''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

domingo, 25 de julho de 2010

OS TAILANDESES e o ELEFANTE pintado de urso PANDA

Eu já estava quase indo dormir, quando então me deparei com esta imagem. Alguma coisa me chamou atenção naquele gigante pintado de branco, então resolvi investigar do que se tratava. Num primeiro momento dei algumas risadas, mas depois me coloquei na pele do gigante gordo. Seria muito chato ser pintado de alguma coisa para parecer o que não somos, que me perdoem os palhaços e aqueles caras pintadas que pularam no tempo das diretas já, foi mal.

A imagem foi retirada do G1 O Portal de Notícias da Globo - São Paulo - vinculada na data de 26/06/09 - 13h44. Há um ano atrás. Encontrei também em vários outros portais, mas aparentemente a origem é do G1. Foto: Reuters (Elefantes pintados como pandas se apresentam para crianças em Bangcoc, capital da Tailândia).

A notícia em questão mostra elefantes, pintados como pandas, para animar um público; neste caso, um tanto quanto infantil. A intenção é causar maior interesse em relação aos elefantes, símbolo nacional, tendo em vista que os ursos pandas são mais cobiçados em Bangcoc.

Essa é pra acabar...

Banco se desculpa por exigir digitais de homem sem braços

O Bank of America ofereceu nesta quinta-feira um pedido de desculpas públicas após exigir que um homem sem braços se identificasse mediante suas impressões digitais. O homem, identificado como Steve Valdez, foi a uma filial do banco para descontar um cheque de sua esposa. A atendente do caixa teria informado que uma pessoa que não tinha conta no banco tinha que fornecer suas impressões digitais para realizar a operação. "Evidentemente, se não se tem braços não se pode fornecer impressões digitais", disse Valdez ao diário St. Petersburg Times. O homem de 54 anos, que nasceu sem braços e usa próteses em ambas as extremidades, não pôde convencer a operadora do caixa, apesar de mostrar dois documentos com sua fotografia. Sua decisão foi respaldada por um supervisor imediato que informou a Valdez que o problema se resolvia abrindo uma conta, ou se sua esposa fosse pessoalmente para efetivar o cheque. Valdez disse que decidiu abandonar a filial depois do supervisor lhe dizer que só estava aplicando a política do banco. "Fiquei arrasado. Esta é a primeira vez que ocorre algo assim", disse Valdez ao diário que não informou quando ocorreu o incidente. Enfim, é pra acabar e chutar o balde na cabeça do cidadão. Nossa, que raiva disso tudo.

O CONE - capítulo 2

Sem saber para onde estava indo, o homem apenas caminhou com lentidão pela passarela pública. Ao chegar na esquina olhou para os lados e não viu ninguém conhecido. Encarou a farmácia do outro lado da rua, e para lá seguiu. Ao chegar na frente da porta de entrada da drogaria, não entrou. Parou por ali mesmo e ficou contemplando as pessoas que caminhavam para destinos desconhecidos.

Conhecido no lugar, um dos funcionários da farmácia mexeu com ele.

_ Senhor Bruno, por que não entra? Não vai fazer compras hoje?

_ Não, hoje não, estou esperando uma pessoa e ela não tarda para chegar. O tempo é muito lento quando a gente espera sozinho por uma pessoa, mas quando esperamos junto de outra pessoa, ele urge.

_ Sábias palavras. Tem lido muito?

_ Não leio um livro há mais de 12 anos, desde que terminei meu último curso de culinária. Não sei nem o que estou falando enquanto espero.

Confessou.

_ Por que ficas parado sempre no mesmo lugar seu Bruno?_ indagou o gari.

_ Estou tentando ajudar certas mulheres descuidadas.

_ Tem muitas mulheres descuidadas por aqui?

_ Por aqui não, mas elas passam por aqui, isto é um problema. Passam, deixam suas coisas e vão embora. O mundo não é perfeito para estas pessoas.

Um cliente entra na loja, passando pelos dois homens.

_ Que horrível. Bem, eu vou continuar trabalhando. Assim que encontrar algo que elas possam ter deixado cair, eu vou recolher.

_ Mentira. Já vi você quase passar por cima destes objetos e não recolher, mas vou levar seu comentário em consideração._ disse Bruno deixando o suspense no ar.

