e ator. "Por isso digo que sou ator porque esqueci o tênis", costumava brincar. Chico começou bem na rádio, agradando tanto no posto de locutor quanto no de ator. Mas foi a sua criatividade que chamou mais a atenção dos poderosos do entretenimento da época.



O talento para criar personagens, fazendo tipos dos mais variados, o levou ao cargo de roteirista da extinta Atlântida Cinematográfica, produtora de filmes populares que fez sucesso no Brasil entre os anos de 1941 e 1962. Na televisão, Chico estreou em 1957, na TV Rio, com o Noite de Gala, programa musical que recebia cantores e celebridades da época. Dois anos depois, já era um artista celebrado e ganhou o humorístico "Só tem Tantã", rebatizado meses depois como Chico Anysio Show. Em 1968, foi para a TV Globo, onde, aos 37 anos, teve a oportunidade de se tornar nacionalmente conhecido. Nela, criou e participou de alguns dos mais célebres humorísticos da televisão brasileira, como Chico City, Chico Total, Escolinha do Professor Raimundo e, mais recentemente, Zorra Total. Sem dúvida, o maior triunfo de Chico foram suas criações, tão marcantes que são lembradas até hoje pelas mais diversas gerações.


O humorista tem em seu currículo mais de 70 personagens, como Alberto Roberto, Professor Raimundo, Bento Carneiro, Bozó, Justo Veríssimo, Painho, Véio Zuza, Zé Tamborim, entre tantos outros. As qualidades de Chico não se limitavam à criação e interpretação de tipos engraçados. Ele também se destacou como autor de romances, contos e peças de teatro, além de ter pintado uma série de quadros, principalmente nos últimos anos de vida. Chico também teve uma fase fraca em sua carreira e, por quase uma década, ficou impossibilitado de fazer o humor que lhe era tão característico. Apesar disso, autores de novelas o resgataram, levando-o para um nicho até então deconhecido por ele, no qual se destacou ao longo da década de 2000, quando atuou em sucessos como Caminho das Índias, Pé na Jaca e Sinhá Moça. O humorista também tinha uma vida agitada longe da profissão. Chico foi casado seis vezes, a primeira delas com a comediante Nancy Wanderley, com quem teve um filho. Vieram depois a vedete Rose Rondelli, a atriz Alcione Mazzeo, a cantora Regina Chaves, a ministra da Fazenda do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello, e, mais recentemente, a empresária Malga di Paula, a única que não lhe deu herdeiros.



Chico teve oito filhos - Lug de Paula, Nizo Neto, Ricardo, André Lucas, Cícero, Bruno Mazzeo, Rodrigo e Vitória -, que o descreviam como um pai atencioso e amoroso. Celebrado Depois de anos atuando em novelas, e de muitos apelos por sua volta à comédia, Chico ganhou um especial de fim de ano em 2009 chamado Chico e Amigos. O sucesso do programa trouxe de volta a figura do humorista à grade da programação de comédias da TV Globo, que passou a inserir semanalmente alguns de seus mais clássicos personagens no Zorra Total. Em 2007, o cartunista Ziraldo o homenageou por seus 60 anos de carreira com o livro É Mentira, Chico?, no qual, ao lado de outros artistas renomados, criou caricaturas dos personagens de Chico. Dois anos depois, foi a vez de ser reverenciado no Carnaval. A escola de samba Unidos do Anil, do Rio de Janeiro, desfilou com o enredo Chico Total! Sou Anil e Faço Carnaval.

Em 2010, ainda recebeu homenagem na primeira edição do Risadaria, evento de humor realizado anualmente em São Paulo. Em seus últimos anos de vida, Chico também atuou no cinema, como em "Se Eu Fosse Você 2", sendo em 2010 o longa recordista em bilheteria no Brasil. Nesse filme interpretou Olavo, e, no ano anterior, dublou o simpático velhinho Carl Fredericksen para a versão nacional da animação "Up - Altas Aventuras".

O humorista foi internado no dia 2 de dezembro de 2010, quando deu entrada no hospital devido a falta de ar.
Na avaliação inicial, detectou-se obstrução da artéria coronariana, assim, foi submetido à angioplastia. Chico Anysio ficou 109 dias internado, recebendo alta apenas no dia 21 de março de 2011. Neste período, o humorista permaneceu a maior parte do tempo na UTI.
Em 23 de abril de 2011, Chico Anysio retornou ao programa "Zorra Total" interpretando a personagem Salomé. No quadro, Salomé conversava "de mulher para mulher" com a presidente Dilma Rousseff. No dia 30 de novembro de 2011, foi internado novamente, devido a uma infecção urinária. Recebeu alta 22 dias depois, em 21 de dezembro de 2011, mas já no dia seguinte voltou a ser internado, com hemorragia digestiva.

