''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A volta da ALUNA pródiga, se é que isso existe...

A aluna não gostava do conteúdo, não gostava do ambiente, não gostava do professor. O que fazer? A aluna não gostava de estudar a noite, pois perdia a novela. Não gostava de estudar de manhã, pois tinha que levantar muito cedo, e não gostava de estudar a tarde, pois depois do almoço gostava de dormir; pelo menos gostava de alguma coisa nessa vida. Por fim, entende-se que a aluna não gostava de estudar. Mas, a vida cobra as coisas, então, num determinado momento de sua existência, a aluna bateu de frente com sua mãe, que embora tivesse pouca instrução, forçou a menina a frequentar a escola que ficava na esquina de sua casa. A aluna compareceu ao colégio por três semanas, então, depois de discutir com todos os professores, pelo fato de pedirem para ela ler alguma coisa, a menina chutou o balde e falou em alto e bom tom:
_ Estou indo embora, não preciso dessa porcaria. Tchau.
E foi. Sumiu no mundo. Corria o mês de março de 2011 quando ela deu seu grito de ''liberdade''. Ficou desaparecida por cinco meses, eis então, que a vida lhe cobrou novamente. Nesse meio tempo o marido ficou desempregado e ela precisou trabalhar para ajudar a pagar as contas da casa. Encontrou um emprego numa pequena empresa que agrega pessoas em seu primeiro emprego. Conversou com o patrão e ali ficou, acreditando que a vida havia feito as pazes com ela. Mas, como nem tudo na vida é simples e costumeiro, a vida lhe cobrou mais uma vez. O patrão resolveu fazer um corte de funcionários e foi até a menina. Ao lhe perguntar se tinha terminado os estudos, ela disse que não, não haveria como mentir naquele momento. Então, recebeu o ultimato.
_ Ou você termina, ou terei que lhe demitir._ disse o patrão.
Com um sorriso nos lábios, dentes amarelos ao fundo da boca, e com o vestuário cheirando a tabaco, a aluna foi até a escola conversar com o professor a respeito de sua situação. Nada de mais. O professor encaminhou até a equipe pedagógica. Agora, vem a parte mais cinematográfica da história toda. Numa reunião conjunta, entre a equipe pedagógica, o professor, a secretaria, a aluna e a direção, decidiu-se que ela faria uma prova a respeito dos conteúdos que perdeu nesse tempo que esteve ausente, e se passasse estaria aprovada na matéria que pouco cursou. Uma colher de chá banhada a açúcar de acordo com os parâmetros do mundo moderno.
Os conteúdos foram dados a ela, e quando a menina pegou o livro na biblioteca e viu a quantidade de matéria a ser estudada, chutou o balde novamente. Gritou para todo o bairro ouvir, inclusive a escola:
_ Vocês estão pensando que eu sou palhaça? Eu tenho mais o que fazer do que ficar lendo tudo isso daqui.
E foi embora para talvez um dia voltar novamente, quem sabe, quando a vida lhe cobrar por mais uma vez...

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