Dirigido por Marcos Paulo, que faz sua estreia nos cinemas, e escrito por Renê Belmonte, o mesmo roteirista dos dois filmes SE EU FOSSE VOCÊ, Assalto ao Banco Central apresenta-se bem articulado em sua edição e direção. Embora muita gente saiu falando mal do cinema, eu gostei muito. Confesso que tudo que vi na tela me surpreendeu. O filme começa mostrando as personagens que planejam um assalto grandioso em um banco. Depois de algumas cenas fica claro que querem assaltar uma agência do Banco Central, mas não fica claro em qual cidade isso irá ocorrer. Num primeiro momento ‘’Barão’’, personagem de Milhem Cortaz, aparece como o chefe de tudo. Sempre de terno, sem dúvida fica claro rapidamente que ele é o mais esperto e o mais endinheirado de todos que ali estão. Viaja de um lado para outro do país recrutando o bando que irá fazer o serviço sujo. Uma casa é comprada ou alugada, isso não fica claro na trama, para que sirva de quartel general do grupo. Ali eles planejam tudo. Fazer um túnel por baixo da rua, medindo 80 metros, até o cofre do Banco Central, onde está o dinheiro.
Nesse ponto do filme ocorre uma quebra na história e vemos carros da polícia federal investigando o roubo de 164 milhões de reais. Todos estão dentro do cofre, e ali fica claro que o roubo já aconteceu. O delegado, interpretado por Lima Duarte, seguido de sua equipe, entra no túnel e caminham até a casa. Logo que lá chegam outra quebra, e voltamos para o planejamento do assalto. A impressão que temos nesse ponto do filme é que o filme vem contraindo sua história, mostrando num momento imagens do início do filme e em outro momento imagens do final da história, formando assim uma espécie de sanfona no roteiro. Gostei bastante desse recurso, não fica cansativo e prende a quem assiste ao filme esperando por uma resolução.
O resultado final vem aos poucos, com o desfecho do assalto, onde os bandidos dividem o dinheiro e começa a entrar em cena a ganância por mais dinheiro. Num primeiro momento um dos ladrões questiona a divisão do dinheiro em partes iguais, morre por falar demais. Num segundo momento todos saem no mundo e pouco a pouco vão se entregando quanto ao paradeiro de um e de outro, tudo em busca de mais e mais dinheiro.
Por fim, o engravatado do começo, que dava indícios de ser o mais esperto de todos, surpreende a quem assiste ao filme. Gostei muito da direção, as idas e vindas no roteiro não deixam você cansar de assistir, ficando ligado em cada cena que ocorre na tela. As interpretações não estão ruins como tantos acusam, mas em um ponto o roteiro pecou. A relação de Giulia Gan com outra mulher fica claro a partir do momento que a suposta namorada entra em cena. Não há como não perceber que entre as duas ocorre alguma coisa mais séria. A mulher aparece com um vestido colado ao corpo provocando reações até em Lima Duarte, que só estava ali na função de delegado. Além da única aparição em cena da mulher provocante acompanhamos em vários momentos inúmeras ligações dela para com Giulia. Nesse ponto, achei falho o fato dessa relação homossexual não acrescentar nada para a história.
Embora muitos dizem que o filme é bom para dormir, não concordo com tal opinião, uma vez que a história conseguiu prender minha atenção, agora, em outros tempos, cansado, estressado e sem vontade de manter os olhos abertos, é claro que eu teria dormido; e assim sendo nessas condições físicas aqui citadas, nem os tiros de Rambo IV conseguiriam me manter acordado.
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