Em fevereiro de 2012 foi diagnosticado com uma infecção pulmonar. Apresentou uma piora nas funções respiratórias e renal em 21 de março de 2012.  Com a saúde cada vez mais debilitada, veio a morrer no dia 23 de março de 2012, após sofrer uma parada cardiorrespiratória causada por falência múltipla dos órgãos, decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar. No dia 25 de março, foi cremado no Cemitério do Caju. De acordo com Paulo César Pimpa, seu advogado, o humorista pediu em testamento que metade das cinzas seja espalhada em Maranguape, Ceará e a outra, em uma floresta nos fundos do estúdio do Projac, no Rio.

Causa da Morte: Chico Anysio morreu em 23/03/2012 com 80 anos de idade, vítima de falência múltipla dos órgãos decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar.
Sepultamento:
O Corpo de Chico Anysio foi cremado e suas cinzas foram espalhadas, de acordo com sua vontade, uma parte na cidade de Maranguape (Ceará), e a outra parte nas matas atrás dos estúdios do Projac na cidade do Rio de Janeiro.

Fonte do Texto e das Imagens: www.alemdaimaginacao.com

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

TRILHO de DOMINÓ feito por um PROFISSIONAL DESOCUPADO GENIAL VISIONÁRIO SENSACIONAL do ORIENTE



Muito bom. Sabe quando a gente não tem palavras para construir uma frase?
Pois é, isso aconteceu comigo.

Fonte do Vídeo: robertkodalonte.wordpress.com

CHICLETE de CARNE MOÍDA


O dia foi dos melhores. Acordei atrasado, devido à mudança do horário de verão, e fui para o terminal de ônibus. O ônibus chegou atrasado também, normal, é o tal horário de verão. No meio do caminho, ele parou de andar, simples assim. Estava tudo bem, quando, ele parou, simplesmente parou. Todos desceram e esperaram por outro carro que vinha dali vinte minutos. E como explicar isso no trabalho? Vinte minutos esperando ali, parado; sem contar o tempo de espera que vem depois, com o carro já andando, até chegar ao meu destino final. Calculei uma hora de atraso. Normal, deve ser o horário de verão. Obviamente que uma pessoa atenta tiraria o celular do bolso e ligaria no mesmo instante para o seu chefe dizendo o que tinha acontecido. Mas eu não, esqueci meu celular em casa. Normal, é o tal horário de verão. Nossa, como eu odeio esse horário de verão. Enfim, quarenta e cinco minutos depois, o ônibus que era para chegar em vinte minutos, chegou. Todos embarcaram e ele seguiu destino. Resumindo a conversa, cheguei com uma hora e meia de atraso. Meu chefe olhou pra minha cara e não disse nada, normal, afinal, ele também estava chegando naquela hora devido ao horário de verão. Fiquei a manhã inteira me arrastando em pé, esqueci de avisar meu corpo que eu adiantei uma hora no relógio, sendo assim, meu organismo ainda estava dormindo. Quando a parte da manhã acabou, descobri que o lugar onde eu almoço todos os dias, não ia abrir hoje. Simpático, todos têm o direito de se rebelar e dizer: ''hoje não! Mereço um descanso.'' Concordo plenamente, afinal, esse tal horário de verão acaba com o organismo da gente, e pior, quando o corpo começa a acostumar, ele acaba. Ou seja, é pra acabar de vez mesmo. A tarde também me empurrei no trabalho e a noite chegou, pior ainda, eu estava um verdadeiro zumbi andando e falando qualquer coisa, sem saber o que estava dizendo. É culpa desse tal horário de verão. Perdi o ônibus pra casa. Voltei a pé, no caminho começou chover. Eu gosto muito de chuva. Gosto muito de andar a pé, gosto muito de tudo que acontece ao meu redor, o que sinceramente eu não gosto nem um pouco é esse tal horário de verão. Agora, é só dormir, pois amanhã preciso acordar cedo novamente pra enfrentar mais um dia com esse tal de horário de verão. Desta vez pelo menos, lembrei de avisar meu organismo que amanhã vou levantar uma hora mais cedo, talvez ele me obedeça e goste da ideia... Ou não. O que me deixa mais tranquilo agora, é que não preciso mais me sentir mal com tudo que acontece no dia a dia, afinal; já encontrei a quem culpar por tudo isso; é esse bendito horário de verão.

