''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

OLHANDO o cadeado ir embora sem poder fazer NADA

Ontem ao sair de casa deparei-me com uma cena muito estranha. Um homem segurava um pedaço de ferro e tentava estourar o cadeado da lixeira que fica na calçada da rua. Ao me ver nem se preocupou e continuou forçando o objeto. Não demorou muito e uma vizinha denunciou o rapaz para alguém, que acionou outro alguém, e um terceiro alguém chegou no lugar perguntando o que estava acontecendo ali. Eu segui meu caminho e fui pagar minhas contas. Andei por todo o bairro e transpirei como uma baleia numa maratona. Ainda não descobri por que os responsáveis pela lotérica são inimigos mortais dos responsáveis pelos bancos que no bairro existem. Sim, porque somente sendo inimigos mortais um do outro, para instalarem a lotérica no sul do bairro e os bancos no norte; aja perna para uma só tarde. Depois de pagar minhas contas voltei pra casa. Logo que cheguei o cadeado da lixeira estava arrombado, um monte de sacos de lixo estavam espalhados pela grama, e o ferro do homem estava lá, próximo a sarjeta, abandonado após o trabalho que fizera. O que o homem procurava eu não tenho a mínima ideia, mas de uma coisa eu sei; devia ser muito importante para ele ficar ali durante toda a tarde, ou não. Talvez tenha ficado ali porque ninguém se preocupa com isso. Talvez tenha ficado ali porque não há uma lei que se cumpra para estes casos. Afinal, para o mundinho politicamente correto que vivemos, existe coisa mais importante para se preocupar do que com o arrombamento de um simples cadeado de lixeira. Quem pode dizer isso com certeza? Ninguém. E amanhã colocarão outro cadeado por lá e o homem tentará arrombá-lo por mais uma vez, e assim a vida segue. Enquanto ninguém faz nada para interromper o ciclo de maldade alheia, a vida vai passando em meio ao caos e a desordem.
Logo que entrei em casa e liguei a televisão, ouvi falar de um rapaz de Londrina que beijou uma menina de 12 anos na boca, um selinho pelo que entendi. O rapaz foi denunciado na mesma hora e foi levado preso. A mulher que fez a denúncia disse que aquilo a ofendeu profundamente. Era de uma mulher dessas que a lixeira precisava no momento que seu cadeado estava sendo violado. Por fim, as autoridades concluíram que a guria quis ser beijada, e ele somente fez o que ela queria, um selinho, diga-se de passagem. E se fosse um pai beijando sua filha com um selinho de despedida, o que não é raro de ser ver nos dias atuais. Este pai seria preso também? Este mundo está cada vez mais vigilante com os seus seres viventes que por aqui transitam. Uma vigilância estranha, que ultrapassa os limites da razão e do bom senso. Dias atrás um pai andava de braços dados com um filho em São Paulo e foi espancado por NeoNazistas, porque acharam que ele era guei. E se ele fosse? E daí? Não se pode mais ser guei? Com o número de leis a favor dos homossexuais que surgem a cada instante, tem muito mais gente assumindo o que é, e muito mais gente ainda ficando com inveja daqueles que assumem o que alguns não tem coragem de fazer. Um branco foi processado por um afrodescendente porque esse mesmo branco cortou a fila do banco na frente dele. O branco alegou que pediu licença para receber uma informação, o afrodescendente disse que ''não, foi puro racismo''. O branco perdeu a causa. E se fosse o contrário, o afrodescendente cortando a fila, ao mesmo tempo que pedia licença ao branco que estava ''na vez'', somente para pedir uma informação; o branco processando o afrodescendente iria ganhar a causa? Não sabemos, mas com este outro monte de leis que surgem a cada dia amparando os afrodescendentes, algumas pessoas tentam entender tudo a sua forma, e nem sempre isso dá certo. O que falar de membros de milícias que são réus primários, e se por ventura nos dias atuais eles forem capturados depois de um crime, todos sabem perfeitamente que agora devem ser soltos, justamente pelo fato de serem réus primários? Este caso veio a tona depois do assassinato da juíza, fato este comentado em toda a mídia por vários dias. Talvez o mundo esteja ficando mais correto a cada dia, sem dúvida que fica, mas em alguns casos ele está tão correto, que chegamos a pensar que tudo está errado.
Quando apanhávamos na escola era porque tinha de ser assim, era o ciclo da sobrevivência, hoje em dia é o famoso Bullying, e isso ferra muita gente. Se alguém nos humilhava em público só nos restava cortar relações com aquele indivíduo, hoje em dia é assédio moral, e isso também ferra muita gente. Qualquer coisa que digamos hoje em dia pode nos enquadrar em qualquer lei, qualquer artigo, e então teremos milhares de problemas com isso. O que mais me chama atenção é ver que isso não serve para todos, somente para aqueles que aparentemente ''andam na linha''. Não há como negar, o mundo está cada vez mais complicado para quem é honesto.
E o homem que dedicou sua tarde para arrebentar o cadeado da lixeira, onde ele está agora? Ninguém sabe, talvez arrebentando o cadeado de outra lixeira. E assim ele vai prosseguir fazendo, vendo sua vida passar, de cadeado em cadeado; pelo menos enquanto não cumprirem uma lei que o enquadre, ele prosseguirá feliz, sem tédio algum, e muito menos, sem qualquer tipo de preocupação.

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