UP - altas aventuras

Eu demorei muito para ver esse filme; talvez pela minha viagem até as montanhas rochosas de Três Barras do Paraná no início desse século, ou até mesmo por ter sido abduzido no verão de 1973, quem pode saber? O incrível foi que agora vi o filme. Ao final, pensei na quantidade de tempo que perdi pensando e repensando meus problemas, justamente por não ter visto esse filme antes. A mensagem transmitida a quem assiste fica na mente de qualquer um que já sonhou com alguma coisa nessa vida que corre em nossos aniversários ano a ano.

O garoto sonhador Fredricksen sempre quis ser um explorador, inspirando-se sempre no grande explorador Charles Muntz, que ele via e revia no cinema da cidade onde mora. Numa volta pra casa, Fredricksen conhece o amor de sua vida: Helen. Cultivando desde criança o sonho de viajarem para a América do Sul, o chamado paraíso das cachoeiras, e ali realizarem aventuras que sonharam juntos, os dois se casam e vivem felizes até a terceira idade. Porém Helen sai de sua vida. Sozinho, sendo intimado a vender sua casa para que possa haver uma construção no local e obrigado a ir morar no asilo, o agora já senhor Fredricksen decide realizar o sonho que tinha em comum com sua esposa. Irá levar sua casa amarrada em inúmeros balões coloridos até uma cachoeira na América do Sul, esquematizado por eles como o paraíso. Mas o que ele não contava era a presença do garoto Russel, um escoteiro mirim que irá compartilhar os momentos com ele por essa longa viagem.

O filme é genial, a música leva a história para um caminho que num primeiro momento parece absurdo, um senhor que viaja com sua casa amarrada em balões, mas pouco a pouco vamos entrando na ficção e começamos a entender que a casa é a única coisa que o mantém ligado a esposa que o fizera tão feliz. Próximo ao final do filme a ideia de puxar a casa amarrada a balões parece tão comum quanto a bengala que o idoso usa para se equilibrar.

Embora o filme seja do ano de 2009, a mensagem é atemporal. E como quase tudo que utilizamos no dia a dia foi inspirado por sonhadores, talvez no futuro possamos ouvir os cachorros falaram com a ajuda de coleiras eletrônicas que transmitem seus pensamentos.