''Quando acertamos ninguém se lembra, quando erramos ninguém se esquece''

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

INDICADOS AO OSCAR 2011 e um DESABAFO a respeito do MINISTÉRIO DA CULTURA

Mais uma bola fora dos ''geniais'' mestres brasileiros do cinema, porcaria, é por isso que este tal de Ministério da Cultura está afundando o cinema brasileiro; agora talvez seja bom para aqueles que dividem um lugar a mesa com os políticos da chamada Cultura, digo isso, devido ao exagerado número de artistas que participaram da campanha de Dilma para Presidenta do Brasil. Coinscidentemente, quase todos tem aparecido na Rede Globo de televisão, que coisa. E tem gente dizendo ainda: ''o cinema brasileiro está numa fase maravilhosa''. Ridículo. Esta frase fora dita por um diretor brasileiro, ontem, no festival de cinema que está acontecendo na cidade mineira de Tiradentes. O cara demorou cinco anos pra fazer um filme. Um ano para fazer o roteiro, um ano para aprovar na lei Rouanet, após a aprovação, o maluco ficou mendigando dinheiro para filmar. Conseguiu depois de um ano e meio captar o que precisava. O que não captou, colocou do bolso. Vendeu a casa, um carro e foi morar com a sogra. Morando com a sogra, montou a equipe, contratou os atores. Pagou todo mundo e daí outro problema na manga, montar o filme. Então o maluco se trancou em uma sala e ali ficou. Montando e editando aquilo tudo, por mais um bom tempo. Depois de muitos anos em cima de um único filme, pronto, outro problema, onde apresentar o filme que você tem na mão???? Não tem lugar para exibir seu filme. Que coisa. Ah não ser que você tenha um bom padrinho na Rede Globo de televisão, pois com a Globo Filmes falando que seu filme deve ser apresentado, ótimo, você consegue apresentar em qualquer grande cinema que você queira.
Eis então, que depois de cinco anos, o cara me aparece num palco, num festival de cinema e esquece de tudo isso que ele passou para fazer o seu filme. Isso com um detalhe, ele fez tudo isso sem saber ao menos se vai ter um público, muito menos um por cento de retorno, daquilo que ele investiu no filme que acabou de fazer. Pronto, mesmo assim, ele sobe num palco e esquece de tudo aquilo. Seus olhos enchem de lágrimas e ele tem a capacidade de falar: ''o cinema brasileiro está numa fase maravilhosa''. QUE FASE???? O nosso país produz 40 filmes de longa metragem por ano. Quantos deles você ouve falar na mídia? Um, dois, três, quatro, cinco no máximo. Detalhe, estes divulgados ou pela Rede Globo, ou por algum padrinho global. Ah sim, ator de novelas da Rede Globo também serve para divulgar os filmes que fazem quando não estão fazendo novelas.
E os demais filmes que são feitos, o que acontece com eles? Alguns são apresentados em festivais de cinema. Outros saem direto em DVD. E outros tem destino pior, ficam na lata e são engavetados sem que ninguém veja em lugar algum. De vez em quando uma exibição pública para vinte ou trinta pessoas acontece, mas morre ali.
Não temos indústria de cinema neste país, e isso é um problema para quem quer ganhar um Oscar. Sem uma indústria, somos considerados amadores, ou seja, temos muitos profissionais que foram estudar fora, e gastaram muito dinheiro, mas, para quem está neste meio, dinheiro não é o problema, se for, cai fora para não morrer de fome, como aconteceu comigo quando tentei viver de cinema. Sem dinheiro você não sobrevive nisso. Sem ninguém te bancar, já era. Enfim, voltamos ao assunto amadores. Temos profissionais de renome, em equipes muito profissionais, mas não temos uma indústria, isso faz da gente, amadores de carteirinha. Não temos a visão comercial do negócio. Fazemos filmes por amor, e não para vender; ah não ser, claro, que pertença a Globo Filmes, ou a própria Rede Globo, que acredito eu, seja aquela que tenha mais visão comercial hoje no país.
Como amadores considerados que somos, não sabemos fazer filmes para concorrer ao Oscar. Na verdade, até que sabemos fazer filmes muito bons, confesso que fui injusto nesta fala acima. Temos filmes geniais, capazes de concorrer a qualquer prêmio no mundo e ganhar tudo. Temos diretores muito bons, atores muito bons e roteiristas melhores ainda. O problema é que esta massa de pessoas geniais não está inserida no meio do cafezinho do Ministério da Cultura, ou da Globo Filmes, estes passam longe da prateleira de DVD, e rezam para não terminarem na gaveta. Enquanto isso, do outro lado, temos os que tem padrinho, os que tem gente influente no meio. E para estes, alguns críticos falam de boca cheia que são os melhores, enquanto para a chamada Academia, são apenas os amadores. Embora muitos falem, analisem, e vejam todos os caminhos para o Oscar, está aí, continuamos sendo chutados da festa norte americana. Na metade do ano passado surgiu um filme, muito bom por sinal, chamado NOSSO LAR. Fizeram até uma enquete na internet para votarem em qual filme brasileiro deveria ser enviado para os EUA, na tentativa de concorrer a uma vaga na festa do Oscar. Se não me falha a memória, este filme de cunho espírita ganhou disparado de todos os outros, mas no fim das contas, o que prevaleceu? O poder de divulgação da Rede Globo, o poder de produção da família Barreto, e a ''genialidade'' do ministério da Cultura que mandaram para lá o filme LULA.
Enfim, a lista dos indicados ao Oscar 2011:
Melhor filme:
- “A rede social”
- “O discurso do rei”
- “Cisne negro”
- “O vencedor”
- “A origem”
- “Toy Story 3”
- “Bravura indômita”
- “Minhas mães e meu pai”
- “127 horas”
- “Inverno da alma”

Logo que o filme a Rede Social fora lançado, a crítica falou muito bem, em todos os momentos. Não somente a crítica como também o público elogiou o trabalho sobre o rapaz que criou o Facebook. A REDE SOCIAL, está concorrendo a 8 oscars. O DISCURSO DO REI concorre a 12 oscars.

