''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

domingo, 16 de agosto de 2015

meu tio estranho

MUITO bem, a situação é: eu tenho um tio... Estranho.
Até aí tudo bem, todo mundo tem um tio estranho na família, um parente complexo, ou um irmão que fala demais, mas nesse caso, esse meu tio realmente é muito estranho. Quando o vejo me pergunto, como assim: por que ele está fazendo isso? Estranho, muito estranho; é a única resposta plausível que consigo encontrar para aquele velhinho de boina bege.


OCORRE que, eu andava lentamente pela rua. Não estava muito interessado em chegar logo ao meu destino. Naquela tarde tudo parecia lento. O trânsito, as pessoas, as filas do banco, os garis, enfim, tudo, sem exceção alguma, tudo parecia muito lento. Cheguei a pensar várias que eu estava com algum problema na velocidade do meu cérebro, mas não, era realmente o mundo ao redor. Quando menos espero, caminhando que estava eu no mundo lento ao meu redor, passa alguém correndo pela minha pessoa e grita meu nome. Até aí tudo tranquilo dentro da normalidade. Quem nunca estava andando pela calçada da rua, com todo o mundo lento ao seu redor, e de repente um cara passou correndo por você e gritou o seu nome? Todo mundo já passou por isso. No momento não percebi quem era. Pensei que fosse um vizinho. Depois olhei bem e me lembrei que não tinha nada a ver, pois não tenho vizinhos. Então imaginei que fosse um credor, mas daí raciocinei melhor e não consegui chegar a decifrar a palavra credor, confesso que ainda não sei o que isso significa. Por fim, pensei que fosse um parente. Batata. Era. Meu tio Olavo, o diferente.
NO mesmo instante pensei: que coisa, tio Olavo não costuma correr desse jeito, até porque eu jurava até então que ele não tem um pingo de força nas pernas para correr, rapidamente raciocinei, deve ser alguma coisa grave. Sem pensar, sai correndo atrás. Para minha surpresa não consegui alcançá-lo. O perdi de vista na primeira esquina. Quem sabe amanhã. Nesse momento o plano é: amanhã, irei andar na mesma calçada, no mesmo horário, para ver se encontro novamente meu tio Olavo, mas desta vez estarei com uma arma secreta, vou de bicicleta. Esse velho não pode ser mais rápido que minhas pedaladas.

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