O filme foi adaptado do livro com mesmo nome ‘’a invenção de Hugo Cabret’’, do escritor Brian Selznick; mas nem por isso a história deixou de ser uma obra prima sobre os primórdios do cinema, quando o objetivo era fazer sonhar, nada mais que isso. No final, Martin Scorsese conseguiu. Emocionou, fez rir, brincou e fez uma pá de gente sonhar na sala de cinema, tudo dentro de uma direção genial e uma excepcional condução das personagens, como sempre foi Scorsese. O filme conta a história de Hugo (Asa Butterfield), um garoto que ficou órfão de pai e mãe, e morando com o tio, numa estação de trem, tenta consertar a única herança deixada por seu pai, um boneco autômato. As peças ele vai colhendo em furtos periódicos de um velho, dono de uma loja de brinquedos, dentro da própria estação. Um dia, a história dele se cruza com a história do velho. Dentro dessas duas histórias, a história da sobrinha do velho se cruza com a história de Hugo, não demora muito e a história da tia e do tio se cruzam com a história de um professor escritor estudioso da arte do cinema. Dentro desse emaranhado de histórias cruzadas chegamos ao gênio artista George Mèlies, mágico que fez história no cinema realizando mais de 500 filmes com um objetivo, fazer quem assiste à sua obra, sonhar, simplesmente isso.
Logo após a morte do seu pai, Hugo foi recolhido por seu tio alcoólatra que vivia e trabalhava na estação de trem. Hugo foi levado para lá e aprendeu a dar cordas nos relógios, pois era esse o trabalho que seu tio fazia. O alcoólatra morreu às margens do rio Sena e ali ficou por meses. Hugo, sem saber, continuou trabalhando na estação tal como fora lhe ensinado. Sem a presença do seu tio Hugo passa a se manter na estação com pequenos roubos de croissants da padaria local e alguns pequenos objetos que possam lhe dar peças suficientes para recuperar o boneco deixado por seu pai. Quando não está ocupado com esses afazeres, está fugindo do guarda da estação (Sacha Baron Cohen), que recolhe garotos órfãos e envia-os para o orfanato. Hugo visa sempre pequenos brinquedos da loja de Papa George (Ben Kingsley), até o dia que é pego e tem seu caderno de anotações confiscado pelo mesmo. No caderno estão todas as anotações necessárias para a construção do autômato deixado por seu pai. Desesperado o menino se aproxima de Isabelle (Chloë Moretz), a filha adotiva de Papa George, que na verdade é a sobrinha. Nesse ponto da história as histórias começam a se cruzar como foi dito no início. A partir desse ponto, Hugo e Isabelle começam a descobrir coisas e mais coisas a respeito do tio George, do autômato e da história do cinema.
Scorsese usa todo seu talento e sua genialidade para se aprofundar em personagens excepcionais, em um trabalho primoroso de Kingsley como um Georges Meliès emotivo e emocionante, envolvido no todo pelo cinema, como foi o artista na vida real. Nesse longa, as relações entre o cinema e o sonho ficam mais evidentes com a revelação do personagem ao longo da história. Não foi à toa que a academia premiou A INVENÇÃO DE HUGO CABRET e O ARTISTA como os melhores filmes do ano passado. Os dois celebram o início do cinema, o momento mágico da formação dos sonhos construídos na tela, bem diferente dos efeitos especiais que vemos cada vez mais tomar conta de tudo que está sendo transmitido na grande tela. Muito bom, muito bom mesmo. Valeu muito a pena assistir a esse filme.
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