Melhor diretor:
- David Fincher – “A rede social”
- Tom Hooper – “O discurso do rei”
- Darren Aronofsky – “Cisne negro”
- Joel e Ethan Coen – “Bravura indômita”
- David O. Russell – “O vencedor”
Melhor ator:
- Jesse Eisenberg – “A rede social”
- Colin Firth – “O discurso do rei”
- James Franco – “127 horas”
- Jeff Bridges – “Bravura indômita”
- Javier Bardem – “Biutiful”
Melhor atriz:
- Annette Bening – “Minhas mães e meu pai”
- Natalie Portman – “Cisne negro”
- Nicole Kidman - “Rabbit hole”
- Michelle Williams - “Blue valentine”
- Jennifer Lawrence - “Inverno da alma”
Melhor ator coadjuvante:
- Mark Ruffalo – “Minhas mães e meu pai”
- Geoffrey Rush – “O discurso do rei”
- Christian Bale – “O vencedor”
- Jeremy Renner – “Atração perigosa”
- John Hawkes – "Inverno da alma"
Melhor atriz coadjuvante:
- Helena Bonham Carter – “O discurso do rei”
- Melissa Leo – “O vencedor”
- Amy Adams – “O vencedor”
- Hailee Steinfeld – “Bravura indômita”
- Jacki Weaver - “Reino animal”
Melhor roteiro original:
- “Cisne negro”
- “Minhas mães e meu pai”
- “O vencedor”
- “A origem”
- “O discurso do rei”
Melhor roteiro adaptado:
- “A rede social”
- “127 horas”
- “Bravura indômita”
- “Toy Story 3”
- "Inverno da alma"
Melhor longa-metragem de animação:
- "Como treinar o seu dragão"
- "O mágico"
- "Toy Story 3"
Melhor direção de arte:
- "Alice no País das Maravilhas"
- "Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"
Melhor fotografia
- "Cisne negro"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "A rede social"
- "Bravura indômita"

Melhor figurino
- "Alice no País das Maravilhas"
- "I am love"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"
- "The tempest"
Melhor documentário (longa-metragem)
- "Exit through the gift shop"
- "Gasland"
- "Inside job"
- "Restrepo"
- "Lixo extraordinário"
Melhor documentário (curta-metragem)
- "Killing in the name"
- "Poster girl"
- "Strangers no more"
- "Sun come up"
- "The warriors of Qiugang"

Melhor edição
- "Cisne negro"
- "O vencedor"
- "O discurso do rei"
- "127 horas"
- "A rede social"
Melhor filme de língua estrangeira
- "Biutiful"(México)
- "Dogtooth" (Grécia)
- "In a better world" (Dinamarca)
- "Incendies" (Canadá)
- "Outside the law" (Argélia)
Melhor trilha sonora original
- "Como treinar seu dragão" - John Powell
- "A origem" - Hans Zimmer
- "O discurso do rei" - Alexandre Desplat
- "127 horas" - A.R. Rahman
- "A rede social" - Trent Reznor e Atticus Ross
Melhor canção original
- "Coming home", de "Country Strong"
- "I see the light", de "Enrolados"
- "If I rise", de "127 horas"
- "We belong together", de "Toy Story 3"
Melhor curta-metragem
- "The confession"
- "The crush"
- "God of love"
- "Na wewe"
- "Wish 143"
Melhor curta-metragem de animação
- "Day & night"
- "The gruffalo"
- "Let's pollute"
- "The lost thing"
- "Madagascar, carnet de voyage"

O destaque para o prêmio de melhor filme estrangeiro por enquanto está com o Indicado a dois Oscars – melhor ator (Javier Bardem) e melhor filme estrangeiro – “Biutiful” é o primeiro trabalho importante de Alejandro González Iñárritu depois que ele rompeu a parceria que tinha com o roteirista Guillermo Arriaga. A dupla fez seu nome no cinema com três filmes – “Amores Perros” (2000), “21 Gramas” (2003) e “Babel” (2006) –, todos eles dirigidos por Iñárritu e escritos por Arriaga. Mas, como tudo que é bom gera problemas, os dois brigaram depois que o roteirista reivindicou mais créditos pelos filmes. Iñárritu não achou justo o pedido, dizendo que o justo já havia sido dado, o roteirista não aceitou e os dois romperam. Com roteiro do próprio Iñárritu, “Biutiful” é um filme um tanto quanto diferente, que convida o espectador a uma viagem difícil, pelo lado B de Barcelona, em torno de Uxbal, o personagem encarnado por Javier Bardem. Alguns críticos dizem ainda que o filme só vale pela atuação de Bardem, que sem dúvida alguma, é um excepcional ator.
Acredito que tudo caminhará nos conformes, como de costume.