''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ESTADO do Paraná, AQUI A História NÃO Sobreviverá JAMAIS.



A estrada de ferro que leva os entusiasmados turistas da cidade de Curitiba ate a cidade de Morretes está repleta de casas históricas, lugares centenários, construções fascinantes e muitas lágrimas a derramar. Principalmente para quem gosta, aprecia e ama a historia. Infelizmente o lugar está totalmente destruído e abandonado. Pichações completam a visão que os turistas têm quando passam pelo lugar. A ALL joga a responsabilidade para os responsáveis pelo patrimônio histórico ali existente, por sua vez esses mesmos responsáveis jogam a culpa na ALL, empresa que administra as locomotivas e os vagões que por ali passam. Para aqueles que trabalharam na construção da estrada de ferro, é triste ver tudo jogado as traças literalmente.
As construções que ali existem foram levantadas para servirem de moradia para aqueles que estavam construindo os trilhos do trem. Toda essa história que vai se enterrando pouco a pouco tem mais de 115 anos. O governo do estado não está muito interessado em conservar tudo aquilo, os responsáveis pelo caminho muito menos e aqueles que deveriam manter o chamado patrimônio histórico, não estão muito a vontade em falar sobre o assunto, pois devem ter coisas mais importantes para fazer, coisas essas que não dizem respeito ao patrimônio histórico do Estado do Paraná.
Confesso que é muito triste ver tudo aquilo jogado ao limbo. Não há proteção, não há interesse em manter nada daquilo em pé, não há interesse em explorar a história que ali foi contada um dia, e incrivelmente se acabou.
Quando assistimos reportagens sobre a China, ou qualquer outro país; o que vemos é muita história sendo contada. A história está presente em todos os lugares, em todas as situações, em todas as falas. Os chineses dizem que ‘’quem não conserva sua história não conhece seu passado; conhecer o passado e essencial para não cometer erros no futuro’’; parece que o Estado do Paraná ainda tem muito a aprender com os orientais, e não somente com eles, basta olhar para os nossos Estados vizinhos e comparar como São Paulo e Santa Catarina cuidam da sua história, em relação ao descaso do Paraná com seu patrimônio. O mais chato de tudo isso é ouvir a propaganda dizer que o povo do Paraná é um povo culto e exigente... Pelo amor de Deus. Não somos melhores do que ninguém, e por não conservarmos nossa história, tenho minhas dúvidas quanto a todo esse anúncio de cultura avançada além daquilo que é permitido, existente nesse lugar.
Nasci no Estado do Paraná, cresci aqui, moro aqui, trabalho aqui e vivo aqui; amo esse lugar, com todos os seus defeitos e injustiças, mas me entristeço ao ver o descaso com nossa história do Paraná. É chato comparar outros lugares com nossa própria terra, mas sinto que nesse momento isso e necessário. Em qualquer outro lugar do mundo, alguém, ou alguma empresa estaria explorando tanta história num único caminho. Paradas estratégicas, com lojas de lembrancinhas e comidas típicas estariam lá, esperando por aqueles que viajam em busca de conhecimento. A população local poderia ganhar o sustento do dia a dia e vender simpatia com história, a fim de atrair mais e mais pessoas a cada dia. O Estado ficaria conhecido por preservar sua história e cada vez mais atrairia turistas, pesquisadores e amantes da história para cá. Infelizmente não é isso que acontece. Aqueles que passam por esse caminho se decepcionam a cada momento. Não há vontade de manter nada inteiro. Não há interesse em preservar aquilo que um dia presenciou a história viva da nossa cultura.
O chato de tudo isso é não ter nem a quem cobrar. Qualquer um que for questionado jogará o problema para outro departamento e assim a história é colocada de lado, infelizmente, até sumir totalmente do mapa e ficar marcada em algumas linhas de livros raros que um dia ousaram contar tal acontecimento.




A maioria das Casas foi usada como moradia pelos engenheiros ferroviários durante a construção da estrada de ferro no século 19, e por muitos anos até a entrega da RFFSA para ALL, algumas delas serviram de escritório da rede ferroviária, outras foram simplesmente deixadas ao destino.


Fotos retiradas de www.skyscrapercity.com (EduPr)

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