Nessa terça-feira, dia 21 de agosto, começou a campanha eleitoral no rádio e na televisão. Assistindo aos primeiros minutos do programa eleitoral pude perceber que nada mudou. É sempre a mesma coisa. Vejo na tela da TV e escuto no rádio um Brasil bonito, sem problemas aparentes, com gente disposta a mudar todo o pouquinho que está errado, na primeira semana de governo. Ledo engano. Desde que me conheço por gente isso é dito, falado, gravado, gritado e transmitido a quem se propõe à acompanhar aqueles engravatados que falam, falam, falam, e sempre continua a mesma coisa. Mudamos é claro. O que existia na década de 1910, e o que temos hoje no ano de 2012, não há como negar que houve muita mudança. Também pudera, o mundo evoluiu, jã não era sem tempo. Ou não evoluiu? Hum, vejamos. O chamado voto censitário, onde só votava quem possuía certa renda em dinheiro e bens. O que há hoje são ''candidatos censitários'', onde quem ganha é aquele que tem mais dinheiro. Não que ele compre as pessoas, ou compre na surdina, quem sabe; mas sim pela propaganda de instrumentos que é feita. O tempo de televisão, a qualidade dos programas, a imensidão de placas espalhadas pelas ruas, a panfletagem, e a compra de votos propriamente dita. Ontem minha vizinha estava toda toda por que ganhou uma escova progressiva de um candidato a vereador. Ao conversar um pouco com ela entendi que esse candidato está pagando progressiva para as mulheres votarem nele. E muita gente se ilude por esse ato ''bondoso'' e doa seu voto para o cavalo.
Em meio aos candidatos do dinheiro, engravatados, com partidos políticos poderosos, estão àqueles que provocam risos nas pessoas que assistem ao horário eleitoral gratuito. Pessoas que dizem coisas sem sentido, com promessas que não estão ao seu alcance e muito menos vão conseguir lutar contra o que dizem não concordar. Um exemplo; um candidato a vereador disse que vai lutar para acabar com o Estatuto da Criança e do Adolescente. A intenção do infeliz não é das piores. Lançando uma frase assim ele pensa em conseguir o voto dos professores. Os professores, dentro da sua grande maioria, não leu o chamado ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), e por osmose criticam a lei sem conhecê-la, achando que aquilo é a grande razão dos jovens fazerem o que querem nas escolas brasileiras. Acabar com o ECA não é da alçada de nenhum vereador, pois trata-se de uma lei federal, mas pode acreditar que vai ter um monte de cabeça de vento que trabalha em escola, que vai votar no cara pensando que ele de fato pode destruir essa lei da criança e do adolescente.
Outro exemplo foi um candidato a vereador que disse que vai acabar com os pedágios da rodovia que corta a cidade onde ele habita. Outra falácia que faz muita gente acreditar que um simples vereador, cujos atributos lhe cabe cuidar do município onde reside, pode destruir uma praça de pedágio e liberar a porteira para todos os veículos que transitam pela rodovia estadual. Uma vez um candidato a governador disse que ia acabar com os pedágios. Ele ganhou a eleição, passou o tempo dele, ele saiu; e os pedágios estão aí até hoje. Com um detalhe, cada vez com preços mais absurdos.
Por fim, acompanhei a proposta de todos os candidatos, tanto àqueles que concorrem para prefeito, como àqueles que concorrem para o cargo de vereador, e isso me levou a uma reflexão. Se fosse realmente verdade àquilo que dizem ali, estaríamos bem de qualquer jeito. Analise. Nenhum candidato diz que vai colocar fogo na cidade ou vai matar todos os animais abandonados que ele encontrar na rua, afinal, eles não são loucos. Precisam dos votos dos cidadãos, e por ventura, de alguns animais. O que vemos são pessoas falando somente coisas boas para saúde, educação, segurança, transporte público, moradias e tantos outros problemas que existe por aí. Ou seja, se todos eles falam coisas boas e prometem fazer tudo e resolver tudo, então não teríamos que nos preocupar com nada, pois qualquer um que ganhasse a eleição, estaríamos bem amparados, mesmo que não tivéssemos votado naquele candidato, afinal, moramos na mesma cidade há muito tempo. Muitas vezes bem antes deles chegarem aqui pra fazer campanha. Mas, então por que temos esse medo de que esse ou àquele candidato ganhe, sendo que as propostas muitas vezes são parecidas? O que gera esse medo no nosso inconsciente é justamente o fato de sabermos que nem 1% do que é dito ali será cumprido após ele assumir o cargo. Pois já estamos vendo isso há muito tempo. Mesmo assim, dentro desse 1%, mais da metade daquilo que é dito, trata-se de mentira. Falácia. Palavras para convencer e ganhar a eleição. No final, os super salários para trabalhar pouco, as viagens, o dinheiro que circula no meio, e a vantagem de se aposentar em quatro, cinco, seis, ou no máximo oito anos, atrai essa galera ''disposta'' a trabalhar para o povo. No fim, devemos recorrer a quem? Ao Batman? Se bobear até ele está concorrendo ao cargo de vereador em algum município brasileiro.
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