TROPA de ELITE 2 está fora do OSCAR, e ninguém pediu pra sair...

 O longa "Tropa de Elite 2", de José Padilha, está fora da corrida pelo Oscar 2012. A lista com os nove filmes em língua estrangeira que seguem na disputa foi anunciada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood na tarde desta quarta-feira (18 de janeiro de 2012). Ao todo, 63 longas metragens haviam sido classificados para análise na etapa anterior. O que provocou grande euforia aqui no Brasil com a indicação do filme brasileiro. Para aqueles que sabem como é difícil entrar na corrida pelo Oscar, ficaram tranquilos, esperando pelo não; mas para a imprensa ignorante que não tem muita noção de como as coisas ocorrem em Los Angeles, o Brasil já tinha ganho o Oscar; pelo menos vi isso em dois jornais da cidade onde resido. Entre as produções internacionais escolhidas, destaca-se "A Separação", do diretor iraniano Asghar Farhadi, foi esta produção a vencedora do Globo de Ouro de melhor filme de língua estrangeira no último domingo, dia 15 de janeiro. "A Separação" estreia no Brasil na próxima sexta-feira (20). Outro concorrente importante é o documentário "Pina", do alemão Wim Wenders, sobre a trajetória da coreógrafa Pina Bausch (1940 -2009). E agora, não adianta se lamentar pelo nosso melhor filme não ter sido escolhido; se ele não foi, deve ser porque os outros que foram são melhores que o nosso melhor. Para tanto, precisamos fazer melhor da próxima vez, mas isso é difícil num país onde o dinheiro destinado ao cinema virou apoio para sobrevivência de cineastas sem nome. Os poucos que se destacam, Hollywood pega pra eles, como já estão fazendo com José Padilha. Em setembro de 2011, "Tropa de Elite 2" foi escolhido como candidato nacional a uma indicação na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2012. Nesta pré-seleção, quinze filmes brasileiros estavam inscritos, entre eles "Assalto ao Banco Central", "Bruna Surfistinha", "Malu de Bicicleta" e "VIPS". Coincidentemente todos com aval da Globo Filmes, e uma seleção de jurados com um pezinho na Rede Globo. Esta mesma comissão elegeu SALVE GERAL para o ano anterior, e pior, vieram a público justificar a pedra lançada. Pelo amor...

Na época que TROPA DE ELITE 2 foi escolhido, Ana Paula Dourado Santana, presidente da Associação Brasileira de Cinematografia, justificou a escolha: "Foi analisada a qualidade de todos os filmes. Mas 'Tropa de Elite 2' teve mais vantagens técnicas. A importância dessa indicação é para lançar o filme como produto de expressão cultural’’. Particularmente não consigo ver credibilidade alguma em gente que quer falar bonito e acaba falando porcaria. Como assim ‘’produto de expressão cultural’’? Ela estava falando da polícia que sai matando bandido a torto e a direita, como vemos no filme, ou estava falando da corrupção politica no Brasil, que parece ter se transformado na coisa mais natural do mundo para nós? Por fim, completou a moça: ‘‘Tropa de Elite’’ é excepcional. Mas ele não funcionou lá fora. Vamos ver como a sequência será recebida.” Pelo que vimos hoje, a sequência também não foi bem recebida, enfim... Numa coisa concordo com a mulher, Tropa de Elite é excepcional, os dois, isso sem sombra de dúvidas, confesso que gosto demais dos dois filmes, e não entendo como José Padilha faz aquela cara de falta de arrependimento quando diz: ‘’não haverá mais sequência, são só os dois e acabou a saga’’, pelo amor. Atualmente, o diretor José Padilha trabalha numa nova versão do longa de ação "RoboCop", está lá fazendo o seu pé, o seu nome, e a sua carreira internacional.

Abaixo a lista dos filmes que ainda concorrem:

"Bullhead" - Michael R. Roskam (Bélgica)
"Monsieur Lazhar" - Philippe Falardeau (Canadá)
"Superclásico" - Ole Christian Madsen (Dinamarca)
"Pina" - Wim Wenders (Alemanha)
"A Separação" - Asghar Farhadi (Irã)
"Footnote" - Joseph Cedar (Israel)
"Omar Killed Me" - Roschdy Zem (Morocco)
"In Darkness" - Agnieszka Holland (Polônia)
"Warriors of the Rainbow: Seediq Bale" - Wei Te-sheng (Taiwan)