Com o passar dos dias Bruno foi recebendo olhares de desaprovação para com suas atitudes. Alguns começaram a encontrar nele um maníaco ‘’esperador’’ de mulheres na esquina da farmácia. Outros viram naquele ser humano aparentemente inofensivo um ladrão oculto da cidade. Falácias por falácias nunca ninguém conseguiu pegá-lo em flagrante em qualquer ocasião, o que lhe deixara livre de todas as acusações.

PLAYBOY de Portugal...

A versão portuguesa da revista "Playboy" perdeu sua licença e terá que fechar as portas após publicar um ensaio que chocou o mundo todo com uma homenagem ao escritor José Saramago, que morreu no dia 18 de junho. O ensaio onde os tais portugueses acreditaram estar homenageando José Saramago, coloca a imagem de Jesus Cristo, representado por um modelo, ao lado de moças seminuas em poses provocantes. Segundo a revista, a ideia era recriar uma das obras mais importantes de Saramago, "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", como um pornô leve. LEVE? Pornô leve???? Envolvendo Jesus Cristo????? Enfim, depois não querem que a gente faça piada deles. A Playboy Enterprises, que controla os direitos da marca no mundo todo, anunciou em comunicado enviado à imprensa hoje, que a filial portuguesa vai perder sua licença e terá que fechar as portas. A capa foi aprovada sabe lá Deus como, mas enfim, acabou a playboy portuguesa, acabaram os padrões estranhos do tal ''pornô leve'', enfim... Que Deus tenha piedade de todos eles, daqueles que leram esta notícia, e de mim; que aqui citei o acontecido.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A GARRAFA e o medidor de ENERGIA

Não mais que um ano atrás recebi uma crítica de um dos meus dois leitores dizendo que eu só colocava notícia ruim neste blog. A partir de então parei um pouco de contar problemas alheios baseados em desgraça pouca e comecei a procurar por coisas que não remetiam à morte, tiros, injustiças e coisas do gênero. Confesso que tive muito problema para encontrar coisas diferentes das citadas acima, considerando que a imprensa é uma apaixonada por sangue, tristeza e coisa ruim. Por qual motivo isso acontece? Todos nós sabemos, é o que dá audiência e vendas elevadas, ou seja, é puro capitalismo, não há como fugir disso.
Na última semana, novamente um dos meus dois leitores entrou em contato comigo por e-mail, desta vez para dizer que eu estava pegando muito leve em meus comentários. Que eu ''não podia ficar alheio a tanta desgraça acontecendo no mundo'', palavras do e-mail, enfim, confesso que não sei bem o que comentar a partir de então. Depois de muita reflexão decidi comentar o que me der vontade, seja bom ou ruim, inútil ou interessante até demais, utilizarei este espaço para apontar o meu olhar sobre as coisas que acontecem no mundo onde vivo. Desta forma, ao voltar pra casa passei a observar a vizinhança a procura de algo que não fosse tão violento, e não fosse tão pacífico, ou seja, que fosse apenas um texto construído a partir do meu ponto de vista. Eis que em cima do medidor de luz, da casa de madeira que está instalada no terreno de esquina, encontrei a solução para tal problema.
Quem foi que inventou a crença que uma garrafa pet, cheia de água, colocada em cima do medidor de energia, reduz a cota de consumo elétrico daquela residência? Procurei pela resposta e encontrei algumas tão absurdas, que não valem a pena serem registradas neste espaço, desta forma, descreverei àquela que me pareceu mais próxima da vizinhança que me rodeia.
Tal ideia de colocar uma garrafa com água em cima do medidor de energia elétrica teria começado devido a um adultério. Uma mulher, que não se sabe quem, traía o marido. Traía muito. Então, para avisar ao amante que o marido estava em casa, ela colocava uma garrafa pet em cima do medidor de energia. Como bons vizinhos curiosos que esta mulher tinha, um deles resolveu perguntar a razão daquela garrafa estar em cima do medidor. E ela, por sua vez, como uma boa adúltera respondeu dizendo que era daquela forma que ela economizava energia. Estava feito, ninguém ficou sabendo que ela traía, e todo mundo acreditou que uma garrafa pet cheia de água em cima do medidor reduzia um monte a conta de energia elétrica. Como este país é muito pequeno, a história da garrafa caiu na boca do povo, e hoje em dia, tem até índio, da reserva de Pantomirim, no Acre, colocando garrafa pet em cima do medidor de energia... Pra ver se reduz um pouco a conta.

