''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

sábado, 9 de abril de 2011

O MASSACRE DE REALENGO

O rapaz de 24 anos disse que iria buscar seu histórico escolar. Normal, um monte de ex-alunos vão buscar histórico escolar nas escolas do Brasil inteiro. E entram, com a fala de que iriam somente buscar o histórico escolar. Mas, num determinado momento o tal histórico escolar virou uma palestra. Nesse ponto da história, o ex-aluno continuou dizendo que iria fazer uma palestra. Isso é normal, na escola onde eu trabalho um monte de gente entra toda hora dizendo que vai fazer uma palestra. Assim que entrou numa sala, abaixou e abriu uma bolsa. Isso também é normal, um monte de gente estranha já entrou na escola onde eu trabalho e abaixou para mexer numa bolsa que estava no chão. Quando levantou seu corpo, estava com duas armas na mão. Então começou a atirar. A partir daí as coisas não são mais tão normais assim. Tiros e mais tiros. Relatos e mais relatos emocionados. Gente machucada e morta. Coisa de cinema, ou de realidade norte americana. Não há como dizer o que motivou o cara a fazer o que fez, e talvez, nunca saberemos de fato o que houve, assim ocorreria mesmo que ele estivesse vivo; afinal, ele teria o direito de permanecer calado por escolha própria. Foram 12 crianças mortas, mais o assassino. Muitas crianças feridas e centenas de dezenas de familiares destruídos. Tomara Deus que a moda não pegue, nem neste país, nem em qualquer outro lugar. Por fim, só nos resta acreditar que o último assassino em série da humanidade morreu na escadaria da Escola Municipal Tasso da Silveira, enquanto se deslocava para o segundo andar do prédio.