''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quinta-feira, 3 de março de 2011

ETERNAMENTE caixa de supermercado

Eu precisava comprar comida saudável, arroz, feijão, batata frita e bacon, tudo com muita gordura e proteínas insufladas, mas... Como sempre existe um mas, naquele momento de necessidade extrema, eu não tinha dinheiro suficiente para arrematar todos estes produtos no supermercado da esquina, eis então que algo aconteceu. Procurando algumas moedas pela casa encontrei um velho pote com o metal. Contei uma por uma das moedas acumuladas em alguma das minhas vidas passadas, e corri para o supermercado. Depois de comprar tudo que eu precisava comprar de produtos super necessários para o meu bem estar, corri para o caixa com dois pacotes de feijão, dois de arroz, uma batata, dois litros de óleo, um naco de bacon, um pé de alface e gordura saturada em conserva; passei tudo pela máquina que calcula os preços e esperei pelo resultado. A menina do caixa me olhou e disse o valor a ser pago. Entreguei a ela uma nota de vinte reais. Por fim, ela deveria me voltar um troco de um real e sessenta e três centavos, mas, ela me voltou um troco de um real e sessenta centavos. Eu conferi o dinheiro, coloquei no bolso e ali fiquei. Ela me olhou intrigada e então disse, num tom estúpido peculiar:
_ Já dei o seu troco, pode sair para o próximo cliente?
_ Meu troco está faltando três centavos._ eu disse.
Ela me olhou e com tom de deboche, pronunciou suas palavras:
_ Não tenho três centavos, dá licença agora.
Eu não saí dali, faltavam três centavos do meu troco. Ela não quis saber. Me empurrou com uma das mãos para que eu desse espaço para o próximo cliente que ali já estava. Há mais ou menos um mês uma estatística comprovada fora anunciada numa revista vendável do mercado brasileiro. O supermercado segurando um centavo por cliente, e não devolvendo este centavo como troco, este mesmo supermercado consegue pagar o salário de um funcionário por mês, somente com estes chamados ''míseros'' centavos. A menina não queria nem saber. O cliente que passava suas compras pelo mesmo caixa que eu estava, mais estúpido que a própria atendente, começou a me empurrar também. Talvez estivessem a fim de brigar, mas eu não estava, apenas queria o meu troco. Ao sair dali andei na direção de uma portinha escrita ''gerência'' no batente. Logo que entrei encontrei um senhor jogando paciência no computador. Puxei uma cadeira e sentei enquanto pensava: não acredito que esse jogo ainda exista, e não acredito menos ainda que alguém ainda jogue este jogo, enfim... O homem me encarou e perguntou o que estava acontecendo. Expliquei a ele que a mulher estava me devendo um troco de três centavos. Ele abriu uma gaveta, sem falar nada após me ouvir, e retirou de lá de dentro uma moeda de dez centavos me entregando. Expliquei a ele que o certo é o certo, e eu só tinha direito a três centavos e não dez, como ele queria me dar. Ele insistiu para que eu pegasse. Não peguei, levantei e saí da sala. Ao passar pela menina estranha, ainda junto do cliente estúpido que havia me empurrado há poucos minutos, comentei:
_ Fique tranquila, seu salário está garantido este mês.
Fui embora pensando que este tipo de gente não sobe na vida. Fica parado no mesmo lugar por anos e anos a fio. Não tenho nada contra esta profissão, mas tenho uma certa repulsa por pessoas com comportamentos estúpidos e mal educados, em qualquer cargo ou posto que ela esteja ocupando no mercado de trabalho. Pode parecer idiotice e o máximo da economia querer exigir três centavos de troco, mas de três em três centavos que o supermercado, a mercearia, ou qualquer estabelecimento comercial segura do seu dinheiro, eles acumulam muito. Pense num banco, acumulando pequenas taxas de centenas de contas correntes pelo Brasil afora, isso gera bilhões no final de cada ano, com os pequenos estabelecimentos isso não é diferente. Embora a receita não chegue a bilhões, pelo menos o salário de um funcionário eles conseguem pagar. Já não aceito balas de troco há muito tempo, e não posso continuar deixando meu dinheiro com o estabelecimento comercial. Não digo isso para evitar que alguém fique rico, mas digo isso para evitar que muitos levem vantagem em cima do dinheiro que ganhamos com o nosso trabalho.