ENCONTRO com as EXPLOSÕES


Desde o problema ocorrido com minha pessoa durante a exibição de Toy Story 3, eu não ia mais ao cinema, pois então, recebi o convite para assistir ao filme ENCONTRO EXPLOSIVO, com Tom Cruise e Cameron Diaz. Aceitei com uma condição, que eu pudesse me acomodar na última poltrona do último lado, da última sala de cinema, durante o último horário da noite, para evitar ao máximo este contato com os chamados ''seres estragadores de filmes dos outros''.
Proposta aceita, lá fui eu. Como é de costume, quem se acomodou nas poltronas do meio do cinema não conseguiu assistir nada de interessante, por outro lado eu consegui ver algumas cenas de ação, graças ao Deus da sétima arte.
Antes de me deslocar de casa até a sala de cinema, eu li algumas críticas a respeito do filme. Confesso que fiquei decepcionado com os críticos de um modo geral. Meu Deus, o filme não é tão ruim quanto estão dizendo que é. As cenas de ação são até bem feitas, pelo menos na minha concepção, agora, destruir o filme, falando mal do roteiro, da direção, dos atores, das cenas de ação e de tudo que se passa na tela, como estão fazendo, tenha paciência. Este tipo de gente deve ter algum problema com o cinema de ação como entretenimento neste país.
Talvez os críticos de hoje em dia querem que os filmes lhes apresentem momentos de inteligência múltipla, descontração na medida exata que eles profetizam antes do filme, e atores semi deuses atuando na película. Quando este tipo de filme é feito, ele não vende. E cinema hoje é comércio, é indústria, é venda. Enfim. Este filme em particular não é um filme que vai mudar sua vida. Não vai mudar a sua forma de ver as coisas de um segundo para o outro, mas na minha concepção não é um filme ruim.
Sei que minha opinião não vale muito no meio dos chamados ''cinéfilos profissionais'' se é que estes humanos que apenas assistem filmes, como eu assisto, podem ser profissionais por falarem mal de alguma coisa. Acredito cada vez na ideia da inversão de opiniões, a maioria dos críticos são assim, não todos, mas a maioria deles sentem o momento do público antes de escreverem suas resenhas e textos cheios de parâmetros e análises técnicas do filme. Tem crítico que sabe até a idade do segundo câmera da produção tal, só pra falar que a câmera tremeu por que o cara tem algum problema ligado a tremedeira da mão. Nunca pode ter sido uma intenção direta do diretor. Enfim, como eu dizia, a maioria dos críticos mostra de forma perceptível como trabalham seus textos, por exemplo, se o filme é sucesso de público, para eles não vale nada. O filme é fraco, não tem elenco, não tem uma boa história, enfim, o filme é uma porcaria, remetendo mais do que nunca a este público que também se torna uma porcaria por assumir que gosta de tal produção. Agora, se o público odeia e rejeita o filme, nossa, o filme é maravilhoso, dizem os críticos, tem um bom elenco, tem uma boa direção, tem tudo de bom, mas o público não entendo isso, por que a mentalidade do público ainda não consegue alcançar tais ideias.
É estranha esta forma de pensar, pois coloca-os num patamar superior à grande massa de apaixonados por cinema, a todos os cinéfilos de plantão, e o povão consumidor de cinema em geral.
Como dizia um cara que conheci fazendo produções amadoras em vídeo, ''odeio críticos, por que eles criticam tudo''. Por fim, lembro-me das palavras de um amigo cineasta, pronunciadas logo que ele terminou sua quinta produção, cuja crítica arrebentou com ele, mesmo o público gostando da história que ele estava contando na tela:
''Podem falar o que quiser, que eu sou comercial e faço isso para ganhar dinheiro, faço mesmo, eu preciso pagar minhas contas, eles não vem aqui pagar pra mim. Críticos pra mim são a dona de casa, a lavadeira, o pedreiro, o cara que gosta de um bom filme, se eles assistirem e gostarem, é isso que tá valendo, só aí, já ganhei o meu dia''.
Se um dos meus dois leitores procuram um filme para passar o tempo, assistir uma boa trama de ação, com explosões, comédia, correria e momentos de adrenalina, ENCONTRO EXPLOSIVO é um bom filme pra ver... Boa diversão.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O CASO BRUNO.................

