''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O QUE FIZ COM MEU ACERTO, gastei em coisas menos ruins...

Com o dinheiro do acerto na mão, eu não poderia gastar tudo em bebida, afinal, estou saindo de uma baita ressaca, e não posso voltar para ela em menos de 214 horas, foi um prazo que eu estipulei para mim mesmo. Na verdade fui ao mercado. Comprei arroz e feijão, vou comer só isso nos próximos meses. Na volta passei na frente de uma igreja, estavam vendendo panetone que sobrou do natal, para arrecadar dinheiro para as crianças carentes do bairro. Eu nunca vi nenhuma criança carente neste bairro onde moro, deve ser por que eu saio pouco pelo bairro, mas mesmo assim decidi comprar um panetone velho. Não por que eu acreditei que aquele bairro seja cheio de crianças carentes, mas sim porque eu amo panetone, principalmente se for velho, daquele jeito que estava quando peguei ele na mão.
Com o pão do Tone na mão, saí de lá e fui pra casa. O objetivo era, chegar em casa, tirar aquele penteado ridículo do meu gato, comer todo o panetone, tomar um banho gelado, fazer um arroz com feijão e ir dormir, um bom plano para alguém que agora está desempregado. Mas, no meio do caminho até minha casa, minha vida mudou completamente. Ao passar por um homem que estava vendendo bilhetes da mega sena da virada, eu ouvi da boca dele:
''Compre um bilhete, eu garanto a vitória''
Não sei por qual motivo eu acreditei naquele homem. Comprei o bilhete dele, que por sinal estava barato, ele me cobrou 6 reais. Acreditei ser uma pechincha para um bilhete premiado, onde ele garantiria a vitória, por isso fiquei mais feliz. Depois de comprar o bilhete, pedi se podia tirar uma foto do infeliz, ele me autorizou, pedi se podia colocar num blog que estou usando enquanto o dono viaja, ele disse que não tinha problema, e foi o que fiz. O homem acima, com ares de santo, foi o meu algoz. Nem sei o que esta palavra significa, mas sei que sempre quis usa-la em alguma coisa que eu fosse escrever na minha vida.
Ao colocar a mão no bolso, vi que ainda tinha dois reais. Eu consigo comprar uma bebida com esta grana, mas não fiz. Entreguei tudo ao homem que correu chamar sua mulher. Eu não estava a fim de sair com nenhuma mulher naquele momento, mas segundo ele, após jogar na mega, pegando o bilhete que ele me deu, e lhe dar mais dois reais de gorjeta ou sabe lá o que seja; na verdade eu só queria me livrar do dinheiro para não beber mais hoje, ele então achou necessário chamar sua mulher para que ela me abençoasse naquela calçada de rua, muito suja por sinal, como um mensageiro daqueles que levam mensagens para os outros... Esperei para ver o que ia dar.