DIA do PÁRA-QUEDISTA



Fonte da Imagem: google.com

BEM VINDO ao blog CHICLETE de CARNE MOÍDA

Fonte da Imagem: google.com / Cintia

SEGUNDA-FEIRA
falta uma semana para a próxima
segunda-feira

22 de OUTUBRO - DIA do PÁRA-QUEDISTA



O pára-quedas é um equipamento utilizado para impedir que um corpo caia com muita rapidez ao chão. O primeiro salto de um homem com pára-quedas foi realizado em 1797, mas o equipamento permaneceu como simples diversão por mais de um século. Durante a Primeira Guerra Mundial, contudo, transformou-se em eficiente meio de salvamento, sendo empregado por balonistas ingleses e aviadores alemães para escapar de acidentes aéreos. Atualmente é utilizado para salvamento em casos de desastres aéreos, lançamento de tropas, equipamento de socorro e suprimentos para regiões inacessíveis por outros meios, etc.. Embora, tenha muita gente ainda que faça uso dessa prática somente por diversão.

Fonte: quediaehoje.net / Imagem - google.com / http://br.geocities.com/saladefisica3/funciona/paraquedas.htm

CHEIRO de PLÁGIO, APARÊNCIA de PLÁGIO, TEXTURA de PLÁGIO e FORMATO de PLÁGIO


Site encontra semelhança entre Homer Simpson e tirinha lançada em 1949


Reprodução do site "Retronaut" com a tirinha islandesa que tem personagem parecido a Homer Simpson

O site "Retronaut" encontrou uma tirinha islandesa de 1949 que mostra um personagem bastante semelhante a Homer Simpson. Criado nos anos de 1980 por Matt Groening, o personagem animado é um dos mais longevos da televisão. Na tirinha, que é em preto e branco, um desenho de traços parecidos induz a um jogo dos sete erros. Mesmo tendo o formato de cabeça similar, há algumas diferenças. Enquanto Homer tem dois fios de cabelo, o personagem tem três. Ele também é mais magro e fuma um charuto o tempo todo. Será que com o passar dos anos um fio de cabelo caiu da cabeça dele? Coisas do além, cópia, ou coincidência?
Fonte: f5.folha.uol.com.br/televisão - 22/10/12. de SÃO PAULO

domingo, 21 de outubro de 2012

BEM VINDO ao blog CHICLETE de CARNE MOÍDA

Fonte da Imagem: google.com

DOMINGO
dia de tirar a carne que ficou no dente

VIROU NOTÍCIA


Mulher amamenta o cão de estimação da filha

Terri Graham diz que se 'sente completa e uma mãe melhor'.
Ela tem amamentado o cão chamado 'Spider' há cerca de 2 anos.


Após não conseguir amamentar seus dois filhos, uma mulher de 44 anos realizou o desejo materno de uma forma um pouco curiosa. Ela decidiu amamentar o cão de estimação de sua filha de 9 anos de idade, segundo o jornal on-line "Huffington Post".

Mulher provocou polêmica ao amamentar cão de estimação. (Foto: Reprodução)
Em uma entrevista publicada na edição de 20 de outubro da revista britânica "Closer", Terri Graham disse que sabe que algumas pessoas podem considerar uma aberração, mas ela insistiu que a amamentação alimenta o cão chamado "Spider" e faz com que ela se sinta melhor como mãe.
"Amamentar 'Spider' no peito significa que finalmente me sinto completa e uma mãe melhor", disse Terri, que é natural da Califórnia.
Ela destacou que o cão desenvolveu um gosto pelo leite materno em 2010 depois de lamber o bico da mamadeira de seu filho recém-nascido. Terri tem amamentado o cão há cerca de 2 anos.
Fonte: G1.globo.com/planetabizarro

SÉRIE: ONDE ESTÁ... nosso dinheiro?

Fonte da Imagem: google.com / Guto Cassiano

SÉRIE: ONDE ESTÁS?

Fonte: facebook.com

sábado, 20 de outubro de 2012

20 de OUTUBRO - DIA do POETA

Os 10 melhores poemas de todos os tempos, segundo matéria do Jornal Opção, com texto de Carlos Willian Leite.


