Eu assisti ao documentário "Mamonas Para Sempre", de Cláudio Kahns. O grupo Mamonas Assassinas fez parte da minha adolescência. Lembro-me que quando eles surgiram eu passava por um dia não muito legal. E ao ouvir o primeiro sucesso no rádio, o ‘’VIRA-VIRA’’, pronto, alguns pontos de vista mudaram naquele momento. Esperei quase 20 anos para ver esse documentário pronto. Especulações diziam que seria um longa de ficção, mas por fim, foi um documentário, o que já valeu muito a pena. Fã que sou, vi na tela a verdadeira identidade dos integrantes do grupo, ou seja, tudo o que existia por trás daquelas fantasias.
O filme mostra entrevistas com amigos, familiares, o empresário e o produtor musical. Para quem viveu aquela época, vai gostar muito de ver o que se passava nos bastidores da turnê que correu o país. No final, a tragédia anunciada que todos já ouviram falar um dia. Quanto a esse ponto o filme não enfoca muito, pois a intenção do diretor era justamente transmitir os grandes momentos de alegria do grupo.
A banda composta por Dinho, Bento Hinoto, Julio Rasec, Samuel e Sergio Reoli, antes de ser os Mamonas Assassinas, chamava-se "Utopia" e tocava rock com uma pitada de romantismo. Nos anos 90 os meninos não imaginavam que seriam um mito brasileiro, mas com o sonho de tornar verdade, transformaram "Utopia" em "Mamonas Assassinas", do qual teria trocado o romantismo por humor, fazendo sucesso com as músicas ‘Pelados em Santos’, ‘Vira-Vira’ e ‘Sábado de Sol’. Há 16 anos o sonho realizado foi embora, com a morte trágica do grupo após o avião em que se encontravam ter batido num morro e matado todos os integrantes da banda.
O diretor do filme disse como o documentário foi composto: "Eu não era fã, mas achei que a trajetória deles valia um filme. Fazendo a pesquisa para meu longa de ficção ( ‘Mamonas — O Filme’, projeto que está engavetado), filmamos as entrevistas e o documentário começou a tomar forma. Fizemos tudo sem patrocínio e esse foi um desafio muito grande", disse Claudio, acrescentando: Um dos momentos mais fortes do longa acontece em uma apresentação na cidade natal dos Mamonas, com um desabafo de Dinho: "As pessoas olhavam pra mim e diziam: ‘É impossível você chegar até aqui’. O impossível não existe. Tudo é possível quando vocês querem", disse o vocalista. "O filme é a realização do sonho deles. Cada um entende o documentário de uma maneira, mas essa história de persistir e acreditar no seu sonho é uma linha forte que mostramos", conta o diretor.
Mesmo depois da morte da banda, fãs especulam se os ‘’Mamonas’’ lançariam um segundo disco caso estivessem vivos. Muita coisa foi falada, até uma confissão do pai de Dinho dizendo que ele já pensava numa carreira solo. Muita coisa ainda vai ser dita, como acontece com pessoas expostas na mídia. Levando em consideração que eles não estão presentes para mostrar o que de fato poderia ter acontecido, o espirito divertido dos ‘’Mamonas’’ continua nos fãs saudosos no primeiro disco lançado pelo grupo. Dois anos depois da morte deles, a gravadora lançou um segundo Cd, dessa vez com mesclas de músicas inéditas encontradas em arquivos e um show ao vivo. Poucas cópias foram vendidas, o produto não foi divulgado com intensidade, e o sucesso não se repetiu.
Ao final do filme, confesso que chorei.
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