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SEM DÚVIDA ALGUMA deveria ter uma lei que colocasse alguns vendedores no seu devido lugar. DE QUAL LUGAR ESTOU FALANDO? O lugar de vendedor, obviamente. CONTAREI o que houve, para que não digam que estou sendo injusto com alguém.
NO SÁBADO, estava eu andando na direção de um compromisso, quando passei em frente a uma livraria. Na vitrine vi um livro que queria comprar há um tempo, mas o meu salário não estava permitindo tal façanha, por isso adiei a vontade com a necessidade, mas, naquele momento, em que eu passava naquele bendito lugar, algo aconteceu, e o preço estava acessível. Talvez por culpa da situação econômica do País nesse momento, enfim, o preço estava bom. RESOLVI entrar na loja para comprar o livro, mal sabia eu que o vendedor não queria vender, POIS bem, continuando...
FUI até o balcão e falei com educação:
_ POR FAVOR, aquele livro que está na vitrine, está com aquele preço mesmo, ou é uma parcela do todo?_ perguntei dessa forma, pois alguns vendedores tem o costume de colocarem chamariz na frente de suas lojas.
Um parêntese para explicar o que é chamariz no meu ponto de vista.
ALGUMAS lojas colocam várias mercadorias na frente da loja com um cartaz gigante onde se lê: ''a partir de 10 reais.'' Atraído pelo valor de 10 reais e pelo produto que vemos, entramos na loja, eis então que ao perguntar ao vendedor se aquele produto custa 10 dez reais, ele responde: Não senhor, esse daí é 99 reais.
ISSO ACONTECE TODOS OS DIAS. Por isso perguntei ao ser humano que estava atrás do balcão:
_ POR FAVOR, aquele livro que está na vitrine, está com aquele preço mesmo, ou é uma parcela do todo?
_ Não entendi o que você perguntou._ disse o homem.
Pois então refiz a pergunta mudando algumas palavras:
_ Aquele livro que está ali na frente, custa de fato aquele valor que está sendo anunciado?
_ Não senhor, aquele livro faz parte de uma coleção, e eu só vendo na coleção.
_ Quanto custa a coleção?_ perguntei.
_ Não tenho a coleção na loja, preciso ir buscar no estoque.
_ E quanto custa a coleção?_ insisti na pergunta.
_ Eu não tenho a coleção aqui senhor._ respondeu de forma grosseira.
Respirei fundo. Pensei um pouco, então refiz a pergunta:
_ Por favor, aquele livro custa aquele valor?
_ Não vendo aquele livro avulso, só na coleção. Eu já te falei isso._ respondeu o desgraçado.
PROCUREI me acalmar, e perguntei novamente:
_ Onde está o restante da coleção?
_ Está no estoque. Por quê?_ ele respondeu de forma muito estúpida e grosseira.
_ Aonde fica o estoque, é longe daqui?
_ É em Joinville. Não é perto daqui._ disse o ser humaninho.
_ Hum, e aquele livro que está lá na frente, com uma etiqueta e um preço, não posso comprar ele agora, e quando o restante da coleção chegar, eu compro o restante?_ tentei negociar.
_ Não! Eu só vendo na coleção._ respondeu o monte.
_ Por que é tão difícil comprar um livro aqui?_ perguntei ao balaio de ossos.
_ Entenda uma coisa, não vendo o livro avulso, só na coleção, e não tenho a coleção aqui, está em Joinville, e não vou buscar tão cedo.
_ Passar bem._ saí da loja.
ANDEI até o meu compromisso, ainda com muita raiva daquele cara. EM MEIO a essa caminhada que fiz fiquei imaginando como um ser humano abre um estabelecimento para vender alguma coisa, e trata seus clientes dessa forma? DEVERIA ter uma lei que proibisse um estúpido de trabalhar atrás de um balcão. COMO essa lei não existe, e provavelmente nunca será criada, os próprios clientes deveriam criar um meio de não comprar mais lá. No meu trajeto de volta pra casa, pensei melhor nesse assunto, e percebi que algo do gênero não daria certo, por qual motivo?
Na internet existe inúmeros endereços para avaliar lojas e empresas, o problema é que o ser humano é muito; repito, muito diferente um do outro. ESSE pedaço de orelha foi estúpido comigo, no entanto, ele pode ter sido um doce com o próximo cliente, por isso esses sites de reclamação sempre tem uma mescla de comentários bons, ruins e péssimos, todos na mesma coluna. Quem está a fim de não comprar mais lá porque se sentiu ofendido como eu, faz uma reclamação raivosa, as vezes no calor do momento. Ao mesmo tempo esses comentários carregados com ódio se confundem com outros que dizem: ''Excelente, recomendo muito esse vendedor''.
ESTRANHO? Estranho não, DIFERENTE, simples assim.
Dentro desse conceito, passei na loja dois dias depois e uma moça estava no balcão, entrei, perguntei se o preço do livro era aquele mesmo. Sem titubear ela disse que sim. Comprei o livro. A vendedora em questão citou em momento algum uma tal coleção que está em Joinville, pois bem, dessa forma, vou aprendendo a viver dia a dia com esse monstrinho chamado gente.
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