''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

terça-feira, 29 de setembro de 2009

ZELAYA Jones... Ou será o MAGNUN ?


José Manuel Zelaya Rosales foi eleito presidente da República de Honduras em 2006. Tudo ia bem em seu governo, quando em junho de 2009 ele recebeu ordem de prisão em sua residência. Quem o prendia? Tropas do exército hondurenho. Depois de preso foi enviado para a cidade de San José, na Costa Rica. Mas, por que o prenderam? Desobediência Constitucional foi o que disseram. Logo após sua prisão e deportação, a maior parte da comunidade internacional condenou a ação. E todos consideraram o que aconteceu em Honduras como um clássico golpe de Estado. Quem entrou no poder? Roberto Micheletti. Novamente a comunidade internacional não reconheceu este governo. Alegaram desta vez que não havia consistência concreta alguma para impedirem o homem de governar, por isso o novo governo não seria considerado coisa alguma para o restante do planeta.
Candidato à presidência de Honduras, pelo Partido Liberal, Zelaya foi eleito presidente da república, derrotando por uma pequena margem de votos o seu oponente Porfirio Pepe Lobo, candidato do Partido Nacional de Honduras.
Logo que assumiu a presidência começou a colocar seus planos de governo em prática. Entre suas promessas de campanha estava a de dobrar o número de policiais, de 9.000 para 18.000 agentes, e um programa de reeducação entre as gangues Mara Salvatrucha. Com estas ações passou a ser visto como o candidato da reconciliação, ao contrário de seu adversário, Pepe Lobo, que defendia a adoção da pena de morte. Apesar de eleito por um partido de direita, Zelaya promoveu reformas econômicas e sociais consideradas de esquerda, o que o levou a perder popularidade entre os donos do poder econômico, por outro lado, a esquerda passou a apoiá-lo. A oposição de setores da direita ao seu governo recrudescia à medida que Zelaya se aproximava de Hugo Chavez, com a adesão hondurenha à ALBA, e, sobretudo por seus ataques verbais aos Estados Unidos e ao setor empresarial.
Quando o amigo Hugo Chávez decidiu não renovar a licença da emissora de TV Rádio Caracas Televisão (RCTV), uma das mais antigas e tradicionais do país, Zalaya pensou em algo para a imprensa do seu país. O homem hondurenho não chegou ao extremo de fazer o que fez o amiguito, mas por sua vez, determinou que todas as estações de rádio e TV de Honduras transmitissem, em rede nacional, durante dez emissões, emissões de duas horas sobre programas do seu governo, para "combater a desinformação disseminada pela mídia”.A medida, embora legal, foi duramente criticada pelo principal sindicato dos jornalistas do país, que acusou Zelaya de estar repetindo os mesmos atos autoritários da sua oposição. Naquela ocasião o jornal NotiCen da Universidade do Novo México, publicou uma afirmação de Zelaya, onde este dizia que "a imprensa não estava sendo justa na cobertura do seu governo", e citava como exemplo as matérias que passavam a impressão de que as estatísticas de homicídio aumentavam, quando na verdade haviam caído 3%, em 2006, segundo informações do próprio Zelaya.
Em 22 de Fevereiro de 2008, Zelaya sugeriu que os Estados Unidos legalizassem as drogas, o que segundo ele, diminuiria a violência e os homicídios em Honduras. Honduras faz parte do roteiro do tráfico de cocaína entre a Colômbia e os Estados Unidos, juntamente com Guatemala, El Salvador e o México, o que segundo ele, seria a causa de 70% dos homicídios do país - cerca de 12 por dia, para uma população de apenas sete milhões de pessoas.
A revista The Economist elogiou Zelaya por cumprir algumas de suas promessas de campanha, mas criticou a falta de um programa coerente que resolvesse os problemas mais profundos do país, sobretudo pela ferrenha oposição direitista e as crescentes tensões sociais.
Em razão da crise mundial e da elevação dos preços dos alimentos em 2007-2008, além do aumento da violência ligada ao narcotráfico (Honduras teve a mais alta taxa de homicídios da América Latina), a aprovação do governo de Zelaya teve uma queda expressiva em 2008.
