Antes de sair de casa numa noite muita fria, mas muito fria mesmo, e ir até o cinema assistir a este filme, intitulado ''400 contra 1'', pensei em ler alguns comentários a respeito do filme. Não li nada escrito por críticos, pois tenho minha opinião quanto a eles, mas li comentários de pessoas que dizem entender de cinema, assim como eu...
Então colhi uma simples informação de todo o montante que mastiguei intelectualmente, ''o filme é uma mistura de cidade de Deus com tropa de elite''. Pensei, será que verei policiais entrando na favela novamente? A princípio não, tendo em vista que o filme conta a história do cara que praticamente construiu o chamado COMANDO VERMELHO.
Quando lá cheguei, e agora somente ocupando a última poltrona do lado esquerdo do cinema, encostado a parede e sem ninguém na poltrona de trás, porque não existe poltrona de trás; para não sofrer a reprise de Toy Story 3, acompanhei os créditos iniciais da projeção.
O som muito alto do cinema, e a narração ridícula do protagonista, numa clara leitura quase que monossilábica do texto que compunha o enredo do filme, fez com que eu sentisse vontade de me levantar e ir embora dali, antes dos cinco minutos iniciais do filme. A comparação com o filme ''Cidade de Deus'', talvez tivesse ocorrido em algum destes ''amantes do cinema'', ao verem a edição do filme, num vai e vem frenético, contando passagens do antes, o agora e o depois, tudo junto, misturando cena a cena um filme que poderia ter um início, um meio e um fim cronológico, talvez ficasse mais interessante.
Outra coisa que me irritou muito foram os atores, meu Deus do céu. Como pode? Nunca vi tanta atuação ruim no mesmo lugar. Eu era péssimo atuando, mas nunca cobrei e muito menos recebi um tostão para atuar, agora... Os caras ali receberam um cachê pra fazer o que fizeram, pelo amor de Deus. A cada fala das personagens, eu ficava desesperado procurando o fim do filme.
Pior do que atores ruins, cenas que vem e vão e uma narração lida pelo protagonista, numa clara lembrança do filme ''Tropa de Elite'', onde Wagner Moura narra os fatos, mas narra com perfeição; foi o ritmo do filme. O ritmo em certos momentos parecia estar travado no projetor, o filme não andava. A trilha sonora, para fazer parecer um ambiente de malandragem, envolvia uma espécie de samba, bossa nova e música pop, o que cabia muito bem em algumas cenas, já em outras, nada a ver.
Enfim, o tempo passou e o filme acabou. Saí andando pela porta da frente do cinema, acompanhado das outras três pessoas que estavam no cinema assistindo ao mesmo filme. Na intenção de tirar o peso da minha consciência e acreditar que eu estava muito chato para ver um filme relativamente ''bom'' e acreditar que ele não é tão chato, mas sim o meu estado de ânimo; fui conversar com as pessoas que lá estavam. Dos três, o primeiro me disse que não viu ao filme inteiro por que não aguentou e dormiu no meio da história, os outros dois disseram que alguma coisa não estava boa. Sabedor que o gosto cinematográfico é pessoal, talvez só eu não tenha gostado, mas muitos outros podem gostar, principalmente aqueles que não viram Cidade de Deus e nem Tropa de Elite.
Para encerrar, senti-me arrependido; quando saí de casa, saí na intenção de dar uma força para o cinema brasileiro, cujas produções estão cada vez melhores, mas desta vez, o cinema brasileiro não retribuiu minha boa vontade e me decepcionou feio...
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