''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

domingo, 29 de agosto de 2010

29 de agosto - DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO

''Fumar é preciso para viver'' dizia um velhinho que morava perto da casa onde nasci. Ele viveu até os 102 anos. Fumava mais de dois maços de cigarro por dia, só comia arroz feito na banha de porco, e bebia quase meio litro de cachaça por dia. ''Fumar só faz mal para quem quer que faça'' dizia um menino que cresceu comigo. Estudamos juntos do primeiro ao último ano do segundo grau, ele morreu aos 31 anos de câncer no pulmão, fumava dois maços de cigarro por dia e bebia uma cerveja todos os dias no almoço. Então, o que dizer a respeito do que fora relatado? Cigarro faz ou não faz mal para a saúde das pessoas.
O Instituto Nacional do Câncer, INCA, órgão do Ministério da Saúde responsável pela política de controle do câncer no nosso País, fez um alerta no dia 29 de agosto, considerado o dia nacional de combate ao fumo: cigarro faz mal até para quem não fuma. Este dado não é novo, todo mundo já sabia disso há muito tempo, o que há de novo neste alerta é o fato dos dados apontarem para as crianças, como o grupo mais atingido pelo câncer. Crianças estas que não fumam, apenas respiram a fumaça provocada pelos fumantes. Segundo o INCA, as crianças correm um risco cinco vezes maior de sofrerem morte súbita sem razão específica. O chamado ''tabagismo passivo'' é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, superada apenas pelo tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool, segundo o INCA.

“Se os adultos soubessem o que sofrem as crianças expostas à fumaça do cigarro, nunca mais fumariam perto delas”, observa Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer.

Quando a mãe fuma depois que o bebê nasce, este sofre imediatamente os efeitos do cigarro. Segundo Santini, durante o aleitamento, a criança recebe nicotina através do leite materno. “Ela fica intoxicada com a nicotina, podendo apresentar agitação, vômitos, diarréia e taquicardia, principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia”, avisa. Em recém-nascidos, filhos de mães fumantes de 40 a 60 cigarros por dia, observaram-se resultados mais graves como palidez, cianose (coloração azulada da pele e membranas mucosas devido à falta de oxigenação no sangue), taquicardia e crises de parada respiratória, logo após a mamada. Em crianças de zero a um ano de idade, que vivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios em relação àquelas cujos familiares não fumam. Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias, chegando a 50% nas crianças que vivem com mais de dois fumantes em casa.

Recentemente uma lei proibiu o cigarro em lugares fechados. Alguns Estados brasileiros aderiram a esta ideia, outros não quiseram nem saber. O governo também aumentou um pouco os impostos do cigarro, na intenção de dar uma controlada na venda generalizada. Proibiram propagandas na televisão e outros meios que possam gerar uma vontade louca de experimentar algo novo, como um câncer... Mas parece que tudo isso ainda é muito pouco para a gigantesca indústria que existe por trás de tudo isso. A cada dia montanhas de cigarro atravessam a fronteira, e por mais que a Receita Federal, juntamente com a Polícia Federal, apreenda este tipo de produto, parece que sempre os vendedores dão um jeito de trazer mais e mais... Talvez a estratégia esteja sendo feita de forma errada, talvez a solução não esteja em proibir a venda deste produto.

Enquanto os cérebros ''nicotinados'' procuram por uma solução viável para este problema, termino citando a cena mais abominável que já vi em toda minha vida, uma mulher grávida, fumando, e comendo um x-salada ao mesmo tempo que bebia uma cerveja quente, aquelas com sal colocado estratégicamente na borda da latinha. Que nojo.