O problema no caso do goleiro Bruno, até pouco tempo jogador famoso por suas defesas, é a imprensa. Se os repórteres não ficassem em cima de tudo que é dito, e a imprensa não publicasse tudo que é falado e pensado sobre este assunto, deixando assim a polícia trabalhar em paz, e a justiça ser feita sem os índices de audiência; com certeza passaríamos ao longe das especulações.
Da forma como a coisa está indo, o espetáculo dos horrores ainda vai continuar por um bom tempo. Inocente ou culpado? Ninguém sabe, nem a imprensa que já acusou e inocentou tanta gente, sem saber o que estavam dizendo.
Gosto das ações realizadas pela Polícia Federal. Eles atuam em silêncio, buscam todas as provas possíveis e por fim descobrem os fatos. A imprensa só fica sabendo depois que tudo terminou, então você vê a reportagem no jornal: tantos políticos são presos na operação Jaguar. Ou então, operação pente fino leva tantos pra cadeia. Ou ainda, operação brasília prende culpado dentro de um fusca. Isto é investigar, comprovar, e prender. Se vai ficar preso ou não, daí já é outro departamento. O que vemos neste caso do goleiro é uma onda de depoimentos estranhos, contraditórios, falácias e mais falácias. Gente culpando gente que a gente ainda nem sabe o nome. Nossa, quanta gente numa única frase, imagine num caso como este, onde tem muita gente no Brasil comentando. É gente pra caramba.
Enfim, sei que este comentário não vai mudar nada a respeito do que está acontecendo; e a imprensa vai continuar brigando pela audiência deste caso. Mas, como todos procuram um culpado pra tudo isto que está acontecendo e sendo falado 24 horas por dia, eu aponto meu culpado, a especulação da imprensa.

domingo, 18 de julho de 2010

SALÁRIO BASE


Recentemente uma questão antiga voltou à tona: mulheres ganham menos que os homens e trabalham mais, detalhe; estando elas, na mesma função. Acredito que este tipo de pesquisa seja feito com cinquenta pessoas em todo o Brasil, dai então utilizam a tal ''amostragem'' para dizer que todos os demais 190 milhões de brasileiros agem da mesma maneira... balela.
Todas as mulheres que trabalham comigo, ganham o dobro que eu, algumas o triplo, e trabalham algumas horas a menos que a minha pessoa. Isto se dá por qual motivo?
a) eu sou homem
b) eu sou feio
c) eu não sou um bom profissional
d) minhas pernas são horríveis
e) eu não uso decote
Muitos irão me acusar de machista, não concordo, não por isso. Até por que se eu fosse machista necessariamente teria que interessar por homens, mas como me interesso por mulheres, posso ser considerado um feminista.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Morre o quadrinista Harvey Pekar



O quadrinista Harvey Pekar, conhecido pela sua emblemática série de HQs batizada de American Splendor, morreu em Cleveland, nos Estados Unidos. O corpo do artista foi achado por sua mulher pouco após à 1h da manhã desta segunda-feira, dia 12 de julho. Ainda não se sabe a causa do falecimento. A vida de Pekar chegou aos cinemas em 2003 com o filme Anti-Herói Americano. O ator Paul Giamatti interpretou o quadrinista, conhecido por sua perspectiva ácida e irônica sobre o dia-a-dia do "americano médio". No Brasil, parte de sua obra pode ser lida na edição Bob & Harv - Dois Anti-heróis Americanos, da editora Conrad. Com a morte de Pekar, o mundo dos quadrinhos perde um grande porta-voz do senso crítico.

