''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quarta-feira, 23 de março de 2011

O ALUNO FELIZ

O aluno fez a matrícula na secretaria da escola. Não gostava de estudar, nunca gostou, nunca quis; fez a matrícula para que a mãe recebesse alguns benefícios de bolsa auxílio, fornecido pelo governo. Logo no primeiro dia de aula agrediu duas pessoas no intervalo. Foi para o setor pedagógico e falou nomes que qualquer juiz mandaria prendê-lo no mesmo instante, caso tais nomes fossem disparados na direção de uma chamada ''autoridade''. Como os professores eram os agredidos, o aluno estava sempre certo e caso ocorresse alguma argumentação a respeito do assunto, o professor seria o culpado por ''estressar'' o aluno. Incrível, mas isso aconteceu duas vezes no último mês diante dos meus olhos.
Cinco alunas não gostavam de estudar, mas mesmo assim fizeram a matrícula na secretaria da escola e foram para aquele ambiente ''ruim'', segundo elas. Frequentaram uma semana de aula e depois não foram mais. Faltaram bastante, bastante mesmo. Faltaram por 10 meses no colégio. Durante este tempo, nenhum responsável foi encontrado para dar explicações, e muito menos qualquer uma das alunas. No final do ano, as cinco apareceram novamente na escola. Traziam nas mãos um papel com carimbo do Conselho Tutelar. Diziam estar amparadas pela lei, pois tinham mudado de cidade, mas os estudos precisavam ser concluídos. Como nenhuma delas havia pego transferência de escola, alguma coisa dizia que o errado era a escola onde ainda tinham seus nomes nos registros. Somente pelo fato de um carimbo do Conselho Tutelar estar naquele papel, isso gerou uma reunião relâmpago com os professores daquelas meninas. Uma delas estava grávida de um cara que nem ela sabia quem era, mas mesmo assim tinham o ''amparo legal''. Segundo elas. Na reunião ficara decidido que elas deveriam ser aprovadas, e foram. Passaram e hoje estão super felizes. Incrível novamente? Muito, mas isso aconteceu também...
Nos dois casos, os professores estavam contra tudo que estava sendo decidido, mas isso importou em algum momento? Não, nunca. Os alunos estavam certos, nos dois casos. O sistema ganhou mais uma vez, e os professores, por discordarem de tais atitudes, mas não conseguirem mudar decisões de superiores, são sempre os culpados. Por fim, o aluno está feliz.