A Máquina do Mundo (Carlos Drummond de Andrade)


E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.

Trecho de “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade.



O Corvo (Edgar Allan Poe)

Numa meia-noite cava, quando, exausto, eu meditava
Nuns estranhos, velhos livros de doutrinas ancestrais
E já quase adormecia, percebi que alguém batia
Num soar que mal se ouvia, leve e lento, em meus portais.
Disse a mim: "É um visitante que ora bate em meus portais´-
É só isto, e nada mais."

Ah! tão claro que eu me lembro! Era um frio e atroz dezembro
E as chamas no chão, morrendo, davam sombras fantasmais,
E eu sonhava logo o alvor e pra acabar com a minha dor
Lia em vão, lembrando o amor desta de dons angelicais
A qual chamam Leonora as legiões angelicais,
Mas que aqui não chamam mais.

E um sussurro triste e langue nas cortinas cor de sangue
Assustou-me com tremores nunca vistos tão reais,
E ao meu peito que batia eu mesmo em pé me repetia:
"É somente, em noite fria, um visitante aos meus portais
Que, tardio, pede entrada assim batendo aos meus portais.
É só isto, e nada mais.

Neste instante a minha alma fez-se forte e ganhou calma
E "Senhor" disse, ou "Senhora, perdoai se me aguardais,
Que eu já ia adormecendo quando viestes cá batendo,
Tão de leve assim fazendo, assim fazendo em meus portais
Que eu pensei que não ouvira" - e abri bem largo os meus portais: -
Treva intensa, e nada mais.

Longamente a noite olhei e estarrecido me encontrei,
E assustado, tive sonhos que ninguém sonhou iguais,
Mas total era o deserto e ser nenhum havia perto
Quando um nome, único e certo, sussurrei entre meus ais -
- "Leonora" - esta palavra - e o eco a repôs entre meus ais.
E isto é tudo, e nada mais.

Trecho de “O Corvo”, de Edgar Allan Poe.
Tradução de Alexei Bueno.



Tabacaria (Fernando Pessoa)


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.

Trecho de “Tabacaria”, de Fernando Pessoa.



Poema Sujo (Ferreira Gullar)


turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos

menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia

Trecho de “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar.



Cântico negro (José Régio)


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Trecho de “Cântico Negro”, de José Régio.



À Espera dos Bárbaros (Konstantinos Kaváfis)


O que esperamos na ágora reunidos?
É que os bárbaros chegam hoje.
Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?

É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.

Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?

É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.

Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?

É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.

Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?

Trecho de “À Espera dos Bárbaros”, de Konstantinos Kaváfis.
Tradução José Paulo Paes.



E Então, Que Quereis?... (Maiakóvski)


Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

Trecho de “E Então, Que Quereis?...”, de Maiakóvski.
Tradução de E. Carrera Guerra.



Hugh Selwyn Mauberly (Ezra Pound)


Vai, livro natimudo,
E diz a ela
Que um dia me cantou essa canção de Lawes:
Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz
Diz a ela que espalha

Tais tesouros no ar,
Sem querer nada mais além de dar
Vida ao momento,
Que eu lhes ordenaria: vivam,
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor,
Rubribordadas de ouro, só
Uma substância e cor
Desafiando o tempo.

Diz a ela que vai
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora

Quem a fez, que talvez uma outra boca
Tão bela quanto a dela
Em novas eras há de ter aos pés
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós
Com o de Waller se deponham, mudos,
No olvido que refina a todos nós,
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós.

Trecho de “Hugh Selwyn Mauberly”, de Ezra Pound.
Tradução de A. de Campos.



A Terra Desolada (T.S. Eliot)


Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos
E ao sol caminhamos pelas aléias de Hofgarten,
Tomamos café, e por uma hora conversamos.
Big gar keine Russin, stamm' aus Litauen, echt deutsch.
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,
Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó.
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.
Nas montanhas, lá, onde livre te sentes.
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as árvores mortas já não mais te abrigam,
nem te consola o canto dos grilos,
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate.
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate),
E vou mostrar-te algo distinto

De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;
Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó.

Trecho de “Terra Desolada”, de T.S. Eliot.
Tradução de Ivan Junqueira.



Os Estatutos do Homem (Thiago de Mello)


Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito

a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Trecho de “Os Estatutos do Homem”, de Thiago de Mello.

Fonte: Jornal Opção - Carlos Willian Leite