''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A criação de UM DIA de FOLGA

Há 22 anos, no dia 30 de agosto, os professores pertencentes ao quadro de funcionários do Estado do Paraná, foram às ruas numa passeata histórica. Na época, a categoria estava em greve e exigia do governo Álvaro Dias, entre outros itens, o pagamento de um direito que lhes cabia: o piso de três salários mínimos. Na esperança de abrir as negociações com o Executivo, os trabalhadores, e vários membros da comunidade escolar caminharam até o Centro Cívico, em Curitiba, local onde está instalado o Palácio do Governo. Ao chegarem naquele lugar, em vez de serem recebidos pelo governo, foram recepcionados pela polícia - inclusive a cavalaria -, que os rechaçou a base de cassetetes, cães e bombas de efeito moral. A repressão deixou dezenas de feridos. Desde então, a data tornou-se o ‘’Dia de luto e de luta dos trabalhadores em educação pública’’, na qual a categoria vai às ruas cobrar o devido respeito à educação e ao trabalho de professores e funcionários de escola. ‘’A categoria vai às ruas’’ é um modo de falar, talvez um chavão, não mais que isso. Alguns professores vão as ruas cobrar alguma coisa, só não sabemos de quem, mas enfim. As estações de rádio anunciaram durante todo o dia que os professores vão ficar parados por 24 horas pedindo melhores salários. Mais uma vez os salários. Será que os professores não sabem pedir outra coisa a não ser salários? E os alunos que entram na sala armados? E as salas superlotadas? E os livros de chamada arcaicos, do tempo do onça? E os métodos de ensino que incluem o professor se calar, para ‘’motivar’’ o aluno que chega? E as notas furadas que todos são obrigados a endossar no boletim dos alunos que não estudam, só para o Estado ter números positivos nesse item? Isso ninguém fala nada, só o que se diz é o salário, salário, salário. Quando você bate muito na mesma tecla, sem surpresa alguma, os seus superiores não lhe dão mais ouvidos, muito menos crédito. Se esta chamada categoria estivesse em peso na frente do Palácio do Governo no dia de hoje, talvez o mundo e a mídia pudessem acreditar em alguma mudança, mas enquanto alguns se molhavam na chuva pesada que caía sobre a capital, mais de 90% dos membros dessa categoria, estavam dormindo em casa, pois se negaram a ir trabalhar no dia de hoje, em prol de uma boa causa. Sabe lá Deus qual é... O pior vem amanhã, quando a maioria se reúne para negociar o abono desta falta ocorrida hoje. Pelo amor...

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