Em 23 de março 2009, Zelaya decretou a realização de uma consulta popular sobre a realização de um referendo para que houvesse à convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A consulta deveria ocorrer até o dia 28 de junho e seria colocada nos seguintes termos:
‘’Você está de acordo que, nas eleições gerais de novembro de 2009, se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, que aprove uma nova Constituição política?’’
O resultado positivo da consulta popular serviria como fundamento para que o Executivo enviasse ao Congresso Nacional, um projeto de lei sobre a colocação de uma quarta urna nas seções eleitorais durante o pleito de novembro.
A consulta foi desautorizada pelo Congresso e pelo Judiciário. Entretanto, Zelaya decidiu realizá-la, ainda que seu valor fosse meramente simbólico. Como os militares se recusaram a distribuir as urnas, o presidente demitiu o chefe do Estado Maior Conjunto, Romero Orlando Vasquez Velasquez. Este não acatou a ordem e teve o apoio dos demais comandantes, assim como do Congresso e do Judiciário.
Por fim, no próprio dia 28, quando seria realizada uma tentativa de subversão da ordem constitucional vigente maquiada de consulta popular, Zelaya foi preso, por ordem da Suprema Corte e do Congresso Nacional, por tropas do exército hondurenho, que o colocaram em um avião, com destino à Costa Rica, configurando-se assim um impedimento constitucional legítimo. O Judiciário hondurenho anunciou que dispunha de provas suficientes para processar Zelaya por 18 delitos, incluindo traição à pátria e descumprimento de 80 leis aprovadas pelo Congresso.
Zelaya então foi embora do país, curtiu um sol diferente, comeu em restaurantes diferentes, mas sentiu falta de casa, e então voltou. No dia 21 de setembro Zelaya entrou clandestinamente em Tegucigalpa, capital de Honduras. E para não ser preso, entrou de fininho na embaixada brasileira e lá ficou. Os brasileiros como sempre, acolheram com muito amor e carinho esta pessoa que é tão querida do povo brasileiro. Piada né? Enfim.
Os Estados Unidos classificaram como "irresponsável" a volta clandestina do presidente deposto Manuel Zelaya a Honduras. Disse ele que o retorno de Zelaya não serve aos interesses do povo. "Os que facilitaram a volta de Zelaya têm uma especial responsabilidade para prevenir a violência e garantir o bem-estar do povo hondurenho"(fonte: Revista Veja.com – crise em Honduras. 28/09/2009)
O presidente deposto está refugiado na embaixada brasileira, o governo interino, liderado por Roberto Micheletti, ameaçou retirar o status diplomático da embaixada brasileira, caso o Brasil não defina a situação de Zelaya. Ou seja, é melhor desentocar o cara de lá, se não, a casa vai cair para os brasileiros que não tem nada a ver com o peixe.
Alguns órgãos da imprensa brasileira estão dizendo que Zelaya está transformando a embaixada brasileira no seu próprio quartel general, outros estão arriscando dizer que o Brasil não deveria entrar numa guerra e num problema que não é nosso. Outros gritam e esbravejam dizendo que a partir do momento que Zelaya entrou na embaixada brasileira e alguém autorizou esta entrada, então estas pessoas deveriam dar longas explicações a respeito disso, mas na prática não é isso que acontece. Pelo contrário, parece que o nosso presidente está muito a vontade com toda essa situação. E chegou a declarar em todas as letras que o Brasil não reconhece esse governo de Honduras. Tudo bem, se não reconhece, não reconhece, mas precisa falar que não reconhece? Que coisa.
 Cada vez mais o mundo está voltando seus olhos para Honduras, enquanto o novo governo hondurenho volta seus olhos para a embaixada brasileira. O comandante da ONU afirmou nesta terça feira, 29 de setembro, que o exército de Honduras não tem o direito de invadir ou atacar a embaixada brasileira, mas, como sabemos, uma guerra declarada é uma guerra declarada, não há o que fazer. Ainda mais agora que a ONU entrou no mérito da questão e fez uma declaração desse tipo. Que chato. Será que eles não lembram o que aconteceu quando eles disseram aos EUA que eles não deveriam atacar o Iraque e caçar o Sadan Hussein? Enfim, cada vez mais o molho ta esquentando, esperamos a braços mornos que o principal prato hondurenho não seja servido com feijão brasileirinho.

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