''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

terça-feira, 28 de abril de 2015

COMO é difícil viver nessa tal de DEMOCRACIA


DEMOCRACIA: governo onde o povo exerce sua vontade soberana, disse algum grego lá atrás na História. Pois bem. Se a democracia diz que nós temos o poder de escolha, então por qual motivo somos impedidos de escolher sobre aumentar ou não os salários dos políticos desse País?
Uma reunião é marcada na surdina. Os políticos votam os próprios salários e pronto, tudo está resolvido. Que democracia é essa, onde os interesses de alguns valem mais do que aqueles que dizem respeito a grande maioria?
Por qual motivo somos impedidos de escolher muitas coisas erradas na sociedade, sem termos ao menos o direito de opinar sobre tais coisas?
Futuro Sustentável. Muitos são contra o capitalismo, outros são contra a burguesia, outros ainda vão além e se posicionam contra o consumismo. Muito bem, vamos pensar juntos.
Se a fábrica não contrata, não temos emprego, se não temos emprego temos uma crise, se temos uma crise a culpa é de quem?
Das fábricas que não contratam, obviamente, diria João Carroceiro. Mas, e se o governo enche as fábricas de taxas, impostos em cima de impostos e mais taxas, como contratar um funcionário e ainda pagar os encargos do governo? Difícil responder. Desta forma, a culpa é de quem? Do governo? Sendo que as fábricas não escolheram pagar esse amontoado de impostos, mas escolheram contratar, o que vai ser muito mais legal para o nosso País, mas, não podem fazer, pois grande parte do lucro fica nos impostos, nesse caso, onde está a democracia?
Tudo bem, digamos que uma fábrica consiga pagar todos os impostos do governo e ainda contratar milhares de funcionários, mesmo que seja uma multinacional e boa parte do lucro não fique por aqui, por que ainda assim um grupo de democráticos tem que bater na porta dessa mesma fábrica acusando-a de poluir o mundo ao seu redor? Tudo bem, ela polui, e não é pouco, é muita fumaça sendo jogada no ar diariamente, mas veja bem, ela paga seus impostos e contrata gente pra caramba, isso não conta? Por um lado está ''destruindo'' o ambiente, por outro, está girando a economia. O que é mais importante nesse caso? Não sei responder. Sinceramente. O que deveria fazer parte de uma balança do bom senso, não faz. Na democracia que estamos acostumados, o governo simplesmente corta aquilo que dá menos lucro pra ele. Não digo que cortar o governo da face da terra seja a medida mais correta, mas, que ele passe a se meter menos nos assuntos mencheviques.
O maior exemplo democrático desse texto é a tentativa de encontrar um culpado para os problemas. Primeiro culpamos as fábricas, depois culpamos o governo, e ficamos com esse culpado, sem alternar mais.
O governo democrático em questão está no poder porque alguém os colocara lá. Quem? O povo. Através do qual sistema? O voto. Dito como totalmente democrático. Nesse caso democracia seria aceitar o que o outro pensa, respeitando as diferenças. Mas... Nesse País isso inexiste.

Se a fábrica polui, ela destrói a camada de ozônio, se a camada de ozônio esburaca, ela queima o ser humano. Se o ser humano queima, ele vai ter problemas de pele. Com problemas de pele ele precisa procurar um médico. Uma vez no médico, o Estado democrático que ele tanto apoiou, diz que não se sente mais responsável por tudo aquilo, então ele é encaminhado para o médico do SUS, o que no fim das contas, demora para ser atendido. Mas sempre é, caso não morra antes, obviamente. E quando morre, o faz na fila de espera, ou no corredor.
Mas, por outro lado, tem gente que pode pagar, contanto que... Ele trabalhe na fábrica e tenha um bom emprego, de preferência com plano de saúde. Ou seja, se a fábrica não polui, não há emprego.

NUM exemplo hipotético posso divagar: na empresa onde eu trabalho vivo uma democracia disfarçada. A chefe em questão vive cuspindo para todos os lados que é aberta ao diálogo e que sempre está receptiva para coisas novas, pois bem, na prática não é bem assim. Quando você tem uma ideia nova, a sua ideia nunca é aceita. Quando você pensa em opinar sobre algo que está errado, você está sempre com ''inveja''. Quando alguma coisa é dita para melhorar o ambiente de trabalho, você está querendo inventar moda. Mas, em todos os almoços e confraternizações, a mesma chefe paga de boazinha e diz aos quatro cantos que a relação entre ela e os funcionários é democrática. Democrática até o ponto que você discorda da opinião dela, daí você passa a ser inimigo, perseguido e odiado em todos os cantos. Por todos os dias, meses e anos da sua vida, pelo menos enquanto trabalhar ali.
A mesma pessoa que acabei de citar não gosta muito de trabalhar. E não trabalha por uma questão de luxo, o que seria uma perfeita idiotice caso ela fosse a proprietária do negócio; mas não trabalha justamente porque seus superiores, os verdadeiros donos, não tem muito tempo pra acompanhar de perto o negócio que criaram, e sem saber o destroem pouco a pouco nomeando mentecaptos, como ela, para tomar conta do empreendimento. Para tanto, torna-se um agravante trabalhar próximo a ela. Caso o funcionário pense em demonstrar serviço, coitado, a degola está prometida. Ele será perseguido, caçado e linchado por ela e seus assessores. O macete é não trabalhar muito, puxar a sardinha, elogiá-la o tempo todo, e compartilhar das suas falcatruas. Isso o fará ser admirado em todas as instâncias e quem sabe ganhar até uma promoção no final do ano.
O lugar onde trabalho ainda não se tornou insuportável. Não porque tenho uma chefe imbecil, mas sim porque tenho plena consciência que vivemos numa democracia e sei respeitar as diferenças. Ela não sabe, prova disso é o fato de ainda grita pelos quatro cantos que a revolução continua, onde os inimigos devem ser decapitados, o que se na prática ela pudesse o faria com certeza. Democracia é isso, viver compartilhando ideias e atitudes diferentes, sem desviar do caminho. Pena que muitos ainda não aprenderam a viver, esquecem que não são melhores do que os outros, e ignoram o fato de que nem todo mundo pensa igual a você.
Dia a dia a empresa afunda mais, e quando naufragar de uma vez por todas e sufocar aqueles que nunca cogitaram a ideia de sobrevivência, acordarei desse devaneio todo, pegarei minha boia e remarei para outra empresa. Afinal, a democracia me permite fazer isso.

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