Quem já ouviu a expressão ‘’vergonha alheia’’ vai entender a forma como me senti ao assistir esse filme no cinema. Você olha para o lado e vê mais cinco pessoas na sala tentando se esconder entre as poltronas, talvez para não serem reconhecidas, ou até mesmo, para não serem atingidas por gotas de sangue que possam saltar da tela indo diretamente para seus corpos bem lavados.
O diretor Marcus Nispel traz consigo a característica do sangue em seus filmes, pois, foi o mesmo Nispel que dirigiu Sexta-Feira 13, na produção de 2009, e o filme O Massacre da Serra Elétrica, produção de 2003. Nessa nova versão de Conan: O Bárbaro, o sangue que acompanha o diretor está de volta, e agora, com mais recursos cinematográficos.
O filme não lembra em nada a história original criado para as Histórias em Quadrinhos; nessa versão o que se vê na tela é um Conan vingativo que só pensa em perfurar e matar com sua espada, quem quer que seja que fique na sua frente.
Logo na primeira cena, quem assiste ao filme se vê no meio de uma batalha. Por incrível que pareça sim, a mãe de Conan, grávida, luta nessa mesma batalha. É gente pulando sem braço de um lado e gente tentando andar sem pernas do outro lado. A mulher, por estar grávida, usa uma armadura na barriga, incrível, eu nem sabia que já tinham inventado isso, enfim, ela luta com quem aparece na sua frente até o exato momento que começa a entrar em trabalho de parto. Na mesma batalha está o pai de Conan, e marido da mulher que está entrando em trabalho de parto. Talvez estivesse ali cuidando da esposa, afinal, grávida não pode fazer muito esforço para não prejudicar o bebê, só uma batalha aqui, carregar um peso ali, que não exceda muito é claro. Mas, por estar lá, na hora certa e no lugar certo, é ele quem faz o parto da esposa, retirando de dentro da barriga da mulher quase morta, seu filho, que receberá o nome de Conan. Tudo corre bem, menos para a mulher, que fica lá, morta, no campo de batalha. A sessão começou com mais de vinte pessoas dentro da sala do cinema, quando essa cena terminou, tinha só seis pessoas lá dentro, eu e mais cinco.
Continuando. Conan é criado pelo pai numa aldeia bárbara. Não acontece nada a na aldeia, nunca, mas mesmo assim, eles sempre estão treinando para a guerra que um dia chegará. Devido a todos esses treinamentos, Conan cresce como um grande guerreiro. Ou seja, um guerreiro que promete, poderia assim dizer um olheiro de futebol. Mas, como nem tudo são flores, um dia a aldeia é atacada. Os invasores procuram por uma máscara mágica, é incrível como acreditam nisso ainda em pleno século XXI, mas enfim, o pai do Conan morre, e aí já viu; o rapaz jura que vai encontrar o homem que matou seu pai e vai matá-lo do mesmo jeito, ou até mesmo pior da forma como foi. Quem pode saber? Só o próprio Conan mesmo, mais ninguém. A partir daí, tem início a longa caminhada de vingança empregada por ele. Se não fosse bárbaro, podia ser um clássico filme de faroeste dos anos 70, ou ainda, um filme de Stallone ou Bruce Willis nos anos 80. Por fim, um narrador entra na história, talvez devido ao fato do filme contar com tão poucas falas, seria preciso alguém narrar para ambientar quem assiste ao filme sobre aquilo que está acontecendo na tela. O narrador é uma espécie de fantasma, que surge de vez em quando dentro da trama, só pra explicar alguma coisa que poderia ser explicada com diálogos, mas não aconteceu. Confesso que é muito estranho ouvir as narrações entrando em meio a tudo aquilo; quem assistir verá, ou melhor, ouvirá.
Sobretudo que foi falado, o filme Conan pode ser resumido da seguinte forma: matou alguém da minha família, espere e verá, vou me vingar. No meio da história surge Tamara, os dois viajam juntos, nada de novo até aí. E assim a história segue. Depois de muitos membros decepados e vísceras explodindo chegamos ao final da trama. Consegui contar entre duas e três piadas durante o filme, não me lembro bem ao certo agora, mas posso garantir que você não irá rir do início ao fim. O que vemos sem dúvida alguma é a lâmina correndo solta em todos os cantos do corpo alheio.
O filme fracassou nas bilheterias estadunidenses, aqui no Brasil, também não foi bem sucedido. A produção do segundo filme da trama foi cancelada, devido à baixa renda que a produção alcançou. Enfim. Antes do lançamento comparavam o velho Arnold com o novo ator Jason Momoa, pelo amor de Deus... Nada a ver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.