''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

sábado, 7 de abril de 2012

SÉRIE VIAGENS - CINCO DIAS na cidade de MONTE CARLITOS, na ARGENTINA

Rua paralela à Avenida Principal, o asfalto ainda não chegou ao lugar 

Quem tem dinheiro e pensa em viajar para um lugar concorrido no feriado, vai, sem sombra de dúvida. Como não gosto de muita gente se espremendo no mesmo lugar, e não tenho dinheiro para viajar até os lugares mais requisitados, viajo com o que tenho no bolso. Nesse caso em questão, o grande sonho era ir para a Argentina. Muito ouvi falar durante anos, de pessoas que iam e voltavam com muitas histórias na manga do casacão que por lá compravam. ''Buenos Aires'' é maravilhosa, ''Bariloche'' é sensacional; enfim, sabendo que dificilmente terei dinheiro para pagar um canto de esquina nesses lugares, decidi viajar para a Argentina à minha maneira, conhecendo um lugar quase nunca procurado por ninguém. Enquanto ouvia os nativos falarem uma língua que de muito longe lembrava o falar cantado do argentino, eu andei muito por um vilarejo com clima alternado, e bastante maluco, onde fazia sol no primeiro minuto da tarde, e começava a nevar no quinto minuto dessa mesma tarde. Para isso, comprei uma passagem até a metade do caminho que iria me levar para a Argentina, e acabei de chegar na mochila à pequena localidade de Monte Carlitos, no extremo Sul daquele país.

 Avenida principal da cidade, a rua que segue em frente leva até ao aeroporto

Monte Carlitos não é nada grande. A sua população não é nada amigável, e suas ruas não são nem um pouco limpas. A terra preta é o que mais têm naquele lugar. As casas, um tanto quanto antigas e caindo aos pedaços é que dão a beleza local. Os muros, sempre muito altos e completamente inacessíveis para quem passa na rua, tapam a visão de quem deseja ver alguma coisa dentro dos quintais. O lugar têm uma delegacia, com um delegado local que ainda é chamado de Xerife pela população. Não há prefeito, o próprio delegado, ou Xerife, é quem controla as contas do município. Poucas escolas estão instaladas no lugar, no total são três, todas estaduais, não existe escola municipal em Monte Carlitos. Banco não há, posto de gasolina tem um, no centro da cidade. Semáforos a cidade possui 4. Tudo que se deseja fazer por lá é direcionado para a agência dos correios. Por fim, existe um único hotel no município e não há restaurantes, obrigando os hóspedes do hotel realizarem suas refeições ali mesmo, na cozinha do lugar.

Rua de entrada da cidade, no último dia ''chovou'', ou seja, caiu do céu uma mistura de chuva com neve

No último dia em Monte Carlitos, choveu. Mas você caro leitor, deve estar se perguntando agora, ''como ele foi encontrar esse fim de mundo?'', ou seja, como alguém pode encontrar uma localidade instalada no fim do mundo, dentro do mapa que você têm em mãos. Quando fui procurar alguma informação sobre essa cidade, encontrei alguns relatos que faziam referência à neve, que costumeiramente cai na época da Páscoa. Como eu nunca tinha visto neve, pensei: ''Que bom''. Tudo acontece como se o tempo tivesse uma hora marcada com o setor meteorológico. Rica na criação de animais, como galinhas, porcos e bois, Monte Carlitos manda produtos para todos os cantos do continente, produtos esses que são direcionados para a venda e a entrada de capital. Depois de andar muito por Monte Carlitos e não encontrar nenhuma lanchonete aberta, decidi voltar logo para minha casa; no Brasil. Embora o  lugar onde eu estava visitando. seja calmo e tranquilho, há muitos outros lugares para visitar além de Monte Carlitos. Gostei muito de conhecer a localidade durante os três  primeiros dias, então chega, Monte Carlitos não é um lugar para ficar mais que três dias, caso contrário, é o fim da picada; daí, o pernilongo morre.

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