''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

segunda-feira, 12 de março de 2012

PROFESSORES unidos em busca daquilo que é DIREITO


60 mil professores no centro de São Paulo pedem a aprovação do piso nacional e mais algumas coisas que o governo não aceitou do mesmo jeito. O incrível é que toda essa galera, parando o centro da maior cidade do país, não virou notícia em lugar algum. Por qual motivo isso aconteceu? Política? Talvez seja isso mesmo. Ao final dessa passeata, os professores foram brindados com tiros de borracha, paulada na cabeça e alguns ossos quebrados, como uma espécie de mimo por parte da polícia de São Paulo. A pergunta que fica é: por que o governo aprovou um maldito piso nacional para a educação se essa joça não é aplicada nos Estados brasileiros? Enquanto um ser humano sem curso superior consegue ganhar 2 mil reais, o que ainda assim não é muito, os professores estão pedindo os 1400 reais que o governo assinou para eles ganharem, mas mesmo assim não ganham em muitos lugares.
Em 1889 quando a República foi proclamada, o Brasil passou a ser uma Federação de Estados Unidos dentro do Brasil, e deixou para trás suas províncias, onde os presidentes de cada uma mandavam e desmandavam, colocando leis e mandando matar àqueles que eram contra suas ideias. Pois, agora, com essa história do tal piso nacional, dentro da Federação, e com os governadores ignorando a tal lei, acredito eu que ainda não saímos da era das províncias. Cada governador faz o que quer e o que não quer e fica por isso mesmo; no final a culpa é sempre da lei de responsabilidade fiscal. O estranho é que essa lei só pega quando é para aumentar o salário dos professores, dos policiais, do pessoal dos serviços gerais, dos garis, dos motoristas de ônibus entre outros; pois quando é para aumentar o salário dos políticos, militares e juízes de direito, ela não existe no Brasil. Brasília e Rio Grande do Sul já mandou avisar que o professor que parar vai perder dinheiro, pois o desconto será feito. Professor já ganha pouco, parando e não ganhando nada, aí não tem jeito. Quem vai aderir a alguma coisa nesse lugar, sendo que a retalhação vem a galope depois? Então, do que adianta ter a porcaria do direito de greve nesse país, sendo que, ao pedir o que o governo federal ordena, o governo estadual nega; ao parar para fazer valer seu direito de protesto, o governo estadual te ferra outra vez. Não encontro uma resposta para nada nesse sentido.
Bem, se pelo menos estivéssemos num império, e as províncias ainda existissem, como acreditei estarmos vivenciando ainda, com certeza o imperador iria fazer alguma coisa contra os presidentes rebeldes que não aceitam o piso nacional imposto pelo próprio imperador. Mas o que vemos é o contrário. Esse governo de merda não diz nada, parece estar num pedestal intocável apenas olhando os professores serem fuzilados nas ruas enquanto pedem para seus ''comandos'' colocarem aquilo que o rei pediu pra colocar. Acredito eu que o próprio rei deveria falar com os comandos locais e resolver esse problema. Mas o que vemos é o contrário. Os súditos se matando para fazer valer a decisão do rei. Que merda é essa? Que rei é esse? ''Que país é esse?'', com a licença de Renato Russo.
Não há como negar, professor é tratado igual lama nesse país politicamente correto. Em qualquer outra categoria a imprensa nacional e internacional estaria fazendo um estardalhaço, mas, como se trata dos professores, deixa pra lá, afinal... Que importância tem um professor? Para as autoridades, nenhuma; para a sociedade, são vagabundos; para os pais dos alunos, servem pra cuidar dos seus filhos enquanto eles trabalham, pois a maioria dos pais juram por Deus que professor não trabalha, e para o restante do pais, são coitadinhos.
Os movimentos se espalham cada vez mais pelas ''províncias brasileiras'', mas ainda não vejo uma luz no fim do túnel, não com gritos e marchas. Uma revolução, assim como descreveu Karl Marx no século XIX; com gotas de sangue no asfalto, viria bem a calhar nesse momento da nossa história, talvez isso mudaria a imagem que o restante tem de nós, e quem sabe poderíamos passar de coitadinhos para revoltadinhos.

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