''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A ARTE de FAZER CHAMADAS JORNALÍSTICAS



Quinta-feira, tarde da noite, ligo o meu computador para ler as notícias do dia. É um vício. Acesso todas as páginas de notícias e deixo-as abertas para ir lendo e comparando cada chamada. Depois de ler sobre esse caso do mensalão, que pouco a pouco vai absolvendo um a um dos acusados, chego à parte das celebridades. E é sobre esse assunto que vou citar os exemplos a seguir. Primeira notícia que me chama atenção. ‘’Sem dinheiro, Tom Cruise não consegue pagar a conta em restaurante’’ (BOL notícias - 23/08/2012). Logo pensei: caramba, será que o divórcio levou tudo, realmente tudo, dele. Cliquei e li o texto. Na verdade ele tinha dinheiro, mas em dólar, e o restaurante onde ele estava com seus amigos não aceitava a bandeira do cartão de crédito dele, precisando assim que um amigo pagasse 220 libras esterlinas. O fato aconteceu na Inglaterra onde Cruise está rodando seu novo filme. Bem, um erro jornalístico na chamada, talvez, imaginei. Outra chamada: ‘’Lindsay Lohan é acusada de roubar mansão em Hollywood’’ (Bonde, notícia de 21/08/2012). Mais uma vez imaginei; minha nossa, será que ela insiste sempre em cometer o mesmo erro? Cliquei. Na verdade ocorreu um roubo numa mansão, o dono só percebeu o sumiço de seus pertences de valor depois que os convidados foram embora, no dia seguinte. Ele chamou a polícia e a polícia interrogou os participantes da tal festa. Lindsay estava presente na mansão, à festa acabou e os convidados dormiram ali, na manhã do dia seguinte foram embora, só isso. O dono da mansão acordou e deu conta que algumas coisas tinham sumido. Chamou a polícia. A polícia conversou com todos, e ela, obviamente, por estar presente no lugar é suspeita como qualquer outro que lá estava, mas nada comprovado. Pelo amor de Deus, duas chamadas jornalísticas dando informações controversas não pode ser coincidência. Continuei navegando. Por fim, a notícia do suposto assalto ao jornalista Carlos Nascimento, do SBT. No portal IG: ‘’Jornalista Carlos Nascimento diz ter sofrido tentativa de assalto por travestis’’
(iG São Paulo, 23/08/2012). No site Miséria: ‘’Carlos Nascimento reage e evita assalto por travestis em São Paulo’’(Miséria, 23/08/2012). No site Tnonline: ‘’Jornalista Carlos Nascimento é assaltado por travestis’’ (tnonline, 23/08/2012). Afinal, ele quase foi assaltado? Ele foi assaltado e reagiu? Ele ia ser assaltado, mas evitou o assalto, reagindo contra o assaltante? Para saber, só lendo. Em todas as matérias jornalísticas, baseadas numa única entrevista que ele concedeu à rádio Jovem Pan, encontrei informações divergentes e contraditórias. Hum, no fim das contas não entendi muito bem o ocorrido e fiquei com uma história muito mal contada sobre isso.
Isso não é só uma exclusividade das matérias veiculadas sobre aqueles que estão na mídia, mas ocorre em todos os campos de informação. Sobre mensalão, estou quase desistindo de acompanhar o que ocorre naquela sala do riso em Brasília. A cada informação publicada, um dado diferente vem à tona, não por parte das investigações, mas sim por quem está escrevendo as matérias que são publicadas. Eu poderia fazer um trocadilho já batido, e falado constantemente, que pelo fato de não exigirem diplomas de jornalistas é por isso que isso acontece, mas não. A maioria desses colunistas tem diploma universitário, e mesmo assim escrevem muito mal. A falha está onde? Na educação desse país que é precária? Na formação universitária que não desce do pedestal da glória para admitir que existam erros no seu processo de aprovação? No fato de querer conseguir audiência para sua matéria a todo custo? No dono do veículo de comunicação que publica um texto sem começo, meio e fim? Ou, está na minha pessoa, que insiste em continuar lendo matérias jornalísticas, acreditando que isso vai me manter informado do que acontece no Brasil e no mundo, quando muito, só serve para lançar verdades pessoais sobre determinados assuntos? Talvez todos sejamos culpados. Tanto por escrever, publicar e ler o que o ser humano faz acontecer cotidianamente.


Fonte da imagem: MÃO - poetaarmandomorais.blogspot.com.br

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