''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

domingo, 12 de agosto de 2012

LONDRES 2012 - OLIMPÍADAS dos TEMPOS MODERNOS


As Olimpíadas chegaram ao fim. Foi uma festa muito bonita, com poucos problemas e muitas medalhas distribuídas, mil no total. O Brasil bateu recordes de medalhas, embora tenha ganho poucas medalhas de ouro, foi uma das edições que mais subimos ao pódio. Em especial, para o nosso país, as lutas conquistaram muitas medalhas. Box e Judô se destacaram.


Nos últimos dias da competição surgiu uma expectativa quanto aos esportes coletivos. O futebol masculino foi para a final, o vôlei masculino e feminino também. Bernardinho é um nome vitorioso no nosso país, embora muitos o acusem de ter sido um jogador medíocre; como técnico ele fez, e continua fazendo história. Se ele ganhasse, juntamente com a equipe masculina de vôlei, estaria sendo exaltado nesse momento. Como perdeu, até o filho de João Carroceiro, que tem três anos de idade, está criticando o moço. Assim aconteceu com Mano Menezes, técnico da seleção brasileira de futebol. Depois de muitos anos chegamos novamente a uma final olímpica na modalidade futebol masculino. Até aí, para o povo brasileiro, o tal Mano não fez mais que sua obrigação, talvez devido aos resultados sofridos que apresentou desde que assumiu a seleção brasileira. E então, o jogo decisivo. Se ele perdesse seria massacrado, como de fato foi, e está sendo criticado e xingado até agora. Mas, e se ele ganhasse? Será que alguma coisa seria apagada e começariam ver alguma qualidade no rapaz? Quem pode saber? No final das contas, ele perdeu, e agora está escutando. E o José Roberto Guimarães? Esse sim. Venceu com a seleção feminina de vôlei. Ganhou o ouro e está sendo colocado no pedestal dos Deuses. Mas, e se ele perdesse? Será que não estariam falando o mesmo que falam do Bernardinho? Infelizmente o brasileiro cobra muitos resultados excepcionais. Só o primeiro lugar interessa, o segundo lugar não vale nada para o povo. Mas, é de se pensar, ser segundo lugar numa olimpíada significa ser o segundo melhor do planeta naquela categoria; naquele momento, e continuar nos próximos dois, três, ou quatro anos ostentando esse título de segundo melhor do mundo. Mas isso não interessa para ninguém, nem para quem torce, nem para quem está competindo.


Na corrida de revezamento feminino quando a equipe do Brasil perdeu e chegou em sétimo, juro ter pensado que elas iam agredir a repórter que foi até lá colher uma palavra das atletas. Estavam furiosas. Diversas razões levam a isso, talvez uma delas seja, ''e agora, vou ter que voltar para minha vida sofrida no Brasil, trabalhando, treinando e ralando por mais quatro anos até poder competir de novo''. Não duvido disso, uma vez que poucos atletas conseguem patrocínio nesse país. Poucos conseguem incentivos do governo para somente treinar e mais nada. Muitos ralam, ralam e trabalham incessantemente. Chegar numa olimpíada nessas condições é uma vitória. Vencer então, nem se fala. Pior que isso é ter de ouvir a presidenta do Brasil dizer que ''exige resultados dos atletas brasileiros'', vai investir dinheiro no esporte, depois abra a boca para falar uma frase dessa.





E muita gente chorou no final. Gente que ganhou medalha de bronze, gente que ganhou medalha de prata e gente que ganhou medalha de ouro. Parece que chorar faz parte da cerimônia, menos para os Alemães, isso não vale para eles. Os brasileiros que choraram por que ganharam a medalha de ouro foi devido ao cansaço, o esforço, e tudo que fizeram para chegar até ali. Os brasileiros que choraram porque ganharam a medalha de prata, foi porque não conseguiram ganhar a medalha de ouro. E os brasileiros que choraram porque ganharam a medalha de bronze, foi justamente porque conseguiram ganhar a medalha de bronze. Enfim, cada um teve um motivo pra deixar lágrimas brasileiras no solo inglês.


E daqui 4 anos, em 2016, dizem que toda essa galera vem para o Brasil. Talvez agora, sabendo que a festa do esporte vai ser aqui, o governo pense um pouco naqueles atletas que transformam tripas em coração para conseguir estar lá, na pista, ou na quadra, ou onde quer que seja, competindo. Caso ninguém se importe com isso, afinal, ''o que eu tenho a ver com esse negócio?'', como dizem alguns, passaremos vergonha em solo brasileiro. Em casa, no nosso quintal. Daí vai ser fácil. Perdeu, tchau, sai do estádio, atravessa a rua e vai pra casa tomar um banho e assistir o programa de esportes pra ver onde foi que errou.

Fonte das Imagens: google

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