O filme VIPs mostra alguns dos golpes cometidos por Marcelo da Rocha Nascimento, personagem real que se tornou o maior estelionatário do Brasil durante anos, enganando uma massa de pessoas sem fim, em diversas situações, usando diversos nomes, assim como vários disfarces. Marcelo não somente usava o nome de outra pessoa e trajava roupas relativas àquele disfarce, ele realmente vivia a mentira. Acreditava que tudo aquilo era real e se divertia com a situação. O filme mostra exatamente isso, principalmente quando Marcelo, na pele de Wagner Moura usa o nome de Henrique Constantino, filho do dono da aviação aérea gol. Naquela ocasião, durante o pré-carnaval de Recife, em Pernambuco, Marcelo acreditava piamente que era Henrique Constantino, e vivia aquilo, como um mundo paralelo à realidade que nos cerca.
O filme começa apresentando justamente o pré-carnaval de Recife, onde Marcelo, aqui Wagner chega pilotando um helicóptero e fazendo acrobacias no ar. Depois de despertar a atenção de várias pessoas da alta sociedade, gente do dinheiro, ele pousa e faz a máscara. Apresenta-se e logo é enturmado aos milionários. Passando-se pelo filho do dono da gol, linhas aéreas, Marcelo se diverte e transita por lugares de luxo, com pessoas acostumadas ao luxo. O filme mostra a mãe de Marcelo, que leva a vida trabalhando como cabeleireira, e seu pai, aparece como um piloto. A vontade de Marcelo em pilotar é tão grande, que seu sonho por vezes impossível, leva o rapaz até um aeroclube. Nas desventuras da vida, vai parar no tráfico de drogas. Trabalha com isso durante um bom tempo. Mas logo recebe férias e resolve sair daquela vida. Ao sair , busca novos rumos, novos ares e um novo visual. Sua mãe colabora para que isso aconteça, e Marcelo parte para Pernambuco.
Apresentado como Henrique Constantino, é muito bem recebido. A máscara não demora a cair e Wagner aparece como o homem da interpretação. Wagner Moura está em 90% das cenas. É incrível e surpreendente vê-lo trocar de roupa, voz e identidade com tanta facilidade. Num filme ora parado, ora dinâmico; a criação de uma vida imaginária parece sem sombra de dúvidas com a realidade de um ser humano inexistente ao mesmo tempo que existente.