ESPANHA, alcunha, Fúria

Não há o que comentar a respeito do jogo que todo o planeta viu. Destaque negativo para o pé laranja no peito do espanhol, destaque positivo para o choro do goleiro espanhol na hora do gol e voltando para os pontos negativos, aponto para o técnico holandês tirando a medalha de prata antes de pisar no primeiro degrau da escada que o levaria de volta ao gramado. Atitude louvável ou um prelúdio de corredor polonês, neste caso holandês, pode ser encarado como ponto positivo também o cumprimento dos jogadores que ficaram em segundo lugar, para com os jogadores que ficaram em primeiro lugar. De resto, que jogo feio para uma final de copa do mundo, isto prova que aqueles dois times não eram os melhores entre as 32 seleções. Por fim... Terceiro vice da Holanda, parabéns.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O CONE - capítulo 1


Bruno acordou com o canto dos pássaros, há muito tempo não ouvia mais o despertador tocar. Sentou na cama e olhou ao redor. Não havia nada para contemplar, a não ser uma velha panela de alumínio jogada no canto do cômodo. Levantou lentamente e atravessou o corredor da casa. Entrou na cozinha, apoiou suas mãos na pia, baixou a cabeça e vomitou todo o líquido que havia consumido uma hora antes. O suco gástrico se misturara com a bebida quente que havia ingerido durante a refeição. Ainda apoiado na pia, esticou a mão na intenção de encontrar uma toalha. Sua mão percorreu o vazio e encontrou algo consistente. O objeto tinha forma e era conhecido de qualquer pessoa que estivesse com os olhos abertos naquele momento. Bruno encontrou a toalha, limpou o rosto e encarou o cone, parado ao seu lado, dentro do banheiro.
''De onde saíra aquele cone? Quem trouxera até ali? Por que ele estava ali? Realmente era um mistério. O rapaz não pensou duas vezes, agarrou o cone e o levou para a sala. Logo que entrou na sala de televisão de sua casa, sentiu seus pés tocarem em algo. Com dificuldade olhou para baixo e viu outro cone. E ao lado deste, outro. E outro, e outro, e outro.
Resolveu empilhar tudo num dos cantos do sala.
_ 325 cones, eu não acredito, é muita coisa._ disse o rapaz._ De onde saiu tudo isso? Quem trouxe até aqui?_ perguntava para si mesmo.
Na intenção de encontrar a origem de tudo aquilo, penteou o cabelo, escovou os dentes com o dedo e um pouco de creme dental sobre a pele, e saiu pela porta dos fundos de sua própria casa. Antes que trancasse a fechadura avistou um crânio humano no quintal. Correu até a ossada e a abraçou. Olhou para os lados e não viu ninguém. Aparentando ser íntimo do osso recolhido, abraçou a caveira e caminhou até a caixa de correio. Guardou a caveira dentro do recipiente de cartas, e seguiu seu caminho, andando pela calçada da rua, rumo ao horizonte.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O menino e o CONE


Ele se aproximou, olhou para os lados, viu que não tinha ninguém a vista, e correu para junto do cone. Os cones estavam colocados na rua com o objetivo de fazer os carros frearem quando atingissem aquele ponto do asfalto, devido a uma reforma que ocorria no supermercado instalado naquele lugar. Mas... Mesmo que os cones estivessem ali provocando um grande serviço para a cidade como um todo, ele não descansaria. Visando um dos cones, ele correu para o lugar, segurou um dos objetos na mão e saiu correndo. Fugiu, roubou o cone, melhor dizendo. Passou correndo pela minha pessoa e olhou para o chão, talvez na intenção que eu ignorasse o fato.
Um cone, um menino, que nem imagino como se chama, roubou um cone. O que leva uma pessoa a roubar um cone? Não sei informar, talvez para balizar alguma coisa na garagem de sua casa, sinalizar algo na calçada, direcionar o caminho do banheiro para os irmãos que muito cedo acordam e não se localizam direito dentro da própria residência? Não sei, de verdade, não sei o que dizer. Talvez tenha sido somente um roubo de um cone, como de fato foi, mas pra quê? Eis aí, um dos grandes mistérios da rua onde moro.
Devido a este mistério, que não fui atrás para ver onde tal façanha acabaria, começo a partir de agora escrever uma série de capítulos, na intenção de dar sequência a esta saga do submundo podre onde vivem os ladrões de cone.
No próximo post, que meus dois leitores não percam, o início da meu novo livro de suspense:
O CONE. Escritos aqui mesmo, página a página, capítulo a capítulo e postados sem cortes, sem dó nem piedade.

O QUE VALE É A MENSAGEM...


