Desde os tempos mais remotos sempre existiu briga na escola. Isso parece ser uma característica do aluno que frequenta este ambiente tão diversificado. Por coisas bobas um dos brigões pode morrer antes que ''a turma do deixa disso'' chegue para resolver a situação. Durante a semana passada inteira um grupo de alunos ficou marcando uma briga no sábado, através das redes sociais do computador. Queriam se arrebentar pra valer. O encontro aconteceria em Curitiba, local onde residem os jovens, no gramado do jardim botânico, ponto turístico da cidade. Um deles não sabendo brincar, pegou o facão do pai e foi para o lugar da briga. Durante o festival de socos e pontapés, ele realizou alguns golpes com o facão. Feriu um aluno na barriga e amputou a mão de outro. Pronto, estava feita a porcaria toda. As chamadas ''crianças'' deste episódio, tinham entre 12 e 16 anos. Antes que o depoimento de qualquer um deles fosse lido ou ouvido, um pseudo comentarista do rádio gritou pelos microfones: ''mais um caso de bullying na cidade''.
Na saída de uma escola em São Paulo uma aluna foi segura por outras dez alunas do colégio. Resultado, espancamento e internação. A menina surrada está no hospital. Tudo porque ela se recusou a comer na hora do recreio. As demais ''colegas'' a acusaram de ser ''patricinha'', e daí o circo pegou fogo. No hospital, antes que a mãe da garota internada abrisse a boca, os repórteres diziam em rede nacional: ''o bullying sofrido pela menina levou a consequências trágicas''.
As brigas na escola não são novidade alguma. Quando eu estudava no ensino fundamental, e olha que isso faz bastante tempo, vi coisas que entraram para a posteridade. Um aluno bateu no outro com uma garrafa, e quebrou o braço do colega. O pai nem foi na escola tomar satisfação, disse em alto e bom tom para quem passasse na rua ouvir o que estava acontecendo: ''meu filho não é santo, deixa ele melhorar que ele pega o cara que fez isso com ele''. Outro empurrou o agredido na frente do ônibus que estava saindo do pátio da escola, tudo para vê-lo morto, sem dó nem piedade. Ele não morreu. E esse ato se repetiu por muito tempo. Por mais que ele falasse em casa o que estava acontecendo, ele ouvia dos pais: ''fique quieto no seu canto que ninguém mexe com você''. Atualmente as brigas envolvendo socos e pontapés, tiros e assassinatos sem qualquer tipo de remorso ou pena do alheio, trouxe ao mundo uma palavra nova. Bullying. Se formos analisar o que passamos na escola, já sofríamos este tal de Bullying há muito tempo atrás, mas agora a coisa é nova. Parece chique sofrer este tipo de ofensa. E como estamos vivendo no mundo dos processos, como temos processos desta natureza nos dias de hoje. Que coisa, o difícil é analisar tudo isso em tempo hábil para comprovar o que pode ser e o que não pode ser considerado bullying.
O assassino da escola de Realengo no Rio de Janeiro disse que o que ele iria fazer não tinha nada a ver com bullying. Mas enquanto este vídeo não foi mostrado pela mídia, todo mundo dizia que era bullying, até as revistas ditas mais conceituadas do mercado brasileiro. O aluno que amputou a mão do outro disse que também não estava relacionando seu feito com esse tipo de preconceito, mas mesmo assim tem gente que vai falar sobre bullying por muito tempo, talvez para justificar o erro cometido e não parecer tão grave assim. Talvez para dizer que a vítima é quem matou e não quem morreu. Bom, ele matou, mas ele tinha uma razão, sofria bullying. É claro que não podemos ser radicais e acreditar que o bullying não existe, sim, ele existe, mas não pode ser relacionado e identificado com tudo que acontece no mundo atual. Caso contrário, isso pode ser bullying. Enfim; enquanto os pseudo alguma coisa do rádio e da televisão gostam de nomear como bullying tudo que acontece no mundo de hoje, quem agride de fato não está nem um pouco preocupado com isso. A natureza de um agressor é agredir, nomeando isso de bullying ou não, sempre vamos ter estúpidos travestidos de imbecis aquecendo seus músculos por aí. Se estivéssemos vivendo nos anos 70 estes pseudo entendidos em alguma coisa, que teorizam sobre tudo, já teriam levado uma porrada pra ficarem quietos.