“Se os adultos soubessem o que sofrem as crianças expostas à fumaça do cigarro, nunca mais fumariam perto delas”, observa Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer.
Quando a mãe fuma depois que o bebê nasce, este sofre imediatamente os efeitos do cigarro. Segundo Santini, durante o aleitamento, a criança recebe nicotina através do leite materno. “Ela fica intoxicada com a nicotina, podendo apresentar agitação, vômitos, diarréia e taquicardia, principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia”, avisa. Em recém-nascidos, filhos de mães fumantes de 40 a 60 cigarros por dia, observaram-se resultados mais graves como palidez, cianose (coloração azulada da pele e membranas mucosas devido à falta de oxigenação no sangue), taquicardia e crises de parada respiratória, logo após a mamada. Em crianças de zero a um ano de idade, que vivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios em relação àquelas cujos familiares não fumam. Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias, chegando a 50% nas crianças que vivem com mais de dois fumantes em casa.
Recentemente uma lei proibiu o cigarro em lugares fechados. Alguns Estados brasileiros aderiram a esta ideia, outros não quiseram nem saber. O governo também aumentou um pouco os impostos do cigarro, na intenção de dar uma controlada na venda generalizada. Proibiram propagandas na televisão e outros meios que possam gerar uma vontade louca de experimentar algo novo, como um câncer... Mas parece que tudo isso ainda é muito pouco para a gigantesca indústria que existe por trás de tudo isso. A cada dia montanhas de cigarro atravessam a fronteira, e por mais que a Receita Federal, juntamente com a Polícia Federal, apreenda este tipo de produto, parece que sempre os vendedores dão um jeito de trazer mais e mais... Talvez a estratégia esteja sendo feita de forma errada, talvez a solução não esteja em proibir a venda deste produto.
Enquanto os cérebros ''nicotinados'' procuram por uma solução viável para este problema, termino citando a cena mais abominável que já vi em toda minha vida, uma mulher grávida, fumando, e comendo um x-salada ao mesmo tempo que bebia uma cerveja quente, aquelas com sal colocado estratégicamente na borda da latinha. Que nojo.