''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

sábado, 1 de dezembro de 2012

O PEDÁGIO no ESTADO do PARANÁ


O governador Beto Richa (PSDB) defendeu, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (29) em Londrina o reajuste de 4,69% do pedágio cobrado nas rodovias do Estado do Paraná, tanto as estaduais como as federais também. No entendimento dele, o assunto pedágio não pode se misturar com política no Estado. ''Foi o que eu falei durante a campanha. Não vou ser demagógico. O reajuste anual é inevitável. Ele está previsto no contrato firmado entre governo e concessionária há 20 anos e precisa ser cumprido'', argumentou. Há 20 anos pagamos valores absurdos para transitar nas estradas do Paraná, isso para não dizer que somos assaltados sem armas quando viajamos, ou saímos para trabalhar cotidianamente, como acontece com muitos seres humanos que aqui residem. Enquanto que nos pedágios de Santa Catarina e São Paulo você paga R$1,50 ou em alguns R$1,20, quando muito R$6,30, no Paraná você paga R$12,40 (Jacarezinho), R$11,50 (Sertaneja) e assim por diante. Como explicar o preço absurdo na praça de Jataizinho, R$13,40? Agora com o aumento, as concessionárias vão se esbaldar.


Basta lembrar que os pedágios são uma herança deixada pelo ''finado'' Jaime Lerner, padrinho político de Beto Richa. Mesmo Requião tendo prometido o ''abaixa ou acaba'', e não tendo cumprido suas palavras, devido ao contrato muito bem feito pelo ''gênio'' Lerner, ainda assim é um absurdo continuar subindo os preços todos os anos. Andando de jatinho de um lado para outro fica fácil não pagar pedágio.
Richa ainda lembrou que prometeu durante a campanha eleitoral que iria cobrar mais investimentos das concessionárias responsáveis pelo pedágio no Paraná. ''E isso já está acontecendo. Cito aqui a duplicação entre Medianeira e Matelândia, o contorno rodoviário de Mandaguari, a duplicação entre Jandaia do Sul e Apucarana e a duplicação da BR-277, entre Curitiba e Campo Largo'', disse o homem que defende o aumento. Ele ainda afirmou que é ''importante destacar que o reajuste médio do pedágio está abaixo do índice inflacionário''. Só faltava essa, querer que o aumento acompanhe a inflação. ''E outra, da redução da tarifa do ferryboat de Guaratuba ninguém fala. Fizemos isso porque constatamos que a empresa responsável pelo serviço não estava levando a sério a meta de investimentos exigida pelo governo'', explicou o governador. A tarifa do ferryboat baixou, isso é fato, mas isso justifica a ''garfada'' no bolso de quem vai e vem pelas estradas do Paraná? Falando assim fica até parecendo que só baixou lá porque ia subir aqui. Vai saber.
Entre todas as ''melhorias'' de duplicação anunciada, a duplicação da Londrina-Mauá, onde morre gente todos os dias, e a serra do cadeado, até Curitiba, continuam ceifando vidas diariamente sem que nada seja feito por ali. E olha que não é falta de falar. Duplicar esse trecho vai diminuir e muito a distância entre Curitiba e Londrina. Mas, para que isso aconteça, talvez mais uns dois ''pedágiozinhos'' se instalem por ali, detalhe, já com o preço novo, reajustado, é claro.


Tudo começou as vésperas da reeleição do senhor Jaime Lerner. O governo do Estado, naquela ocasião, fez um ''acordo'' com as concessionárias. O preço do pedágio cairia pela metade e, em troca, as concessionárias não precisariam mais fazer uma série de obras nas rodovias, entre elas a duplicação do trecho Mauá-Ponta Grossa. Até aí, um acordo. Bem, passada a eleição, reeleito o governador, as concessionárias ganharam na ''Justiça'' o direito de voltar o pedágio para o preço normal. Só que agora com um detalhe, essa mesma Justiça não voltou a ''obrigar'' as concessionárias a fazerem novamente àquelas obras. No final de tudo, isso somente serviu de manobra não só para reeleger o papai dos pedágios no Paraná, como também para manter o mesmo preço de antes, e tirar das costas das concessionárias as obras caras, que teriam que desempenhar.
Quando o Requião se elegeu, ao longo do seu mandato ele vetou todas as vezes que esse tal contrato dizia que os preços deveriam subir. Ele tentou desfazer o contrato por várias vezes. Tentou ainda fazer as chamadas estradas da liberdade, para que os motoristas não pagassem pedágios e desviassem das praças, mas nada funcionava. Sempre a ''Justiça'' dava ganho de causa às concessionárias. O curioso é que, mesmo quando o governo ganhava em uma instância, alguma juíza do Rio Grande do Sul, lugar onde fica a sede das concessionárias, revertia a decisão a favor da concessionária.
Por outro lado, havia ainda a opção de se pagar uma indenização de R$4bilhões para as concessionárias, além disso, o Governo do Estado deveria assumir os pedágios. O Governo não conseguiu arrumar R$4bilhões em poucas horas, então essa opção foi descartada. 
E assim as coisas se arrastaram até o final do segundo mandato do Requião, quando então o governo voltou para as mãos dos partidos de direita. Os integrantes que agora estão no poder, não pensam e nem suspiram, assim como jamais questionam o pedágio do jeito que está, defendendo seus aumentos anuais. Além disso, pretendem implantar mais um entre Londrina e Mauá.


Ao que tudo indica o contrato com as concessionárias acaba em 2017. A partir daí, os pedágios ficam sob controle do Estado, ou não, abrindo brecha para uma nova licitação, dependendo de quem for o governador naquele momento. Boatos dizem que o governo do Estado pretende estender esse contrato para mais 25 anos, talvez isso ocorra em troca de uma pequena redução no valor cobrado. Talvez o valor caia pela metade, livrando as concessionárias das obras nas rodovias.

Fonte: http://www.econorte.com.br/tarifas.asp / http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2012/10/motoristas-fazem-protesto-contra-tarifa-de-pedagio-na-br-153.html /  http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--1258-20121129-201211301-1-366188 / Depoimento e informações de Dirceu Hartmam.

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