''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

domingo, 3 de julho de 2011

MARCHA das VADIAS

Aconteceu no sábado 2 de julho, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. A Polícia Militar contabilizou cerca de 500 pessoas reunidas na chamada MARCHA DAS VADIAS. Algumas mulheres desfilaram com roupas curtas, outras com lingeries à mostra, algumas ainda traziam flores nos cabelos e maquiagem muito forte, talvez para parecer o quê? Quem sabe tudo, menos vadias, como se rotulavam. Não há como dizer. O movimento aconteceu como forma de um protesto bem humorado, contra a ideia de culpar as mulheres pela agressão que sofrem dos homens, ou de qualquer outro ser humano que por aí transite. Um grupo de feministas organizou o movimento. O nome ''vadias'' talvez não tenha sido uma boa escolha neste caso, segundo minha fútil opinião. De acordo com o dicionário, ''vadio'' significa aquele que não tem ocupação, ou que não faz nada, preguiçoso, que não trabalha; assim aplicado para vadio no masculino. Já o site oficial da ''Slut Walk'', responsável pela organização de todo este evento que teve início em Toronto no Canadá e agora chegou ao Brasil; Slut significa (puta, vagabunda ou vadia em português). Tais expressões tem conotação negativa e se tornou ferramenta de ''acusação grave de caráter''. Se esta era a intenção, ou poderiam mudar o nome, ou poderiam arranjar um emprego. O problema neste país é que agora tudo virou motivo para se fazer protesto e ''marcha''. Nem no período da ditadura militar se fez tanta marcha neste país. O problema todo aconteceu quando no Canadá um policial foi fazer uma palestra sobre segurança na Universidade de Toronto. O policial disse durante sua fala que as meninas deveriam evitar se vestir como vadias para não gerar assédios sexuais no campus. A indignação foi geral. E daí começou esta história de: ''eu visto a roupa que eu quero, e ninguém tem nada com isso'', diziam algumas. Outras foram além dizendo: ''Não é culpa das roupas que vestimos que somos agredidas, isso é por culpa do machismo que existe no mundo, as mulheres estão se unindo''. A partir de então organizaram a chamada ''Marcha das Vadias''. O objetivo é ter uma marcha dessa em cada estado do nosso país, Brasil, segundo as organizadoras do evento; que são feministas, muito feministas perante este problema. E o que acontece com as letras de funk, que colocam as mulheres como objetos sexuais o tempo todo? Onde estão as feministas neste caso? E o que acontece com as mulheres que aparecem com micro roupas em programas de televisão, sobretudo os programas de humor, que levam tudo para uma conotação sexual? Onde estão as feministas naqueles momentos? Talvez estejam marchando por aí, menos ouvindo música e vendo televisão. Segundo as feministas, ''não é a roupa que vai provocar qualquer coisa no sexo alheio, pois nada justifica a violência''; muito bom, concordamos com tudo isso e na teoria tudo é muito bonito, agora vamos a realidade do nosso país. Diga isso para um bandido armado, excitado, pronto para violentar uma mulher com roupas provocantes, decote a mostra, micro saia e maquiagem forte no rosto. Ele não está nem aí, não existe dó, não para os bandidos e estupradores. E outra, não é uma marcha com lingeries a mostra que vai mudar o machismo no mundo, isso vai além da cultura, da história e do jogo de poder. Se as mulheres estão tão unidas assim, então por qual motivo elas ainda são recordistas em boletins de ocorrência ao sofrerem violência doméstica, nas delegacias da mulher? Por fim, essa união ainda não é tão grande assim, caso contrário teríamos estatísticas diferentes em relação à mulher.

Durante a chamada MARCHA das VADIAS vários homens, que se intitulam vadios, neste caso preguiçosos e sem trabalho algum, segundo o dicionário; acompanharam a manifestação. Talvez estivessem realmente desempregados, por isso, vadios. Muitos destes homens estavam vestidos de mulher, sabe lá Deus por qual explicação se fantasiavam em meio a uma marcha voltada para um problema que tivera início com um homem, chamando as mulheres de vadias. Enfim... Cada um cada um. O mais estranho, ou mais oportunista neste caso, foram os manifestantes do movimento intitulado, Marcha da Maconha, agora liberadíssimo no Brasil pelo STF, acompanharem a passeata daquelas que se intitulam vadias, na tentativa de engrossar o caldo, ou quem sabe, se a violência contra as roupas não acabarem, talvez um cigarrinho seja liberado no final de tudo... Quem não arrisca não petisca, assim dizia o menino que fazia o comercial do leite em pó.