A tv ligou para a ''Compania de água de Paranaguá'' e não obteve qualquer tipo de resposta, segundo informaram. Os moradores estavam revoltados com tudo aquilo. Gritavam e choravam dizendo que não teriam condições de pagar uma conta com aquele valor absurdo. Diziam em todas as letras que não tinham gasto tal quantidade de água, pois as torneiras ficaram sem água por mais de quinze dias, período este que ocorreram as enchentes. Um dos moradores disse que a água, logo que voltou, estava saindo na cor amarela da torneira. Ao ligar a torneira na frente da câmera, a água saiu limpa. Sem titubear ele disse: ''agora está limpa, mas até hoje de manhã estava suja''. A tv encerrou sua reportagem dizendo que ninguém da compania havia dito qualquer coisa a respeito do assunto.
Ao acompanhar uma outra matéria, sobre o mesmo assunto, agora pelo rádio, ouvi coisas diferentes a respeito do fato. Os locutores do rádio conseguiram fazer contato com as autoridades competentes da compania na primeira ligação, olha só que sorte. E com muita tranquilidade o diretor explicou que a conta só veio alta porque devido as enchentes a leitura dos relógios não foram feitas. Agora, com a situação normalizada, a conta de fevereiro veio junto com a conta de março, simples, rápido e rasteiro. O que mais me intriga é o fato da televisão fazer tanto alarde em cima daquilo que o rádio consegue resolver em pouco espaço de tempo. Quem sabe tudo esteja relacionado na condição de que a televisão seja espaço e o rádio seja tempo, talvez seja este o segredo. E agora, convenhamos... Danadinhos estes moradores que procuraram a televisão para reclamar, não? Todo mundo ficou bem quietinho e não falou nada que não tinham pago a conta de água de fevereiro. Talvez não lembrassem para não pesar no bolso depois de tantas despesas com as enchentes, ou talvez lembraram, mas pensaram que a compania tivesse compaixão diante do apelo televisivo. O que não foi o caso.