Durante todo o período que passei na escola, onde estudei deste que me conheço por gente, sofri todo tipo de preconceito. Apelidos, tapas na cabeça, socos no ombro, chutes no joelho, tudo que se pode imaginar, assim como o que não é imaginável. A vida inteira me chamaram de branco azedo, vampiro deformado e caçoaram de todas as partes do meu corpo; mas nem por isso eu matei algum daqueles agressores. E se eu não matei nenhum daqueles que me agrediram, por que eu iria matar, caso estivesse decidido a fazer isso, pessoas inocentes que não tem nada ver com o meu problema passado? Eis o grande mistério de uma mente doentia. Sofrer todos sofrem, uns menos outros mais, mas o sofrimento está lá, em todos os cantos; e mesmo estando lá, em determinados momentos esquecido em outros na crista da onda, ele pode ser transformado em vingança. A vingança chega na vontade de você fazer o outro sofrer tudo aquilo que você sofreu por causa dele. Consiste em você transferir a dor que sentiu num determinado momento da sua vida para a pessoa que fez você sentir algo assim.
O assassino do Rio de Janeiro fez isso. Cresceu, leu algumas coisas, associou-se a outras, comprou duas armas. Planejou tudo com calma e executou. Matou somente inocentes, que não estudaram com ele. Que não tinham nada a ver com a vida dele. Estragou a vida de doze famílilas e estourou seus próprios miolos na escada que levava para o segundo andar do prédio. Nenhum dos mortos teve qualquer tipo de reação contra o assassino. E agora, surgem comentários de que ele estava ligado a uma igreja evangélica, ou até mesmo aos muçulmanos. Quem sabe, ou quem pode saber?
Não há como afirmar que o assassino tenha matado devido ao bullying que sofreu na escola. Desta forma seria mais fácil reunir toda sua turma de ex colegas numa única sala e fuzilar a todos, mas não, ele preferiu entrar na sala de aula e ir atirando a esmo. Acertou em sua grande maioria meninas, talvez por uma frustração, quem sabe mais uma em meio a tantas outras. Acredito que não foi somente o bullying o causador de tudo isso, tem muito mais coisa envolvida neste ''palestrante'' de araque, do que aquilo que imaginamos ao ver a divulgação da mídia.
Pouco a pouco as televisões vão mostrando imagens inéditas do assassino e do crime cometido na escola de Realengo. O quebra cabeça vai sendo montado pouco a pouco, dia após dia. Mas, mesmo com a apresentação e divulgação de grande quantidade de material que levou o ser humano a atirar em crianças de 13 e 14 anos, de uma coisa nunca saberemos. Por qual motivo sentia ele tanto ódio??? Pergunta sem resposta para os próximos intervalos da hsitória.