''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

domingo, 28 de agosto de 2011

PIADA antiga, BRIGA velha, ASSUNTOS IMPORTANTES esquecidos...

Quando o professor Raimundo, personagem de Chico Anysio, dizia no programa A Escolinha do Professor Raimundo: e o salário ó! Muita gente ria, inclusive um monte de professores, mas agora, vinte anos depois, com a mesma situação ainda em pauta, tem muita gente pensando em parar de rir. Como esse povo demora pra entender a piada, meu santo Deus. O pior não é o salário, o pior são as frases que eu escuto na minha função de professor, ''vai apanhar quando menos esperar''. ''Não vai chegar vivo em casa''. ''Meu filho está indo mal na escola porque você é um incompetente professor''. ''Meu filho tirou esta nota porque você está perseguindo ele''. ''Meu filho nunca fez isso em casa, imagine que ele iria fazer isso aqui''. ''Meu filho é estressado, não pode bater de frente com ele professor, o senhor deveria rever os seus conceitos''. ''Você não tem domínio da turma''. ''Você sabe com quem você está mexendo professor? Cuidado seu velho''. ''Minha filha é assim, eu nunca consegui mudá-la, não é você que vai conseguir professor''. ''Fique esperto professor, eu sei onde você mora''.... E assim por diante. Quando a pessoa assume que vai trabalhar como professor, já é sabido que o salário é baixo, assim como já é sabido que o estresse é alto, mas nunca me avisaram que eu correria risco de vida diariamente, ao entrar e ao sair da escola. Talvez o chamado Sindicato dos Professores deveria parar um pouco de pensar em brigar por salário e começar a rever outras questões que são tão mais importantes para a saúde do professor, pois afinal, se um professor morre, quem vai pagar a mensalidade do Sindicato? Com certeza eles deveriam começar a se preocupar com isso.
Cada vez mais alunos agridem professores, e no fim das contas, o professor acaba sendo o culpado. A escola se omite. A equipe pedagógica desintegra do mapa. A lei protege quem é de menor, mas estes menores tem pensamento adulto, enquanto os adultos devem se portar como menores, para não entrarem em armadilhas desenvolvidas cotidianamente por esses ingênuos menores. Falar coisas voltadas para tal assunto estressa quem vive isso diariamente, e não convence quem não presencia tal realidade, afinal, uma coisa é conhecer o caminho, outra coisa é andar por este caminho...

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