Por qual motivo o jornalismo escrito tem uma queda por falar mal da educação no Brasil. Alguns jornalistas que escrevem muito mal adoram criticar a escola e os professores que nelas atuam. Talvez seja esse o motivo desses destacados colunistas escreverem tão mal, pois quando estavam na escola sempre foram cobrados e incentivados a corrigirem seus erros. Não conseguiram. O governo anunciou hoje, dia 22 de novembro de 2012, por meio do Ministério da Educação, na figura do Ministro Aloizio Mercadante, as notas da prova do Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM 2011, por escolas. Imediatamente a imprensa começou a publicar notícias sobre a classificação das escolas que participaram do ENEM. E como sempre acontece, a burguesia foi exaltada e a escola pública, nas entrelinhas, chamada de ruim, por mais uma vez. No portal Yahoo a notícia saiu assim:
''MEC divulga resultado do Enem 2011 por escolas; entre as 100 mais bem colocadas 10 são públicas
Numa reportagem com alguns dados estatísticos, embora tenha falado de colégios da elite, a jornalista não deixou de falar das escolas públicas, tidas para muitos como ruim. E essa informação é tão presente no nosso país, que muitos professores da rede pública também não acreditam na qualidade do ensino que eles mesmos transmitem. Tanto é verdade que mais de 70% desses professores tem filhos matriculados em escolas particulares. No portal UOL, os jornalistas exaltaram a burguesia e seus feitos maravilhosos, na intenção de apontar para o Nordeste brasileiro como sendo o reduto daqueles que menos estudam. Sabemos na prática que não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quem não conhece a realidade das escolas nordestinas, cria esse conceito errado, ficando com a informação da matéria publicada. Dessa forma não há como evitar a seguinte opinião: ''Está vendo, eu sabia, no Nordeste é só miséria'', cuja frase já se tornara comum ouvir aqui na região sul. No UOL a chamada da matéria sobre o ENEM foi publicada dessa forma:
''50 piores colégios do Brasil são públicos, segundo Enem por Escola; 24 estão no Nordeste''
E cada vez mais o destaque de que uma ou outra escola pública estava por ali, perdida, tentando fazer parte da festa, foi sendo publicado pela imprensa.
''Confira os 20 melhores colégios de Sergipe segundo o Enem por Escola; só um é público''
''Confira os 20 melhores colégios do MS segundo o Enem por Escola; apenas um é público''
E assim por diante:
''Confira os 20 melhores colégios de Goiás pelo Enem por Escola; apenas um é da rede pública''
''Veja as 20 melhores escolas de SP no Enem 2011; todas são particulares''
Tudo bem, já entendemos que a escola pública, segundo esses jornalistas, não vale muita coisa. O que indigna é ver que cada uma das matérias publicadas não traziam nada de relevante quanto a isso. Apontar que a escola pública foi minoria num teste organizado pela burguesia brasileira é uma coisa, mas apontar onde estão os defeitos desse ''fracasso'', segundo eles, é outra coisa totalmente diferente. Em todos os casos a escola pública foi tratada como algo estranho dentro do contexto de classificação, como sendo sempre o fator comum, de que as melhores notas são oriundas dos colégios particulares. Em nenhum caso ocorreu um: parabéns, entre tantas, vocês conseguiram. Não, isso não existe. As matérias trazem basicamente o mesmo texto. Explicam como foi realizado o exame, apontam que apenas uma escola pública integra a lista dos melhores, e apresenta a lista dos gloriosos. Em momento algum cita as condições de estudo e trabalho existente nessa escola pública. Eu praticamente vivo dentro de uma escola pública, e a defendo com todos os garfos. Na atual situação que presencio dos nossos alunos hoje, confesso, é realmente muito difícil competir com a burguesia desse país, mas, não é impossível. E sempre temos alunos de escola pública se destacando nesse meio elitista que é a educação brasileira. Podemos não ter a maioria dos alunos em destaque, mas ainda assim, não estamos totalmente excluídos do processo educacional que os burgueses mantém nesse território desigual que é o nosso país. Destacar o colégio público como ruim, é fácil, para quem nunca viveu dentro de um, e não presenciou as dificuldades de se trabalhar com quase nada à mão. Exaltar a burguesia quando se trabalha para ela, é a coisa mais simples que existe. Agora, fazer a diferença contrariando a tudo e a todos, isso sim é provar qualidade.
Fonte de consulta: Imagem - google.com / chamadas jornalísticas - Yahoo.com.br e Uol.com.br.
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