''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

domingo, 28 de agosto de 2016

e a idade chegou

Fonte da Imagem: https://pixabay.com/pt/contador-vendas-homem-supermercado-309880/


LÁ ESTOU eu no caixa do supermercado passando minhas compras. Não demora muito e uma ogra em forma de ser humano se aproxima, esbarra na prateleira de revistas e consegue enfiar o carrinho de compras que ela usava, entre o carrinho que eu estava utilizando, e uma pilha de cestinhas azuis que estavam do outro lado. Obviamente; as cestinhas caíram, a ogra se importou? Óbvio que não! Enfiou a mão no carrinho dela e começou a jogar as compras dela junto as minhas compras, simples assim, agiu como se a esteira do caixa estivesse livre, sem ninguém ali, no caso, eu estava, mas ela ignorou isso. Olhei para a menina do caixa e falei:
_ Essa sem noção vai mesmo fazer isso?
A menina agilizou a travessia das compras pelo registro de preços enquanto a sem noção continuava enfiando sabonetes entre as batatinhas que eu tinha reservado a minha pessoa. Aquilo foi me enlouquecendo. Quando ela colocou um vidro de azeite em cima da farinha encarei a monstra e falei:
_ Por favor senhora, não está vendo que eu ainda não passei minhas compras?
Como se eu tivesse pisado no nariz dela, a ogra gritou:
_ Senhora? Olha o respeito! Quem é você pra falar assim comigo?
Não entendi a reação da idiota, mas mesmo assim inventei um nome para satisfazer o ego da estúpida.
_ Felipe, e a senhora quem é?
_ Não te interessa, seu traste!_ e empurrou os poucos produtos que já me pertenciam, mas ainda faltavam computar os valores.
Confesso que deveria ter respondido igual a ela, sem educação alguma, mas preferi inventar um nome de pessoa para completar a lacuna que ela rabiscado no ar. Por fim, ela jogou o carrinho em cima de mim, terminei de pagar as compras e saí de lá esbravejando. Eu só queria sair do mercado e não encontrá-la nunca mais, era um desejo.
Confesso que fiquei com vontade de falar frases compridas? Fiquei! Mas não o fiz. Fui embora. Só fui embora.
Enquanto caminhava até minha casa, pensei: cheguei numa idade que finalmente estou conseguindo tolerar essa categoria de seres humanos podres que estão entre nós. Aqueles que saem de casa pensando em arrumar confusão. Aqueles que te ofendem na intenção de serem respondidos, para posteriormente se fazerem de vítimas, e lhe transformar num vilão perante a sociedade. Aqueles que torcem para que você seja mais ignorante que eles, e saia no braço por qualquer coisa. Inevitavelmente esses imbecis estão por aí, e pior, eles são muitos. Por outro lado, para minha alegria, embora completem uma quantidade considerável de gente, eles não são nem metade da população.

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