O ditador no poder revoltou o povo. O povo combinou um encontro, pelo facebook, e se encontraram na rua. O legal é que não só o povo que tinha internet foi pra rua, mas uma galera que estava insatisfeita com tudo que estava acontecendo no país. Resultado, até agora uma leva já foi presa, os telefones do Egito inteiro foram cortados, e depois religados, a polícia já bateu em muita gente, e por fim, toque de recolher na galera. Mas, quem pensa que esse povo obedece a toque de recolher está enganado. A luta continua e a revolução já começou. Confesso que sinto um orgulho quando vejo um povo assim. Se eu estivesse vivo em 1789, teria de ir para a França participar de uma grande revolução, pois não existia televisão para acompanhar tudo no conforto da casa onde moro. Tudo bem, o tempo passou e eu não nasci, mas se eu estivesse vivo em 1917, aí sim, sem dúvida teria de ir para a Rússia, pois o rádio ainda não chegava no lugar onde eu moro; até hoje tem hora que não chega, enfim. Agora estamos em 2011, de vez em quando aparece um canal de televisão sendo retransmitido com imagem razoável até o lugar onde eu moro, por isso acompanho o pouco que é transmitido pela tv. A Tunísia e o Egito estão pegando fogo, e mesmo assim não se fala muito nisso, alguma razão para tal? Talvez várias, e quem sabe uma delas não é a baixa audiência do Big Brother, vai lá saber. Lembramos por exemplo, que o que nos chega via CNN, canal norte americano de informação, é filtrado. Ou seja, muita coisa que vem do outro lado do oceano precisa ser filtrado pelos norte americanos, por isso não temos muita informação por aqui, mas por que não? Talvez seja pelo fato dos Estados Unidos não estarem interferindo em nada do que tem acontecido até agora naquele canto do mundo. As exclusivas que temos são de repórteres enviados para lá especialmente para isso; e olha que foi uma galerinha para aquele lugar fazer imagens e reportagens. Por fim, enquanto as revistas no Brasil destacam nas suas capas de final de semana a vida dos artistas ''felizes'', e a ascensão de bispos humildes, tentamos encontrar notícias daquilo que acontece na África.