''Saiu o vendedor de queijos a vender seus queijos pelas ruas da cidade. Na primeira casa que encontrou, arriou sua sacola e pôs-se a bater palmas. A empregada, pobremente vestida, saiu à porta para atendê-lo:
- Pois não?
- A patroa não deseja comprar um queijinho?
A empregada mandou-o esperar um instantinho e foi para dentro da casa perguntar para a patroa se ela não queria queijo.
Alguns instantes depois, a empregada voltou:
- A patroa mandou perguntar se é mineiro.
- Não senhora, sou paraibano!
A empregada voltou para dentro novamente falar com a patroa. Depois:
- A patroa quer saber se o queijo é de Minas.
- Sei não, senhora. Acho que nasceu aqui mesmo. Que diferença faz se é mineiro ou cearense? Queijo é queijo!
- Mas a patroa disse que só compra se ele for mineiro! É mineiro ou não é?
O vendedor, para não perder a freguesa, falou que era.
- Então prova! - disse a empregada.
- Olha, dona, eu não tenho aqui comigo a certidão de nascimento dele, não. Mas só tem um jeito de descobrir se ele é mineiro ou não.
- E qual é? - quis saber a empregada.
- Fácil! - respondeu ele. - A senhora dá uma apertadinha nele. Se ele disse uai, é mineiro!
- E se não disser? - indagou a empregada.
- Não tem erro. É mineiro mudo!''
Alexandre Azevedo,
(O vendedor de queijos e outras crônicas, Atual)
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