Ao chegar em casa Bruno correu até a caixa do correio e retirou de lá o crânio que ali havia guardado há alguns dias. Abraçou a caveira com amor e entrou em sua residência. Colocou o osso em cima da mesa e ficou contemplando aquele pedaço humano. Surpreendido por algo inesperado viu passar um vulto pela janela. Escondido do invasor baixou sua cabeça e praticamente rastejou até a janela. Olhou para o mundo lá fora e viu um menino sem camisa andando pelo seu quintal. No mesmo instante pensou:
_ Ou ele ou eu. Tenho que tomar alguma providência.
Sem perda de tempo correu para a cozinha, abriu a gaveta da pia e retirou do seu interior um martelo de amassar carne. Acreditou por A mais B que aquilo daria um jeito no suposto ladrão. Com uma agilidade incrível correu até a porta, abriu e arremessou o martelo na direção do garoto. Sem tempo pra desviar do objeto, o desconhecido teve sua perna atingida na parte de trás. Um grito forte fora ouvido. Bruno não o socorreu, correu para o telefone e ligou para a polícia.
_ Se não há vitimas, então vai demorar um pouco._ disse a atendente.
_ É urgente._ insistiu Bruno.
_ Tudo bem, já estou mandando uma viatura._ falou a telefonista.
Bruno desligou o telefone e correu para a cozinha na intenção de ver o ladrão estirado no chão. Ledo engano, quando alcançou a abertura viu o menino pulando o muro, em direção à casa do vizinho.
Voltou para o telefone e ligou para o vizinho. Desta vez foi bem recebido.
_ Ladrão, como assim ladrão?_ disse o conhecido.
_ Ele acabou de pular no seu quintal. Eu consegui acertar a perna dele, ele não poderá ir muito longe._ explicou com orgulho.
Nenhuma movimentação mais fora ouvida. Nenhum barulho ou ruído ao redor de sua casa. Desta forma, concluiu o homem que tudo havia se resolvido, ou não, o ladrão poderia voltar no dia seguinte. E se isso acontecesse, pensou o homem, era preciso estar preparado para o pior.
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