Eu não acredito em quase nada que recebo por e-mail, a não ser mensagens pessoais. Assim como não acredito em tudo que leio, alguns me acusam de ser o verdadeiro São Tomé, mas sempre me lembro que embora meu nome também termine com o e acompanhado de um acento agudo, meu nome não é este. Enfim, este e-mail recebi no último minuto, verdade ou mentira, invenção ou cópia, não estou a fim de discutir isso neste momento, vou postar aqui por que a indignação contida nas palavras desta tal professora refletem a minha realidade...
Ao que informa o conteúdo do e-mail, esta carta foi escrita por uma suposta professora, cujo nome não é informado, direcionada a uma revista muito conhecida que circula em nosso país, devido a uma reportagem que este meio de comunicação teria publicado. Repito o que eu já disse, verdade ou mentira, o que vale é a mensagem...

''Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem cont ra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e ...disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até à passeios interessantes, planejados, minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes” elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 m.de intervalo, onde tem que se escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma cha nce de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

Em vez de cronômetros precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim ouve-se falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas''.

domingo, 4 de julho de 2010

PATRIOTISMO de meia Tigela

Todos os anos quando o mês de dezembro se aproxima, inúmeras famílias procuram pela árvore de natal, guardada em algum lugar no fundo do guarda roupa, num baú velho, ou em algum canto da garagem, sotão, porão, enfim, qualquer local que não atrapalhasse os movimentos dos demais objetos durante os outros dias e meses do ano. Uma vez com a árvore na mão, é hora de montar o enfeite. As vezes as crianças ajudam, em outros lugares só os adultos montam, enfim, assim a tradição é mantida. O natal se aproxima, muitos não tem o que comer, outros tem o que comer na ceia, uma multidão não tem família pra abraçar, e uma galera fica com seus familiares, em muitos casos, brigando e discutindo, é claro, caso contrário, não seria família. Deve ser por isso que desejamos tanta paz no período do natal. Mas, enfim...
Assim como a árvore de natal é montada somente no natal, somente no período da copa do mundo, o povo brasileiro em geral lembra que este país tem uma bandeira, e ela é verde e amarela. Enquanto a seleção brasileira de futebol está jogando e fazendo gols, muitos expõe a bandeira do Brasil com todo orgulho do mundo em suas janelas, seus carros, suas roupas, como verdadeiros patriotas, mas, então vem a decepção para o mundo e a seleção perde o jogo. É eliminada da copa do mundo de futebol, oh meu Deus! E agora? O que será de nossas vidas? Estamos mortos? Não, é só um jogo de futebol. Mas, neste momento, muitos não se importam com isso, e então, este país não existe mais, muito menos sua bandeira. Em menos de 48 horas depois da derrota, 90% das casas e carros não tinham mais bandeiras do Brasil. As lixeiras dos prédios que cercam o casebre onde moro, estavam repletas de bandeiras que foram simplesmente destruídas, amassadas, rasgadas, queimadas e jogadas fora. Ou seja, devemos constatar numa simples observação que quase ninguém ama este país, o que amam é a seleção brasileira. Caso esta mesma seleção brasileira decepcione num jogo de futebol, a bandeira não presta mais. E, por incrível que pareça, não há mais razão para que eu segure esta bandeira na minha mão, ou seja, agora, eu sinto vergonha de ter uma bandeira do Brasil na minha janela, ou no carro, ou na minha roupa.
É estranho ver as coisas desta forma, mas é o que vi no bairro onde moro, e continuo vendo todos os dias. Não posso falar pelo resto do país, mas em volta de mim as coisas estão acontecendo desta forma. Se todos os brasileiros se importassem com a política deste país, da mesma forma que se importam com um campeonato de futebol mundial, com certeza teríamos um país mais justo para viver; com menos impostos, mais saúde e mais educação. Se todos os brasileiros se importassem com os problemas sociais que temos neste país, da mesma forma que se importam com um jogo de futebol, sem dúvida alguma, teríamos muitos motivos para nunca reclamar deste lugar.
É triste dizer, mas, neste país, para agradar o povo e fazê-lo esquecer de todos os seus problemas, realize um jogo de futebol... Para provocar uma guerra e fazê-lo ficar revoltado, corte e não realize mais os campeonatos de futebol. Salve os romanos que criaram a política do pão e circo.