''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

segunda-feira, 21 de abril de 2014

NOÉ e a terra alagada...


Primeiro veio o caos.
Sair de casa pra ir ao cinema está ficando cada vez mais difícil, digo isso não porque o ingresso subiu, ou porque o cinema está mais longe de casa, não... Digo isso por que alguns seres humanos que frequentam cinemas no Brasil estão regredindo à escala dos insetos a cada dia que passa. É insuportável ter que pedir a um cretino que desligue o celular, sendo que isso é o primeiro ponto do bom senso de quem pagou pra ver o filme.
Em segundo lugar veio o outro caos.
Ainda na escala de alguns seres humanos desgraçados que frequentam salas de cinema no Brasil, é irritante ter que pedir para um infeliz analfabeto não chutar sua poltrona por mais de trinta vezes durante o filme, sendo que isso é a educação primeira que recebemos no berço.
Em terceiro lugar veio novamente o caos.
Na escala de alguns seres humanos sem cérebro, definitivamente eu fui um privilegiado ao entrar na sala onde o filme Noé estava passando. Parece que todos os dezoito malditos imbecis do mundo se reuniram ali, naquele instante, pra ver àquele filme. Juntamente com doze pessoas interessadas, eu só queria ver o filme, mas os seguidores da revolução estavam lá, prontos pra tumultuar e condenar quem quisesse ver a película. Puta que o pariu.
Em quarto lugar, o filme.
Conformado que eu iria conseguir ver muito pouco do filme e que havia perdido o dinheiro do ingresso, tentei entender a história que passava na tela. Começando pelos filhos de Adão e Eva e chegando até Noé. Noé é um cara legal que dá uma bronca no filho quando o menino tira umas flores do chão. Ele fala que a flor deve ficar lá e coisa e tal, e então vem o primeiro efeito especial de responsa do filme, onde uma gota cai na terra e uma flor nasce automaticamente. Na sequência Noé decide sair com a família pra perguntar algumas coisas pra seu avô. Noé já estava sonhando um tempo com umas piras de água inundando tudo e gente morrendo a torto e a direita, e assim eles vão. O avô de Noé é ninguém menos que Matusalém, que de acordo com a Bíblia viveu 969 anos. O negócio fica nervoso quando eles chegam numa espécie de vale e lá uns monstros, que alguns chamam de anjos caídos, rastejam suas pernas de pedra, levando àquele corpo todo empedrado para um dos cantos da história. Sinceramente, não tem como engolir aquela pira, mas você até tenta ver algo de fantástico naqueles bichos estranhos de alguns metros de altura. Bom, com àquele monte de monstro de pedra andando por lá, Noé recebe uma proteção pra construir a arca. Mas, e a madeira? Onde conseguir? Aí Deus entra em ação. E é Deus mesmo, não tem como explicar. Uma floresta surge no meio da terra preta. Nervoso até aqui? Espere mais um pouco. Tem até rio passando para todos os lados, muito nervoso até aqui? Só mais um segundo. A madeira está por lá, a água está farta, mas aí vem a galera, sempre tem uma galera do mal que não gosta muito de ver os outros se dando bem. Sabedores que vai dar merda, eles questionam a razão de ter uma arca no meio da floresta que não é mais tão floresta assim. Noé, burramente fala aquilo é uma arca e que a água vai cair do céu e matar todo mundo. Genialmente o chefe da galera estranha diz: então nós vamos entrar na arca. Noé diz: não, a arca não é pra vocês. Então o pau quebra, elementar meu caro Watson. A galera se aproxima e obviamente não é aceita. A água vem, e quando você acha que só a chuva não vai dar conta de inundar tudo, umas fontes explodem do chão, completando a fartura de água, tudo de uma vez só. Aí sim. Noé não salva ninguém, pois foi Deus que pediu isso, e ele obedece, obviamente. Então vem a pira do final. O esquema da pomba foi mantido, mas eu não podia imaginar o lance do rei escondido e das filhas de uma guria que foi achada no meio do terreno dos monstros quando o filme estava em dois terços da história, estranho, muito estranho.
O que mais me intriga é que antes de assistir me disseram: ''não vá esperando algo que está na Bíblia, eles mudaram um pouco''; um pouco? Sinceramente, é generosidade dizer um pouco.
Na metade do filme se uma nave espacial aparecesse na terra e explodisse a cabeça do tal rei eu não iria ficar nem um pouco surpreso. Ué, se é pra mudar não mude só um pouco, mude tudo de uma vez. No fim das contas dou graças por terem mantido o dilúvio, sinceramente, encaixou melhor na história.

Fonte da imagem: google.com.br

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