''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FAMÍLIA E PERDÃO, a arte das máscaras.

Texto escrito por ALEX PALMILHA, em 24 de dezembro de 2010.

Quem foi que inventou esta coisa maluca de que no natal você tem que ficar com sua família? Sei lá, não sei o nome deste ridículo, mas com certeza deve ter sido um comerciante estranho ambicioso e com muita sede de ganhar dinheiro. Quem pode dizer que num tempo muito remoto o imbecil não criou alguma coisa que só podia ser consumida ou adquirida na presença da família, sabe lá o que se passou pela cabeça deste filhote de égua. Mas o fato é, passar o natal com a família é algo tanto quanto estranho e ridículo, pois as famílias não fazem outra coisa a não ser tirar sarro na cara um do outro, ficar brincando com defeitos alheios, negar comida àqueles que passam na porta da casa implorando por um pouco de arroz com feijão, e tem cretino que consegue olhar para estes pele e osso e falar: ‘’não vou dar nada, pois ele vai comprar pinga’’, que merda. Por que este tipo de gente vive? Pra ocupar espaço num mundo que teria conserto, caso não fosse tão estranho a ponto de nos causar algum tipo de pensamento.

Período de ficar com a família é o ano todo, sem exceção à regra. Afinal, família é família, você não escolheu nascer no meio da família que têm, o que é uma pena, pois garanto que quase 60% da população gostaria de trocar nesta altura do campeonato. Mas por que ficar falando tanto coisa suja e besta neste período natalino. Período que a televisão não sabe dizer outra coisa. Período que as cidades não pensam em outra coisa. Período que todos dizem querer perdoar; o que se torna outra hipocrisia do mundo que vivemos. Tempo de perdoar é o ano todo, com certeza, isso não há como negar. Mas tem idiota que espera até o fim do ano, no chamado natal, quando esse tal espírito natalino entra no corpo das pessoas, parece obsessão isso; mas enfim, para que elas possam se olhar e dizer com sorrisos ridículos na boca: ‘’eu te dou o perdão’’. Pelo quê? Vai perguntar o sem memória, e você na tentativa de ser amigável numa hora tão difícil, vai tentar explicar, recordando a merda que aconteceu lá atrás, e então no meio da explicação vai vendo o rosto da pessoa a sua frente mudar pouco a pouco, e então vai percebendo em poucas palavras que fez uma merda maior ainda em mexer na merda que estava adormecida até aquele momento de sua existência. Que coisa.

Perdão e estar com a família, coisas que deveriam ser feitas com regularidade ao longo do ano, e não somente num período em que 99% da população só pensa em presentes e no pedófilo do Papai Noel. Que seleciona as crianças mais bonitinhas para sentar no seu colo. Que porcaria. Fiquei muito indignado agora, e pensando por um mais dois, vejo que estou atrasado para o trabalho. Mas por qual motivo estou falando isso? Família e perdão. Talvez seja porque não tô nem aí para a minha família. Eles nunca ligam pra mim, e eu nunca ligo para eles, e a gente se dá bem assim. Assim como não ligo para minha família também não costumo perdoar muito. Eu não mexo com ninguém, não falo mal de ninguém e não tô nem aí para os outros, então, por favor, não mexam comigo, pois então ficaremos quites uma vez na vida. Agora, mexeu comigo, sem mais nem menos, aí não perdoou mesmo. Não to nem aí, quem mandou não ficar quieto no seu canto. Falei toda aquela balela de máscara natalina para comparar como uma pessoa pode ser filha da puta o ano inteiro e se dizer boazinha na época do natal, só para manter as aparências. E gente assim tem de monte por aí nesse mundão velho. Tem gente que pisa na família o ano inteiro, xingando e falando merda pelo telefone, e muitas vezes pelas costas mesmo, sem ter coragem de assumir qualquer coisa que tenha dito ou feito, e na hora da ‘’fartança’’ da ceia, cheia de comida e presentes na árvore de natal, os mesmos cretinos estão lá, tentando posar de bonzinhos e comer uma fatia do peru que está na mesa. Vão pra merda seus máscaras do inferno. Não ligo para vocês e não tô nem aí para este tipo de gente, que na minha ridícula opinião, não deveriam nem existir. Porcaria. Meu nome é Alex Palmilha, estou escrevendo para este blog pro que tenho a senha do Vandré, deixada sobre minha tutela, até a volta dele, em janeiro. Ninguém é obrigado a concordar com nada do que eu penso, isso é o meu pensamento, não o seu. Abraços e feliz natal.